Golfinhos, bonitinhos mas ordinários

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Golfinhos, bonitinhos mas ordinários

Golfinhos, bonitinhos mas ordinários: o golfinho é amado pelas crianças e adorado por muitos adultos. São animais marinhos que podem saltar até cinco metros de altura. Fazem malabarismos, nadam a uma velocidade de 40 km/h e mergulham a grandes profundidades. A alimentação consiste basicamente de peixes e lulas e eles podem viver de 25 a 30 anos.

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Golfinhos, bonitinhos mas ordinários

Reputação dos golfinhos ninguém discute

A reputação dos golfinhos ninguém discute. São conhecidos como animais  inteligentes e amigáveis. Tudo isso é verdade.

Golfinhos, bonitinhos mas ordinários

Mas pouca gente sabe que os cetáceos também têm um lado obscuro. Marcado por assédio sexual, incesto e infanticídio. Há um imenso volume de estudos evidenciando a inteligência desses animais. Principalmente no golfinho nariz de garrafa.

Em um clássico, publicado em 1984, pesquisadores treinaram um fêmea chamada Akeakamai para imitar sons gerados por computador. As respostas  foram extremamente similares. Biólogos  relacionam os sons a objetos como argola, cano, cachimbo e bola. Akeakamai rapidamente descobriu a conexão e passou a fazer o som apropriado para cada objeto.

Aprendiz de vocabulário

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Golfinhos, bonitinhos mas ordinários

Depois desses testes, a golfinho Akeakamai tinha aprendido um novo vocabulário!

Golfinhos selvagens têm cada um seu próprio assobio

Os golfinhos selvagens têm cada um seu próprio assobio. Isso funciona como nome. Quando pesquisadores produziram versões sintéticas desses assobios, os golfinhos responderam como se soubessem que estavam sendo chamados.

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Cetáceos também reconhecem uns aos outros

Os cetáceos também reconhecem uns aos outros. Um estudo de 2013 revelou que golfinhos em cativeiro durante muitos anos, ou mesmo décadas, lembram os assobios. Em um caso, uma fêmea chamada Allie, vivendo no Brookfield Zoo, em Chicago, reagiu a uma gravação com os assobios de Bailey, um golfinho que não via há 20 anos.

Culto ao golfinho

Essa inteligência pode ter contribuído para uma espécie de “culto ao golfinho”. Mas, estudos já revelaram um outro lado desses animais. Um lado bem menos “bonitinho”.

“Golfinhos são muito inteligentes, mas assim como humanos podem ser desagradáveis e ardilosos”. A informação é de  Richard Connor, da Universidade de Massachusetts e codiretor da ONG Dolphin Research Alliance.

Época de acasalamento

Quando chega a época de acasalamento, golfinhos machos competem arduamente pelas fêmeas.

“Um evento deste tipo começa quando dois ou três machos tentam capturar uma fêmea”. “Os machos investem contra ela. Em uma perseguição, a agressividade se manteve por quase uma hora e meia e os golfinhos percorreram 7km”.

Em apenas uma de cada quatro perseguições as fêmeas conseguiram escapar.

Lançamentos de filhotes

Os esforços de fuga podem ser justificados por outra verdade sinistra sobre golfinhos: em 1996 e 97, os corpos de filhotes de 37 golfinhos nariz de garrafa apareceram em praias da Virgínia (assista estes animais pescando). À primeira vista nada parecia errado. Mas uma autópsia encontrou evidência de traumatismos severos.

Os ferimentos internos se concentravam na região da cabeça e do peito. Sem falar em lacerações em órgãos e fraturas em costelas.

Havia várias evidências do envolvimento de golfinhos adultos, em especial testemunhos de pesquisadores sobre incidentes batizados de “lançamentos de filhotes” por parte de golfinhos. Biólogos suspeitam que o que parece uma brincadeira pode ser também uma forma de machos adultos tentarem matar filhotes para que as mães voltem a ficar no cio.

Golfinhos ocasionalmente praticam incesto

Há ainda outra surpresa ligada ao acasalamento: um estudo de 2004 que investigou a paternidade na comunidade de Shark Bay revelou que golfinhos ocasionalmente praticam incesto. Um macho, chamado BJA, virou pai em 1978, mas em 1993 acasalou com a própria filha.

E você que pensava que tubarões eram assustadores…

Seis fatos assustadores sobre os golfinhos

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Golfinhos, bonitinhos mas ordinários

1. Golfinhos evoluíram da terra para a água

Há fortes indícios de que eles eram predadores em terra, que, enjoados da lentidão com que a gravidade os forçava a se locomover, foram migrando para a água. A base para essa teoria é o formato do embrião do golfinho, no qual é possível ver quatro membros querendo se definir. Os golfinhos, então, teriam passado a viver na água por cada vez mais tempo e os membros foram perdendo importância, o que caracterizou sua evolução.

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2. A Orca é um golfinho

As pessoas chamam a Orca de Baleia Assassina. Mas esse apelido é muito injusto. Porque ela na verdade não é uma baleia, e sim um golfinho.

3. Golfinhos são pervertidos

O golfinho é um dos animais mais ativos sexualmente no mundo. Tirando os primatas, é o único que faz sexo apenas por prazer. Apesar de uma gestação levar de 12 a 17 meses (dependendo da espécie) eles podem muito bem fazer orgias, se engajar com quantas parceiras e – pasmem – parceiros que encontram pela frente. Sim, existe até homossexualidade entre os golfinhos.

4. Golfinhos são caçadores malandros

Não resta dúvida de que o golfinho é um animal esperto. Em alguns aspectos, essa esperteza é esticada ao ponto de se tornar ardilosa, mordaz: eles são caçadores muito astutos. Agem em cooperação para caçar peixes. Um grupo pequeno de golfinhos consegue se posicionar bem de modo a encurralar facilmente centenas de peixes, garantindo uma refeição para todos do bando.

5. Golfinhos podem ser treinados para lutar

Existem histórias pouco divulgadas, durante a guerra fria, entre Estados Unidos e União Soviética. Uma delas, esquisitíssima, diz que os soviéticos venderam “golfinhos de combate” para o Irã.

6.Golfinhos são estupradores

Em 1997, cientistas americanos descobriram que os golfinhos possuem o hábito de abusar sexualmente de sua própria espécie.

Realmente depois de saber essas curiosidades a descrição cai como uma luva. Golfinhos, bonitinhos mas ordinários.

Reconstrução da Estação Comandante Ferraz

Comentários

6 COMENTÁRIOS

  1. Caro João, gostei muito da sua matéria e sinceramente não vejo nada de mal na correlação feita entre o comportamento dos cetáceos com o universo Rodriguiano. Em especial, a reflexão obsessiva sobre a condição humana da peça “Bonitinha mas Ordinária”…

    Admiro seu vasto repertório!

  2. Acho que não deveríamos utilizar conceitos morais, tais como “pervertidos”, “malandros”, “estupradores”, para classificar o comportamento dos golfinhos.
    Não é justo projetar nossa forma cultural de entender as relações para outro grupo de seres, que têm o seu próprio entendimento do mundo.

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