Poluição oceânica por microplástico foi subestimada
A pandemia de plástico que assola os oceanos parece pior do que até agora anunciada. Novos estudos demonstram que a poluição oceânica por microplástico foi subestimada há pelo menos o dobro do número de partículas do que se pensava anteriormente.
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Poluição oceânica por microplástico foi subestimada
Estudo publicado na revista Environmental Pollution informa que desta vez os pesquisadores usaram redes com tamanhos de malha de 100 microns – 0,1mm – 333 microns e 500 microns. Eles encontraram 2,5 vezes mais partículas na rede mais fina do que nas redes de 333 mícrons, do tipo geralmente usado para filtrar microplásticos e 10 vezes mais que na rede de 500 mícrons.
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A professora Pennie Lindeque, do Laboratório Marítimo de Plymouth, no Reino Unido, que liderou a pesquisa, confirmou: “A estimativa da concentração de microplásticos marinhos atualmente pode ser muito subestimada”.
As águas onde a nova pesquisa foi feita
Os pesquisadores fazem algo parecido com o que se faz na pesca. Eles usam redes de malha bem fina, e as arrastam em certas regiões oceânicas. Depois recolhem, coletam e contam o material. Para esta pesquisa, as águas escolhidas foram as que banham a Inglaterra e os Estados Unidos.
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O tipo mais abundante de microplástico é a microfibra
Como o Mar Sem Fim já havia informado, estudos anteriores sobre a invasão de plástico mostra que as partículas mais comuns encontradas foram fibras de cordas, redes e roupas (cerca de 85%). Pois é, nós usamos muitas roupas feitas de tecidos sintéticos. O resultado aí está.
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Novo estudo mostra mais micropartículas que zooplâncton
Isso assustou os cientistas. Tanto o fitoplâncton, como o zooplâncton, são organismos primários para os consumidores de níveis tróficos superiores. Ou seja, estão na base da cadeia alimentar dos oceanos.
A pesquisadora Pennie Lindeque, que liderou o trabalho, disse que “usando uma extrapolação, sugerimos que as concentrações microplásticas podem exceder 3 700 partículas por metro cúbico – muito mais do que o número de zooplâncton que você encontraria.”
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Programa Mar Sem Lixo, de São Paulo, merece cópiaPrejuízo ambiental nas festas de fim de anoCafeína, analgésicos e cocaína no mar de UbatubaE por que isso é tão grave? Porque contamina quase toda a vida marinha que, depois, contamina os seres humanos que se alimentam também através da vida marinha. Ou seja, se você come peixes, ostras, e outros, pode ter certeza que está ingerindo também microplásticos. Só não se sabe, ainda, seus impactos na saúde humana. Mas convenhamos, comer plástico não pode fazer muito bem. Concorda?
E é só esperar mais um pouco que logo saberemos. Pesquisadores do mundo inteiro se debruçam sobre a questão do plástico nos oceanos.
O que os brasileiros podem fazer sobre isso
Muito. Basta saber que um levantamento do WWF mostra que o Brasil está em 4º lugar no ranking dos maiores produtores de lixo plástico. Sabendo disso, e tendo consciência que a aldeia global hoje tem quase oito bilhões de inquilinos, fica fácil compreender que somos todos responsáveis. Por isso, mais que nunca, tome muito cuidado com seu lixo, e até com o tipo de roupa que usa quando frequenta o litoral.
Estas pesquisas da academia têm a função de subsidiar governos e instituições para a criação de políticas públicas que, neste caso, sejam menos agressivas ao meio ambiente. No Brasil é difícil esperar ações do poder público, quase sempre dormente, defendendo privilégios, ou simplesmente ‘lost in space’. Veja-se a cidade de São Paulo, sempre orgulhosamente apresentada como ‘a maior da América Latina’, a mais rica cidade do Brasil.
Pois saiba que São Paulo foi das últimas a adotar políticas públicas contra a pandemia de plástico. E mesmo assim, foram medidas tímidas, que mais uma vez nos envergonham perante o concerto das nações. Enquanto a África lidera no mundo a cruzada contra o plástico, a ‘progressista’ São Paulo, de Bruno Covas, proibiu os canudinhos de plástico…
Por isso, se você fizer sua parte, já estará ajudando muito.
Imagem de abertura: Tunatura/Getty
Fontes: https://earth.org/ocean-microplastic-pollution-underestimated/?fbclid=IwAR0hQnVwy3KfEIyNCtDu7Swpg10uiuSkzOagIlwjlsrq7rjbsWEEftMw7wY; https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0269749120310253?via%3Dihub.
Diz uma frase que, SE NÃO PODEMOS COMBATER, NOS UNAMOS. Talvez esta seja a SOLUÇÃO FINAL onde lançaremos aos mares tantos lixos plásticos que ficarão tão concentrados de poluentes que elas nos devolvam com novas vidas, agora geneticamente modificadas e que nos tragam amplos espectros de doenças sem curas e bem letais e a humanidade pereça e desapareça habilitando ao planeta mais uma chance de se refazer e que jamais ocorram combinações de A, T, G, C que possam gerar estes predadores tão terríveis. Afinal se Marte é desértica, por que não a Terra???