Projeto Albatroz, uma das glórias do litoral brasileiro
Às vezes o Mar Sem Fim é obrigado a trazer um sem número de matérias com notícias ruins: poluição, ocupação desordenada do litoral, especulação imobiliária, e tantos outros. Como se não tivéssemos nada a comemorar. Mas temos. Entre as boas ações que acontecem no litoral estão o Projeto Tamar, o Peixe-boi e, claro, o Projeto Albatroz.
Faz tempo que estamos devendo um reconhecimento público sobre o bom trabalho, e excelentes resultados, que este projeto tem trazido. Mas antes…quem são estas aves?
O Albatroz e o Petrel: conheça
As duas são as espécies de aves mais ameaçadas do planeta. Lulas, sardinhas e krill, o principal alimento. Os Albatrozes são aves planadoras. Aproveitam o vento, abrem suas enormes asas (é a maior ave do planeta em envergadura: com asas abertas, chega a 3,5 metros), e podem cobrir até 800 Km por dia!
Quando não há vento pousam no mar à espera de novas lufadas. Só procuram a costa para acasalar, e reproduzem-se uma vez ao ano colocando apenas um ovo por vez. Existem 22 espécies de albatrozes no mundo, 10 delas frequentam águas brasileiras. Agora que você já conhece as aves, que tal conhecer…
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Tudo começou em 1990 quando um aluno da FURG, que estudava a pesca do espadarte, desembarcou de um cruzeiro de pesquisas. Em sua ‘bagagem’ havia albatrozes e petréis mortos incidentemente durante a pescaria.
Estas aves marinhas passam a maior parte da vida em alto-mar. Quando encontram pesqueiros de atum com espinhel, elas confundem suas iscas com peixes. E acabam fisgadas. Uma estudante de biologia, Tatiana Neves, ficou chocada ao ver as aves mortas.
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O bom espírito da bióloga não se resumiu ao choque. Tatiana aproveitou aquele momento para decidir estudar a fundo a questão. A captura incidental também acontecia no Brasil?
O estudante da FURG, Rogério Menezes, apresentou a bióloga aos mestres de barcos de espinhel. Assim nasceu o Projeto Albatroz.
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Em seguida aconteceu o primeiro cruzeiro de observação. O monitoramento foi feito por um estudante da Universidade Santa Cecília de Santos. Sucesso.
Até hoje o programa segue sem interrupções. Mas o salto maior aconteceu no…
Ano 2000, Projeto Albatroz contata os principais armadores do país
O objetivo era envolve-los na questão da pesca incidental de albatrozes e petréis, prejudicial também aos armadores uma vez que, em vez de peixes, muitos anzóis traziam aves marinhas…
O Projeto Albatroz apresentou diversas opções para mitigar o problema. Ao final, duas medidas foram tomadas: o tingimento das iscas em azul, para camuflar as lulas (iscas usadas na pesca) sob o azul do mar, e o toriline, que são fitas coloridas que afugentam as aves.
O prtojeto Albatroz conseguiu recursos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) para, junto com o IBAMA e a BirdLife no Brasil, elaborar o documento que se tornaria o Plano Nacional de Ação para a Conservação de Albatrozes e Petréis – PLANACAP.
Em Junho de 2006, o PLANACAP é oficialmente lançado em Brasília. Dois meses depois outro salto…
Inicio da participação brasileira no Programa Albatross Task Force
O Brasil foi o segundo país a fazer parte dessa rede internacional depois de seu início na África do Sul. Em seguida Namíbia, Uruguai, Argentina, Chile, Equador e Peru se juntaram ao grupo.
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Vitória gratificante em 2011
Em Abril de 2011, o Ministério do Meio Ambiente e da Pesca e Aquicultura publicaram a Instrução Normativa Interministerial nº 04, de 15 de abril, tornando obrigatório, entre outras, o uso do toriline, e o peso de 60 g a não mais que 2 metros dos anzóis, para todos os barcos que pescam ao sul dos 20º S. Uma brilhante vitória de Tatiana e dos armadores.
O trabalho atual
Hoje o Projeto Albatroz trabalha com o Hook Pod, um equipamento já provado, que não atrapalha a pescaria e impede os anzóis de fisgarem aves marinhas.
Como funciona? Por pressão. A ponta do anzol é liberada a 12 metros de profundidade quando a isca já não é alcançada pelas aves.
A morte pela pesca
Estima-se que a pescaria seja responsável pela morte de cerca de 300 mil aves anualmente, 100 mil são albatrozes. No Brasil a estimativa é de 10 mil mortes por ano. O projeto Albatroz tem bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS) e Cabo Frio (RJ).
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Muito bacana o relato / matéria sobre o Projeto Albatroz, mas vale a pena destacar que desde 2006 o Projeto Albatroz é patrocinado pela Petrobras através do programa de patrocínio socioambiental voluntários desta Empresa e a partir de 2012 o Projeto passou a fazer parte também da Rede Biomar. Uma Rede formada por 5 projetos ambientais que tem por objetivo a conservação da biodiversidade marinha no Brasil, atuando na proteção e pesquisa de espécies e dos habitats relacionados.
Muito bacana o relato / matéria sobre o Projeto Albatroz, mas vale a pena destacar que desde 2006 o Projeto Albatroz é patrocinado pela Petrobras através do programa de patrocínio socioambiental voluntários desta Empresa e a partir de 2012 o Projeto passou a fazer parte também da Rede Biomar. Uma Rede formada por 5 projetos ambientias que tem por objetivo a conservação da biodiversidade marinha no Brasil, atuando na proteção e pesquisa de espécies e dos habitats relacionados.