Cidades e gases de efeito estufa: a importância de reduzi-los
Estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que mais da metade (54%) da população mundial vive em centros urbanos. Em 2050, serão mais de dois terços. Hoje, o Brasil já supera essa projeção: são 76%, conforme dados revisados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As cidades são grandes emissoras dos gases de efeito estufa causadores do aquecimento global. O mesmo que provoca a elevação da temperatura e dos níveis dos oceanos, que pode deixar centenas de quilômetros de áreas litorâneas submersas mundo afora até 2050. Esta possibilidade coloca em risco a vida de mais de 300 milhões pessoas. Entre elas, cerca de 1 milhão de brasileiros, conforme estudo recém-publicado na Nature Communications.
Cidades, responsáveis por 70% das emissões globais
Mas é nas cidades que se concentra boa parte das esperanças dos especialistas para a redução das emissões. Bem como no limite do aumento da temperatura a 1,5°C sobre níveis pré-industriais, o que evitaria uma crise climática devastadora. “As cidades são tanto culpadas quanto vítimas das mudanças climáticas. Elas já são responsáveis por 70% das emissões globais de gases de efeito estufa relacionados à energia e por 65% da demanda global de energia. E ainda podem facilmente responder por mais de três quartos do uso de eletricidade até 2030. Cidades de economias emergentes, onde ocorrerá 95% do crescimento populacional até 2030, também serão responsáveis pela maior parte (70%) do crescimento na demanda de energia neste período”, acreditam Emma Stewart e Eric Mackres, do World Resources Institute (WRI).
Cidades, parte da solução para os desafios climáticos
O WRI é uma instituição sem fins lucrativos que atua em mais de 50 países. No Brasil o WRI está presente há mais de 12 anos. Ele se dedica a pesquisar e a promover estratégias para o enfrentamento de seis desafios que considera urgentes para a humanidade: cidades, clima, energia, alimentos, florestas e água. “Trabalhamos em parceria com governos, empresas e sociedade civil para desenvolver estratégias inovadoras a fim de impulsionar oportunidades econômicas e promover o desenvolvimento sustentável”. Na opinião de seus especialistas, “as cidades também podem se tornar parte da solução para os desafios climáticos”.
Mais de 10.000 cidades comprometidas com a redução de emissões
“Como funcionam hoje, ainda não são. Mas, como 75% da infraestrutura urbana que existirá até a metade do século ainda não foi construída, temos uma enorme oportunidade de projetar cidades mais eficientes. E assim evitar os piores efeitos da mudança climática. A boa notícia é que cresce a consciência de gestores públicos. Mais de 10.000 cidades e governos locais já se comprometeram a estabelecer metas de redução de emissões. A informação consta do relatório Coalition for Urban Transitions, produzido por 50 organizações comprometidas com uma economia de carbono zero. O relatório foi lançado durante a Cúpula do Clima da ONU, em setembro, em Nova York (Estados Unidos).
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O relatório afirma que as cidades podem reduzir 90% das emissões com tecnologias e práticas hoje disponíveis. “Incluindo economia de carbono em edifícios, transporte, eficiência de materiais e resíduos.” Ele sugere medidas de baixo carbono a serem utilizadas pelos centros urbanos que gerariam “retorno econômico significativo”. Uma cifra próxima de US$ 24 trilhões, em 2050. Além da criação de 87 milhões de empregos por ano, até 2030. Muitas dessas medidas de baixo carbono se pagariam em menos de cinco anos, incluindo iluminação mais eficiente, veículos elétricos, logística de frete aprimorada e gerenciamento de resíduos sólidos.”
Cidades zero carbono, mais competitivas
“As cidades de carbono zero oferecerão aos países uma vantagem competitiva, à medida que procuram atrair talentos e investimentos globais. Os países que não seguirem a transição para cidades com zero carbono, enfrentarão custos surpreendentes de inação. Os sistemas de alto carbono se tornarão inúteis ou inoperantes à medida que os mercados e as regulamentações evoluírem. Foi o que disse Lord Nicholas Stern, professor de Economia e Governo da Escola de Economia de Londres.
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Aliança com todas as esferas governamentais
O documento lembra que mesmo “os governos das maiores e mais poderosas cidades podem oferecer apenas uma fração do seu potencial de mitigação por conta própria”. É preciso uma aliança em âmbito estadual, regional e federal para se alcançar êxito na mudança para uma economia de baixo carbono. “Os governos locais têm poder direto sobre menos de 1/3 do potencial de redução de emissões em suas cidades. Os governos nacionais e estaduais têm poder sobre outro 1/3. Mais de 1/3 depende de diferentes níveis de governo trabalhando juntos para reduzir as emissões.”
Paris, planos ambiciosos de emissões zero até 2050
Entre as mais de 10.000 cidades comprometidas com a redução das emissões, encontram-se exemplos em todos os continentes, diz o relatório. Paris talvez seja a mais conhecida e com planos mais ambiciosos. A cidade planeja emissões zero até 2050. “Para isso, estabeleceu 500 medidas em diversos setores (construção civil, transportes, energia, alimentação etc.). Entre elas, está o objetivo de usar somente energias verdes (biomassa, eólica e solar). E banir carros a diesel até 2024 e todos os carros movidos a petróleo até 2030.
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A mudança do clima é tema de que nenhum prefeito conseguirá mais fugir, acredita a ONU. Em especial os de países em desenvolvimento, onde grande parte da expansão demográfica é prevista para acontecer. As cidades nesses países já enfrentam problemas com assentamentos de moradias informais. Sofrem com desmoronamentos de terras durante as chuvas, alagamentos, enchentes ou mesmo falta de água. Problemas que são agravados pela crise climática e tendem a piorar. Por isso, árvores no lugar de estacionamentos são bem-vindas. A criação de mais áreas verdes é altamente recomendada pela ONU para combater a crise. O Mar Sem Fim já escreveu sobre isso.
Copenhague, capital da Dinamarca é conhecida pelo ciclismo
O relatório Coalition for Urban Transitions ele também apresenta alguns cases. Entre eles, está Copenhague. A capital da Dinamarca é conhecida pela cultura do ciclismo. E também por um serviço bastante eficiente de transporte público, com ônibus, trens e metrô funcionando integradamente. Na cidade, mais de 40% das transferências entre as residências e os locais de trabalho são realizadas em bicicletas. Copenhague tem 375 quilômetros de faixas exclusivas para bikes. E planeja uma rodovia de 746 quilômetros para conectar as regiões mais próximas à capital. As bicicletas evitam o lançamento na atmosfera de 20.000 toneladas de carbono por ano. O governo cobra ainda impostos mais salgados para quem prefere carro. A média é de 1 automóvel para cada 2,8 habitantes.
Shenzhen, cidade chinesa eletrifica 100% da frota de ônibus
A China, um dos países que mais colaboram com as emissões de gases de efeito estufa (Conheça as metas de cada país no Acordo de Paris), também tem se destacado nos últimos anos nessa área. O país asiático aumentou recentemente a meta de 10% para 20% de veículos elétricos sobre o total da frota em circulação, em 2025. Veículos movidos à bateria estão entre as principais políticas de desenvolvimento da China. Por meio de estímulos fiscais, o país quer ganhar participação nesse mercado em âmbito internacional. Mais da metade dos veículos elétricos no mundo circula na China. O exemplo de cidade chinesa citada no relatório é Shenzhen. “Em 2018, Shenzhen tornou-se o primeira cidade do mundo a eletrificar toda a sua frota de ônibus.” A cidade é uma das maiores e mais modernas da China, com cerca de 12 milhões de habitantes.
Medelín e Santiago, exemplos em urbanização e transporte
Da América do Sul, o relatório cita dois exemplos: Medelín, segundo maior município da Colômbia; e Santiago, capital do Chile. Ele destaca, principalmente, as políticas de urbanização e transporte coletivo implantadas nessas cidades. Inclui nessa avaliação a melhor utilização das áreas já urbanizadas com a finalidade de mitigar riscos para a população mais pobre, que vivia em moradias e áreas degradadas.
Santiago, acesso à moradia e ônibus elétricos
“Mesmo com um crescimento em população urbana significativa, o país (Chile) obteve redução impressionante no seu déficit habitacional formal e o número de pessoas que vivem no campo caiu de 500.000 em 1996 para apenas 84.000 em 2011. A habitação também é comprovadamente acessível em relação às médias regionais e internacionais. Dois terços (da população) de Santiago podem comprar um lar formal, quando apenas um terço dos brasileiros pode fazer isso e menos de 10% dos argentinos.” Santiago também tem eletrificado a frota de ônibus de transporte coletivo, conforme artigo publicado no Boletim de Conjuntura do Setor Energético da Fundação Getulio Vargas (FGV), de setembro de 2019.
Santiago, cidade com mais ônibus elétricos fora da China
Desde o ano passado, o governo chileno tem investido em ônibus elétricos e já adquiriu 283 da fabricante chinesa BYD. Criada em 1995, a empresa já se tornou uma das maiores do mundo em veículos elétricos. A BYD tem 40 fábricas espalhadas em vários países. Incluindo duas em Campinas, interior paulista, onde produz ônibus elétricos e painéis solares. Com os ônibus chineses em circulação, 6% da frota de Santiago está eletrificada e livre de emissões. A iniciativa também garantiu à cidade ter a única linha de ônibus totalmente eletrificada da América Latina, até o momento. É ainda a cidade com mais ônibus elétricos no mundo fora da China, informa o WRI.
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Medelín, soluções criativas de transporte
Por seu lado, Medelín também passou por um processo de reurbanização considerado exemplar, pelo relatório Coalition for Urban Transitions. A cidade já esteve na lista das mais violentas do mundo e ficou conhecida como “a capital mundial dos homicídios. Hoje, ilustra bem também como é possível criar “soluções criativas de transporte”, diz o relatório. O investimento em linhas metrô, que transporta até 3.000 passageiros por hora, reduziu os tempos de transferência em até uma hora. “O metrô ajudou a conectar os mais pobres com oportunidades econômicas e sociais.” O metrô de Medelín transporta cerca de 256 milhões de passageiros todos os anos, com apenas uma fração das emissões de uma rede baseada em carro particular.
Cidades brasileiras, leis de combate às mudanças climáticas
O relatório não cita avanços no Brasil porque aqui as ações ainda ocorrem lentamente. Segundo um estudo da cientista social Fabiana Barbi, apenas sete cidades brasileiras têm leis de combate às mudanças climáticas. São elas Belo Horizonte (MG), Feira de Santana (BA), Palmas (TO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE). “As leis de Feira de Santana e Palmas não definiram metas. Mas a de Palmas, por exemplo, tem como finalidade regular projetos na área florestal e energética que visem à diminuição das emissões dos gases”, afirmou Fabiana ao blog da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
São Paulo, primeira cidade brasileira a elaborar Lei do Clima
Apesar de o número não ser expressivo, a pesquisadora ressalta que, no Brasil, foram os municípios que responderem primeiro ao desafio das mudanças climáticas. São Paulo foi a primeira cidade a aprovar uma lei com metas de redução de gases de efeito estufa, em 2009. Ela prevê a redução de 10% nas emissões anuais de poluentes. “A prefeitura aprovou a lei antes mesmo da política estadual e nacional, que também vieram no mesmo ano. Essa foi uma resposta positiva para acompanhar um movimento que estava acontecendo no resto do mundo”, observou Fabiana. O quanto essas leis saíram do papel ainda não é possível mensurar. Mas a prefeitura de São Paulo adquiriu 15 ônibus elétricos, segundo a empresa chinesa BYD.
São Paulo, 8 mil ônibus elétricos em dez anos
“Somente com a Lei do Clima de São Paulo, a SPTrans estima a entrada de 8 mil ônibus elétricos em 10 anos para poder entregar os objetivos do regulamento, de 2019 a 2028. O transporte público no Brasil tem uma média de 100 mil ônibus, com uma renovação de cerca de 20 mil, ou seja 20% ao ano. A meta da BYD é começar a trocar as primeiras frotas, a renovação acontecerá sozinha depois’ disse Adalberto Maluf, diretor de marketing, sustentabilidade e novos negócios da BYD, em artigo publicado no Boletim da FGV..
São Paulo, meta de reduzir 100% as emissões do transporte público
Segundo o WRI Brasil, São Paulo tem a meta de reduzir em 100% as emissões relacionadas ao transporte público até 2038. O WRI colaborou no plano de eletrificação da frota da capital paulista. “O WRI Brasiltrabalhou com a SPTrans, órgão responsável pela gestão do sistema de transporte público por ônibus em São Paulo, para criar cenários usando diferentes tecnologias, custos e emissões de ônibus”.
Frota elétrica reduz custos de operação
Maluf, da BYD, explica que “um ônibus elétrico custa quase o dobro de um modelo similar à combustão, mas em 10 anos de operação, o elétrico pode reduzir em até 20% os custos totais de operação. São Paulo encontrou um caminho inovador. O valor da bateria (50% do total) foi retirado do valor total do ônibus para ser depreciado como item operacional, igual ao item ‘consumo de diesel’. Assim, em São Paulo, os ônibus elétricos (sem a bateria) poderão ser depreciados do mesmo modo que os ônibus a diesel sem aumento de tarifas. E a bateria poderá ser alugada pelo valor economizado com o diesel (incluindo o custo da energia, em geral com energia solar fotovoltaica).”
São Paulo, emissões de 20 milhões de toneladas de CO2e
Desta maneira, a cidade colabora não apenas para redução de suas emissões, mas do Brasil. A capital de São Paulo emite sozinha cerca de 20 milhões de toneladas de CO2e (reunião de todos os gases que causam o efeito estufa) por ano. Se fosse um estado brasileiro, seria o oitavo maior emissor, conforme o Sistema de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg). Outra iniciativa da capital paulista é a ampliação dos pátios de compostagem. A prefeitura quer ampliar o número de pátios dos atuais cinco para 17 até o fim de 2020. O objetivo é tratar 100% dos resíduos das mais de 800 feiras livres que são realizadas a cada semana na capital.
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São Paulo, meta de reaproveitar ou reciclar 100% das embalagens
São Paulo ainda aderiu neste ano ao Compromisso Global da Nova Economia do Plástico. A meta da cidade é que 100% das embalagens plásticas possam ser recicladas ou reaproveitadas até 2025. O Compromisso Global é uma iniciativa da New Plastics Economy. Foi lançado em 2018 e é liderado pela Ellen MacArthur Foudation, em parceria com a ONU Meio Ambiente. Os objetivos, diz a ONU, “incluem eliminar embalagens plásticas desnecessárias e inovar a fim de garantir que 100% das embalagens novas possam ser reutilizadas, recicladas ou compostadas com facilidade e segurança até 2025”.
Ônibus elétrico: em Santos, Bauru, Maringá, Volta Redonda e Brasília
Maluf informa ainda que Santos, Bauru, Maringá, Volta Redonda e Brasília são outras cidades brasileiras que compraram ônibus elétricos. “Em média, cada ônibus elétrico em operação urbana reduz cerca de 1,8 tonelada de CO2 equivalentes, o que representa o plantio de mais de 11 árvores ao ano, além de evitar a emissão local de 118,814 kg de NOX e 1,152 kg de material particulado, os dois maiores vilões para a saúde pública. Esses valores se referem à comparação com ônibus movidos a diesel novos, Euro 5, com rodagem média de 6.000 km/mês.”
Indaiatuba, caminhões de coletas 100% elétricos
O executivo da BYD cita ainda outras cidades que estão escolhendo eletrificar suas frotas de veículos direcionados a serviços públicos como maneira de mitigar a poluição. “Indaiatuba, no interior de São Paulo, foi a primeira cidade do Brasil a ter caminhões 100% elétricos na coleta de resíduos da cidade, um pioneirismo inédito no país. Em setembro de 2019, a cidade do Rio de Janeiro inaugurou sua primeira frota, de 9 caminhões elétricos fazendo o serviço de coleta. Até o final de 2019, cerca de 15 caminhões elétricos estarão em operação na cidade maravilhosa, reduzindo a emissão de poluentes e gases do efeito estufa. E melhorando ainda mais a vida da população em geral e dos trabalhadores da empresa de limpeza urbana COMLURB.”
São José dos Campos, Guarda Municipal com frota 100% elétrica
Maluf destaca também a frota 100% elétrica da Guarda Civil Municipal de São José dos Campos, no interior paulista. “Após um ano de operação, a cidade anunciou uma economia de R$ 850 mil com combustível, após a substituição da frota a gasolina e álcool pela nova frota 100% elétrica. Antes da implantação do novo modelo, em julho de 2018, a Administração dispendia R$ 933,6 mil por ano com gasolina e álcool. Com energia elétrica para abastecer a frota de 30 carros, foram gastos no mesmo período R$ 156,6 mil. Com a frota totalmente elétrica, a Prefeitura deixou de emitir cerca de 400 toneladas de CO2 na atmosfera durante o primeiro ano de funcionamento do novo modelo. Esta ação equivale ao plantio de 2.800 árvores.”
Imagem de abertura: Agliberto Lima/Estadão
Fontes: https://nacoesunidas.org/as-cidades-de-todo-o-mundo-querem-ser-resilientes-mas-o-que-isso-significa/; https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/10/alta-do-nivel-do-mar-pode-afetar-mais-de-1-milhao-de-brasileiros.shtml; https://www.nature.com/articles/s41467-019-12808-z; http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-07/nova-proposta-de-classificacao-territorial-do-ibge-ve-o-brasil-menos-urbano; https://wribrasil.org.br/en/node/4418; https://urbantransitions.global/en/news/new-report-finds-national-governments-can-unlock-nearly-24-trillion-by-investing-in-zero-carbon-cities/; https://urbantransitions.global/wp-content/uploads/2019/10/Emergencia_-Clima%CC%81tica_Oportunidad_Urbana_Reporte_ES_Web.pdf; https://fgvenergia.fgv.br/publicacao/boletim-de-conjuntura-setembro2019; https://www.blogs.unicamp.br/naturezacritica/2018/12/10/so-7-municipios-brasileiros-tem-leis-de-combate-as-mudancas-climaticas/; http://www.byd.ind.br/; http://www.observatoriodoclima.eco.br/emissoes-brasil-caem-23-em-2017/; http://www.rio.rj.gov.br/web/guest/exibeconteudo?id=8843554; https://www.c40.org/press_releases/new-research-shows-how-urban-consumption-drives-global-emissions.
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