Mar Báltico, problemas demais: descobriram que há 1,6 milhão de toneladas de armamentos Nazistas, incluindo armas químicas e TNT
E a ameaça não se restringe ao Mar Báltico. Mas também ao Mar do Norte. O Báltico já tem problemas demais. Por ser um ‘mar fechado’, lidera o ranking de Zonas Mortas no mar. A maior delas, com 49.000 Km2, fica neste mar. Agora descobrem mais problemas: nada menos que 1,6 milhões de toneladas de armamentos nazistas foram despejados parte no Báltico, parte no Mar do Norte. Entre os armamentos, armas químicas e TNT. A matéria é da Deutsche Welle.
A herança maldita no Mar Báltico: câncer em peixes!
A DW abre alertando: “Alta incidência de tumores cancerosos em peixes pode advir de munições alemãs afundadas pelos Aliados após 1945. Ameaça ambiental também representa risco à saúde humana e tem prazo para ser removida.”
O Mar Sem Fim vive alertando que os mares sempre foram usados como lixeira da humanidade. Esta é apenas mais uma prova. Apesar do holocausto provocado pelo Nazi-facismo, e dos horrores da Segunda Grande Guerra, o mar poderia ter sido poupado. Já são suficientes os naufrágios irrecuperáveis causados pelo conflito. Mas, na época, além do imenso sofrimento, não se sabia ao certo os problemas que essas decisões poderiam causar. A prova é que nos anos 50 já na era nuclear, e até os anos 90, muito lixo radioativo foi depositado nos Oceanos pelos Estados Unidos, Rússia, e outros países que dominam a tecnologia. Para não citar os inúmeros testes nucleares em ilhas, atóis e o no mar, que provocaram contaminação até mesmo do mar brasileiro.
Báltico, incidência de câncer em peixes é 25% maior
“Cientistas alemães constataram uma incidência de 25% de tumores entre um tipo de linguado, a espécie Limanda limanda. Ela é encontrada numa área do Mar Báltico, próximo à cidade alemã de Kiel. Em outras áreas desse mar essa percentagem é de cerca de 5%.”
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“Não aconselharia ninguém a nadar no Mar Báltico”
A frase é de Diana S. Pyrikova, diretora da ONG Diálogo Internacional sobre Munições Submarinas (Idum, na sigla em inglês). Ela foi ouvida pela DW. Missão da organização: “promover a criação de um Tratado Internacional em todas as classes (biológicas, químicas, convencionais e radiológicas) de munições submarinas, para levar à limpeza de nossos mares e oceanos em todo o mundo.”
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‘À medida que as armas continuem a vazar o impacto ambiental pode ser mais grave do que se estimava’
Foi o que disseram os cientistas do Instituto Thünen de Ecologia Pesqueira, em conferência na cidade de Rostock. “Em comunicado à DW, o vice-diretor do Instituto Thünen, Thomas Lang, disse que a incidência de tumores deve “ser vista como local” para o Limanda limanda. Num estudo anterior com bacalhaus não se encontrou qualquer indicação de um incremento, afirmou. “No entanto,” diz a matéria, “outras fontes advertem contra os riscos para a saúde humana.” Uma delas é Diana S. Pyrikova. Segundo a DW, “Pyrikova aponta que certas substâncias que vazam no fundo dos oceanos, como TNT e componentes de armamentos químicos, têm sido relacionadas ao câncer. Ela se preocupa que, ao consumir regularmente os peixes afetados, os humanos possam estar acumulando cancerígenos.”
A DW diz que “segundo a agência de notícias DPA, outra equipe de pesquisadores da Universidade de Kiel registrou altos níveis de TNT entre os mexilhões. Eles crescem em torno das munições enferrujadas.”
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“Embora a maior parte da munição descartada fosse convencional, cerca de 40 mil toneladas continham substâncias de combate químico, como gás de mostarda, arsênico e fosgênio (gás lacrimogêneo e sufocante que ganhou terrível fama durante a Primeira Guerra Mundial).”
Apesar disso, “na conferência em Rostock, os cientistas explicaram que suas suspeitas de que a exposição ao TNT possa causar os tumores se baseiam em experimentos realizados em laboratório. Certos peixes podem ser mais suscetíveis. Depende da profundidade em que vivem e quanto tempo mantenham a água do mar dentro do corpo.”
Governos fazem corpo mole?
Segundo Diana S. Pyrikova, sim, os governos fazem corpo mole. DW: “As armas da Alemanha nazista foram afundadas no mar por ordem das Forças Aliadas, após a vitória sobre Adolf Hitler em 1945. A maioria foi parar em áreas profundas do Báltico, perto das bacias de Bornholm e Gotlândia. Parte foi também lançada em águas mais rasas. Os Estados Unidos, Reino Unido e França igualmente jogaram grandes quantidades de armamentos em suas costas.”
Pyrikova, declarou:
Muitos governos e Forças Armadas acham que é mais econômico deixá-las lá, e que a água salgada impedirá as substâncias químicas de se dissolverem, mas isso não é verdade
“Segundo a ONG, só restam de 25 a 30 anos para remover as munições, antes de estarem tão corroídas que não possam mais ser localizadas. E o pior é que seu conteúdo tóxico permaneceria na água e no sedimento no fundo do mar.” E, muito pior, segundo Pyrikova…
“Não há nenhum acordo internacional proibindo a eliminação de armas nos oceanos”
É o que diz a ONG: “atualmente não há nenhum acordo proibindo a eliminação de armas nos oceanos. E, segundo certos relatórios, algumas forças militares ainda adotam essa prática.”
Veja o absurdo. Apesar de tudo que já se sabe sobre os serviços dos oceanos, ainda não há uma proibição para a prática! Será possível que até hoje governos de países mais adiantados, como os da Europa do norte, ainda protelem a decisão de retirar os armamentos, e outros continuem a usar o mar como lixo? Como se vê, enquanto perdurar esta mentalidade os oceanos continuam a ser o mais ameaçado ecossistema da Terra.
Fontes: http://www.dw.com/pt-br/uma-heran%C3%A7a-indesejada-dos-nazistas-no-mar-b%C3%A1ltico/a-38894128; http://underwatermunitions.org/.
Fotos submarinas, veja as premiadas em concurso internacional
Ontem eram armas, hoje mais um tipo de lixo tóxico a destruir a natureza e a vida. A ONU poderia criar um fundo internacional, com a finalidade de financiar a despoluição dos oceanos, em todo o mundo. Quem suja mais , paga mais.