Predadores marinhos do Atlântico e perda de habitat

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Predadores marinhos do Atlântico podem perder 70% de habitat até 2100

O aquecimento global continua a fazer vítimas. Não passa semana sem que aconteçam mortes de seres humanos por deslizamentos, alagamentos, ou secas prolongadas. Os prejuízos são colossais. Em 2022, segundo o www.climateaction.org, os desastres naturais resultaram em perdas globais de 275 bilhões de dólares. Destes,  125 bilhões foram cobertos por seguros. Como não poderia deixar de ser, a biodiversidade marinha e terrestre também perdem. Um estudo divulgado na Science diz que até 2100 alguns predadores marinhos poderão perder até 70% de habitat adequado à sua sobrevivência.

predadores marinhos, o tubarão azul.
O tubarão azul. Imagem, © Tom Burns.

12 espécies em maior risco

Até ao final deste século, 12 espécies de predadores marinhos, como tubarões,  atuns e espadartes, podem perder grandes porções dos seus habitats naturais no noroeste do  Atlântico e no Golfo do México. Nessas zonas, a temperatura do mar está  subindo mais rapidamente do que em qualquer outra região marinha do planeta.

O alerta vem de uma equipe de investigadores dos Estados Unidos, liderada pelo Instituto Oceanográfico Woods Hole. Os  cientistas avisam que “na maioria dos casos, os impactos das alterações induzidas pelo clima já estão acontecendo”.

‘Examinamos a distribuição de 12 espécies de predadores altamente migratórios. Para tanto, usamos modelos e projetamos mudanças esperadas de habitat usando modelos climáticos reduzidos.’

‘Eles preveem perdas generalizadas de habitat adequado para a maioria das espécies, concomitantemente com o deslocamento substancial para o norte de habitats centrais a mais de 500 km.’

Dada a dimensão e ritmo de aquecimento das águas no Golfo do México e no noroeste do Atlântico, os investigadores estimam que essas duas áreas serão ‘pontos quentes’ de perda de habitat para as espécies de predadores.

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As espécies analisadas

Segundo o www.whoi.edu  ‘Os pesquisadores estudaram os impactos em três espécies de tubarões, cinco atuns (albacora, patudo, atum rabilho, gaiado e albacora) e quatro espécies de peixes de bico (peixe-vela, marlins-azuis, marlins-brancos e peixes-espada).

‘Os efeitos contínuos e projetados das alterações climáticas destacam a necessidade urgente de gerir de forma adaptativa e proativa os ecossistemas marinhos dinâmicos.’

Para Camrin Braun, que liderou o estudo, ‘Espera-se que as alterações mudem fundamentalmente o status quo de onde estas espécies estão e como vivem. Embora não entendamos realmente todos os detalhes, o estudo é um bom passo na direção de definir quais podem ser essas mudanças, para que possamos fazer algo a respeito.’

O site do instituto informa que ‘os cientistas utilizaram três décadas de dados de satélite. Além disso,  modelos oceanográficos e dados biológicos in situ para desenvolver projeções dinâmicas de distribuição de espécies. Isso significa avaliar como as alterações climáticas já tiveram e continuarão a ter impacto nas espécies de peixes.

A importância dos predadores

Entre todas as espécies, os predadores são os mais importantes. Eles atuam para equilibrar a saúde dos cardumes que estão sob suas ações. Além disso, a pesca de atum  é uma das mais importantes em termos de empregos e renda.

Para se ter uma ideia da grandeza dos números da pesca de atum, saiba que, segundo o Marine Stewardship Council,mercado global do atum valia cerca de 12 bilhões de dólares em 2018; embora o valor anual das vendas de produtos de atum chegue a 42 bilhões de dólares. Isso representa quase 30% do comércio global total de produtos do mar. Só na região Ásia-Pacífico, a indústria do atum emprega diretamente mais de 6 milhões de pessoas.

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