Cabeça de Hércules encontrada em naufrágio de 2 mil anos
Prosseguem os achados em naufrágios mundo afora. Como já frisamos, são consequências, sobretudo, dos avanços da tecnologia no que diz respeito à arqueologia submarina. Aos poucos a história do mundo antigo é revelada detalhe a detalhe. É definitivamente um período auspicioso. Um navio cargueiro da era romana, descoberto por acaso na ilha grega de Antikythera (atual Anticítera) há mais de 120 anos e considerado o naufrágio antigo mais rico do mundo, rendeu ainda mais tesouros nas explorações recentes, incluindo a cabeça de Hércules, de uma estátua do semideus, noticiou o Guardian.
Um modelo 3D digital preciso do naufrágio
Todos os grandes jornais do hemisfério Norte comentaram o novo achado. O Express.co.uk destacou a notícia com o título: “Tesouro ESPETACULAR é descoberto em naufrágio de 2.000 anos, incluindo um modelo de mármore com a cabeça de Hércules, além de outros itens impressionantes.”


Eles atingiram novo patamar no caso deste navio provavelmente dos anos 50 do primeiro século antes de Cristo. Em síntese, trata-se de uma galé do tempo em que o Império Romano começou a conquistar as colônias gregas no Mediterrâneo.
O naufrágio, conhecido desde o século passado, surpreendeu especialmente depois que cientistas criaram as primeiras fases de um modelo 3D digital preciso do local onde repousa o barco. Segundo a mídia, os pesquisadores usaram milhares de fotografias do fundo do mar. Aplicaram a técnica da fotogrametria, que pode ajudar na localização de novas peças.
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“Em 1900, [mergulhadores de esponja] retiraram a estátua de Hércules [do mar] e agora provavelmente encontramos sua cabeça”, disse o professor Lorenz Baumer ao Guardian. Baumer é o arqueólogo que supervisiona a missão com a Universidade de Genebra.
“É uma peça de mármore impressionante”, disse. E Baumer descreveu características que carregavam marcas de uma das grandes figuras heroicas da mitologia grega e romana. “Ela tem o dobro do tamanho natural e barba grande. Um rosto muito particular, além do mais, cabelo curto. Não há dúvida de que é Hércules.”
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Nesse meio tempo, e durante três semanas, a equipe de arqueólogos e mergulhadores trabalhou em profundidades de 50 metros. Em seguida, com o uso das imagens em 3D tiveram acesso a uma área nunca explorada anteriormente. Antes disso, o naufrágio já tinha rendido o que foi chamado de…
O primeiro computador analógico do mundo
Conhecido como Mecanismo de Anticítera e construído antes do nascimento de Cristo, o instrumento apareceu em 1901. Mergulhadores de esponjas o encontraram entre os destroços de um navio naufragado.
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Antes de mais nada, os cientistas levaram décadas para decifrar o enigma. Descobriram que a peça de bronze, cheia de engrenagens, rodas e mostradores, era um dos objetos mais sofisticados da Antiguidade. Servia para prever posições astronômicas e eclipses. Também funcionava como calendário e instrumento de astrologia.
‘Isso mudará a maneira como vemos as conquistas tecnológicas dos antigos’
Entretanto, para o professor Theodosios Tassios da Universidade de Atenas, a peça, acima de tudo, “foi o primeiro computador analógico. Isso mudará a maneira como vemos as conquistas tecnológicas dos antigos.”
Segundo o site www.inovacaotecnologica.com.br ‘A calculadora astronômica é um dispositivo de bronze que consiste em uma combinação complexa de 30 engrenagens. Os indícios indicam que a ‘máquina’ servia para prever eventos astronômicos, incluindo eclipses, fases da Lua, posições dos planetas e até mesmo as datas das Olimpíadas’.
Segredos finalmente descritos na Nature de 2006
A revista Nature descreveu os segredos do mecanismo em 2006. Segundo o estudo, o Mecanismo de Anticítera — fruto da engenhosidade dos gregos antigos — superava, em sofisticação tecnológica, qualquer outro invento criado por qualquer civilização nos mil anos seguintes.
O inovacaotecnologica.com.br informa que o computador mecânico permitia acompanhar os movimentos da Lua – inclusive recriando sua órbita irregular – , do Sol, de alguns planetas e, até mesmo, prever eclipses.

O grupo foi liderado por Mike Edmunds e Tony Freeth, da Universidade de Cardiff. Em comunicado, depois de decifrado o mistério, Edmunds declarou: “Trata-se de um dispositivo extraordinário, o único do tipo. Além da precisão para fazer cálculos astronômicos, tinha um lindo desenho. A maneira como projetaram as partes mecânicas é de cair o queixo. Quem quer que o tenha construído, o fez extremamente bem.”
Desde já, aguardamos as novas descobertas do naufrágio conhecido desde 1900 e que ainda nos surpreende.
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