Primeira exploração do ICMBio ao arquipélago Martim Vaz

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Primeira exploração do ICMBio ao arquipélago Martim Vaz

O arquipélago de Martim Vaz fica a cerca de 1.200 km a leste de Vitória, no Espírito Santo. Ele pertence ao município e integra o arquipélago Trindade & Martim Vaz, uma das joias do litoral brasileiro.

O conjunto inclui a ilha principal, Martim Vaz, com 175 m de altitude máxima. Duas ilhotas íngremes e inacessíveis completam o grupo: a Ilha do Norte, com 65 m, e a Ilha do Sul, com 122 m. Vários rochedos menores, como o Rochedo Agulha, ficam 48 km a leste de Trindade. A área total soma apenas 0,3 km².

Martim Vaz e Trindade fazem parte da cadeia de montes submarinos vulcânicos Vitória – Trindade.

Imagem submarina de Martim Vaz
Imagem, João Batista Teixeira/LabNecton/Fest/Ufes.

Por ser menor e só acessível de helicóptero, Martim Vaz ficou em segundo plano na exploração científica. Isso mudou em 2022, quando a Marinha do Brasil liderou a 110ª Expedição Científica na Ilha da Trindade e visitou Martim Vaz. Pela primeira vez, pesquisadores pernoitaram na ilha desabitada, onde nasce o primeiro sol do Brasil.

Agora, em julho de 2025, o ICMBio realizou sua primeira expedição ao local. Uma façanha que merece comemoração, basta lembrar que Martim Vaz está à espera desde 1500.

Reveladas mais de 100 novas espécies de peixes e seis de corais

Antes, vale recordar que em 2016 Michel Temer, por sugestão do ministro de Meio Ambiente Sarney Filho e um grupo de ambientalistas do qual fez parte até mesmo a cientista Sylvia Earle, criou por decreto a Área de Proteção Ambiental do Arquipélago de Trindade e Martim Vaz e o Monumento Natural das Ilhas de Trindade e Martim Vaz e do Monte Columbia. Temer foi o primeiro presidente desde a redemocratização a dar atenção para o bioma marinho ao criar as duas imensas áreas protegidas, um legado e tanto.

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Segundo o Portal V, a equipe identificou mais de cem espécies de peixes e seis de corais. Também encontrou uma possível nova espécie de peixe de águas profundas.

Os pesquisadores exploraram as pequenas ilhas oceânicas e o monte submerso conhecido como Monte Columbia. O local é um paraíso intocado, onde a natureza segue inalterada.

A expedição usou tecnologia avançada, com robôs que desceram até 122 metros. Isso permitiu explorar áreas nunca antes mapeadas.

Cadeia Vitória - Trindade
No mapa é possível ver claramente a cadeia submarina na Vitória – Trindade, um hotspot da costa brasileira.

O coordenador da expedição, João Carlos Thomé, destacou a importância do arquipélago para o meio ambiente e a necessidade de preservação do local. Ele afirmou que a expedição trouxe informações valiosas sobre a conexão entre o alto-mar e a costa.

O oceanógrafo João Luiz Gasparini, que também participou, ressaltou que a tecnologia utilizada evita mergulhos arriscados e permite a identificação de novas espécies de forma mais segura. Entre as descobertas, os pesquisadores coletaram uma pequena espécie de peixe que vive a mais de 60 metros de profundidade.

Origem do arquipélago de Martim Vaz

No arquipélago, apenas Trindade é habitada. A ilha abriga o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT), uma guarnição militar da Marinha do Brasil.

Já as ilhas Martim Vaz são conhecidas por serem o ponto extremo leste de todo o território brasileiro, sendo juntamente com o arquipélago de São Pedro e São Paulo, um dos dois primeiros locais onde acontecem o nascer e o pôr do sol no Brasil.

Há muito mais pra saber sobre a expedição

Apesar da importância desta expedição sua divulgação foi muito fraca. Nós ficamos sabendo pelo Jornal da Bandeirantes de 9 de agosto. Um vídeo dos mergulhos foi exibido. Ao mesmo tempo, uma das pesquisadoras respondia a perguntas.

Tubarão em Martim Vaz
Imagem, João Batista Teixeira/LabNecton/Fest/Ufes.

Ao pesquisar mais para a produção deste post tudo que encontramos foi a matéria do Portal V que deixa grande lacunas.

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O Mar Sem Fim pediu entrevista

Ninguém sabe em qual navio ocorreu a expedição. Também não se sabe quem pagou os custos. Não há informações sobre outros tipos de pesquisas realizadas. Não existe previsão de retorno, nem data para uma possível nova viagem. Para responde-las o Mar Sem Fim pediu que o ICMBio designe um dos membros da expedição para fazermos uma entrevista, e que sejam breves, pois a curiosidade é grande.

Para saber mais assista ao vídeo da BAND

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