Navio de carga movido a energia eólica vem ao Brasil
A Bimco, maior organização de associação direta do mundo para armadores, afretadores, corretores de navios e agentes, estimava que em 2021 existiam 84.505 navios de carga nos mares (outras fontes citam 110 mil). Ao mesmo tempo, o www.cruisemummy.co.uk, que produz estatísticas de navios de cruzeiro, informa que em 2022 havia 323 navios de passageiros em atividade. Nos últimos tempos este setor tem sofrido forte pressão para acelerar a descarbonização. Hoje, os navios estão entre os maiores poluidores dos oceanos. Um grande navio de cruzeiros emite tanto CO2 quanto 83.678 carros; tantos óxidos de azoto quanto 421.153 automóveis; tantas partículas quanto um milhão de veículos; e tanto dióxido de enxofre quanto 376 milhões de carros! A indústria começa a reagir, um navio de carga movido a energia eólica navega em direção ao Brasil.
Novas tecnologias testadas
As emissões da indústria naval correspondem a 2.9% dos gases do aquecimento, daí a necessidade de mudança. Os grandes navios queimam óleo pesado. Um combustível não muito refinado, com alto teor de enxofre.
Entre as novidades testadas estão turbinas eólicas, velas rígidas, kites gigantes, etc. Segundo especialistas, estas tecnologias podem diminuir as emissões em até 30% em relação a navios de carga convencionais do mesmo tamanho.
Neste momento, um destes, o Pyxis Ocean, está testando um novo sistema de velas gigantes conhecido como WindWings. O navio, fretado pela Cargill, saiu da China e está a caminho do Brasil.
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‘Quando o navio está no porto as asas são dobradas. Mas são abertas em alto-mar. Elas têm 37,5 metros de altura e sua construção utiliza o mesmo material das turbinas eólicas, para torná-las duráveis.’
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Enquanto isso o site www.popsci.com informou que ‘Segundo um anúncio oficial, as WindWings da Pyxis Ocean podem economizar 1,5 toneladas de combustível por asa, por dia. Combinado com fontes alternativas de combustível, esse número pode aumentar.’
‘Durante suas viagens estimadas para seis semanas, as velas do navio serão monitoradas de perto na esperança de expandir a tecnologia em toda a frota da Cargill, bem como na indústria naval maior.
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Segundo a BBC, ‘o sistema teve seu desenvolvimento a cargo da empresa britânica BAR Technologies, que surgiu da equipe da Copa América de 2017 de Sir Ben Ainslie.
Para quem não sabe, Ben Ainslie é um dos melhores velejadores do mundo, competiu diversas vezes em Olimpíadas contra o nosso excepcional Robert Scheidt, bicampeão olímpico e 15 vezes campeão mundial de iatismo.
O chefe do projeto, John Cooper – que trabalhava para a equipe de Fórmula 1 McLaren, disse à BBC “Este é um dos projetos mais lentos que já fizemos, mas sem dúvida com o maior impacto para o planeta. Eu prevejo que até 2025 metade dos novos navios serão encomendados com propulsão eólica.”
A realidade mostra uma diferença significativa
Nós torcemos para que a previsão se confirme. Contudo, a realidade mostra uma diferença significativa. Atualmente, mesmo com a forte pressão, menos de 100 navios adotaram algumas destas novas tecnologias. É muito pouco para 110 mil navios.
A BBC informou ainda que ‘a inovação veio do Reino Unido, mas as próprias asas são fabricadas na China. Cooper diz que a falta de apoio do governo para reduzir o custo do aço importado impede a empresa de fabricá-lo aqui.’
Quem sabe, se esta viagem inaugural for completada com sucesso, pode estimular outros armadores.
Para Jan Dieleman, presidente do negócio de navegação da Cargill, “A indústria marítima está em uma jornada para descarbonizar. Não é fácil, mas é emocionante”. “Na Cargill, temos a responsabilidade de ser pioneiros em soluções de descarbonização em todas as nossas cadeias de suprimentos para atender às necessidades de nossos clientes e do planeta. Uma tecnologia como WindWings não vem sem riscos e, como líder do setor – em parceria com o visionário armador Mitsubishi Corporation – não temos medo de investir, assumir esses riscos e ser transparentes com nossos aprendizados para ajudar nossos parceiros na transição marítima para um futuro mais sustentável”.
Oxalá esteja certo.
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PREVISÃO DE CHEGADA EM PARANAGUÁ, DIA 15 DE SETEMBRO AS 09:30
Reinventamos o barco a vela e estamos chamando de revolucionário…. ;)