População de mamíferos marinhos em queda igual a planeta Terra menos fértil
Queda da população de mamíferos marinhos e a reciclagem de nutrientes
As baleias, as aves marinhas e os peixes desempenham um papel vital na reciclagem de nutrientes do fundo do mar. Um estudo realizado pela Universidade de Oxford, explica como o grande declínio dessas populações, juntamente com a extinção da maioria dos mamíferos de grande porte, tem dificultado o sistema eficiente de reciclagem de nutrientes. Especialmente no caso do fósforo que serve como nutriente fundamental para a fertilização de plantas.
Fósforo: fundamental para o crescimento dos vegetais
A presença de fósforo no solo é indispensável para o crescimento e produção vegetal. Interfere nos processos de fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia, divisão celular, crescimento das células. Contribui para o crescimento prematuro das raízes, qualidade de frutas, verduras, grãos e formação das sementes. Por interferir em vários processos vitais das plantas precisa ter um suprimento adequado de fósforo desde a germinação. As plantas absorvem maiores quantidades de fósforo, ocorrendo um crescimento rápido e intenso das raízes em ambientes com níveis adequados do nutriente. Por isso ele é tão importante para garantir um planeta fértil e saudável.
Fósforo não se encontra livre na natureza
O fósforo não se encontra livre na natureza. Mas em combinações como os fosfatos. Na natureza não ocorre em abundância. As reservas de fosfatos são jazidas de apatita ligadas a rochas graníticas, rochas eruptivas, fosfatos sedimentares em camadas de origem marinha, e aluminofosfatos de origem organomineral.
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Pesquisas indicam que o fosfato pode ser esgotado da natureza em apenas 50 anos. A restauração da populações de animais, como baleias, aves marinhas e peixes poderia ajudar na reciclagem do fósforo disponível no futuro.
Cientistas estimam que o transporte de nutrientes como o fósforo realizado por esta fauna em todo o mundo foi reduzido para apenas 6% da sua antiga incidência global.
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A pesquisa afirma que algumas baleias e outros mamíferos marinhos alimentam-se em águas ricas em nutrientes a uma profundidades de 100 metros. E, ao atingirem a superfície do mar para defecar e urinar, liberam nutrientes vitais como o fósforo. Joe Romano, co-autor e pesquisador da Universidade de Vermont, EUA, afirmou:
Os esforços para proteger as baleias, focas e outros mamíferos marinhos nas últimas décadas tiveram alguns bons resultados. Porém ainda há um longo caminho a percorrer. Os projetos de conservação globais destinados a restabelecer estas vias de nutrientes, para rios e oceanos, colhem benefícios para a vida selvagem e para as pessoas
Menor população de mamíferos marinhos = menos fósforo
Os pesquisadores usaram um modelo matemático similar ao usado por físicos para calcular como e quantos nutrientes são transportados por mamíferos marinhos atualmente.
Anteriormente, baleias e outros mamíferos marinhos transportavam um total de cerca de 340 milhões de kg de fósforo por ano do fundo do mar para a superfície. Agora só se movem 75 milhões de kg de fósforo (cerca de 23%) , de acordo com dados divulgados pelo estudo.
Pesquisadores também estudaram os dados das populações de aves marinhas e de peixes anádromos (que nadam no mar e em rios). Depois de se alimentarem no mar eles liberam os nutrientes quando defecam ou quando se decompõem.
Os pesquisadores estimam que, no passado, as aves marinhas e populações de peixes poderiam transferir cerca de 150 milhões de kg de fósforo por ano. Atualmente, esta transferência de nutrientes foi reduzida em mais de 90%. Christopher Doughty, do Instituto de Mudança Ambiental da Escuela de Geografía e Meio Ambiente da Universidad de Oxford, o principal autor da pesquisa, concluiu:
Antes, eu não acreditava que os animais desempenham um papel tão importante no movimento de nutrientes. Com o estudo, nós mostramos que, o transporte de fóforo tem um papel fundamental na manutenção do planeta fértil. Extinções e reduções dessas populações marinhas, reduziram este papel para menos de 10% do que era antes
