Brasileiros mal compreendem os serviços dos oceanos

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Brasileiros mal compreendem os serviços dos oceanos

Uma nova pesquisa Oceano Sem Mistérios: A Relação dos Brasileiros com o Mar’ realizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com a Unesco e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), entrevistou 2.000 pessoas entre homens e mulheres. As idades variaram de 18 até 64 anos. Entrevistados de todas as classe sociais nas cinco regiões do País. Resultados? Nada alentadores. A pesquisa será apresentada na Conferência dos Oceanos, da ONU.

Oceanos

Oceano Sem Mistérios: A Relação dos Brasileiros com o Mar

Para começar, apenas 34% dos brasileiros entendem que suas ações podem afetar os oceanos. E, além disso, desconhecem que os oceanos são o pulmão do planeta.

A maior biodiversidade da Terra

Não sabem, igualmente, que os oceanos abrigam a maior biodiversidade da Terra. Estes, entre outros tópicos, reforçam dois problemas entre os muitos que temos: os brasileiros deram as costas para o mar. Isso, entretanto, não é novidade. E nosso ensino, que nunca foi suficientemente adequado, depois do atual governo ficou muito pior, embora não tenha sido o único período de mediocridade em Brasília.

Presidentes perderam a vergonha

Acima de tudo, há muito que nossos presidentes perderam a vergonha. Ao contrário, eles se gabam publicamente de seu obscurantismo. Depois do intelectual Fernando Henrique Cardoso, tivemos 13 anos de analfabetismo no poder, com Lula et caterva.

Em seguida, dois anos de alívio com Michel Temer; para mais quatro de pura burrice disseminada indiscriminadamente pelo mandatário e seu exército de brucutus nas redes sociais.

Cavalgaduras no ministério da Educação

Por exemplo, quem de nós (não jornalistas) seria capaz de, de bate-pronto, citar os nomes das cavalgaduras que sentaram-se na cadeira do ministério da Educação desde que Bolsonaro assumiu?

Um deles, mal falava o português. Outro, escrevia impressionante com a letra cê. E o penúltimo, recebia ‘pastores’ que cobravam propinas de prefeitos para liberar verbas para a…educação.

Logo, os resultados não poderiam ser diferentes, infelizmente.

A pesquisa e seus resultados

Segundo a Folha de S. Paulo, ‘Uma pesquisa inédita divulgada nesta terça-feira (28) indica que apenas 34% dos brasileiros entendem que suas próprias ações têm influência direta no oceano. Para 40% dos entrevistados, as atitudes individuais não têm qualquer impacto nos mares. Enquanto isso, 24% consideram haver repercussão indireta’.

Já o jornal O Globo destacou que ‘Quando mencionam qual o impacto direto dos oceanos, 14% da amostra se referem à poluição. Em segundo lugar, os entrevistados pensam em alimentação (12%) e 8% em mudança climática. Entretanto, só 4% citam oxigênio – apesar de os oceanos responderem por 50% do oxigênio que respiramos’.

O Globo ainda destacou que sobre a consulta a respeito das ações dos entrevistados e os impactos nos oceanos, para 34% sim, afetam diretamente.

Mas, ao mesmo tempo, 40% indicaram acreditar que não afetavam em nada a vida marinha. Contudo, para 45% dos entrevistados, o descarte incorreto do lixo é a maior ameaça. Enquanto isso, a poluição é apontada dessa mesma forma por 21% dos ouvidos. Outros 2% também citam a compra de produtos’.

Mudança de hábitos

Em quase todas as pesquisas sobre o meio ambiente a disposição para mudanças de hábitos é definitivamente das mais difíceis. Impera o comodismo até mesmo para aqueles que conhecem os problemas ambientais do País. Já comentamos diversas vezes a questão da Amazônia, por exemplo, tão conhecida e debatida.

Ao mesmo tempo, quase ninguém, mesmo os que se dizem ‘ambientalistas’, se preocupa com a origem da madeira ao comprar o material. Não por outro motivo, muitas espécies de madeira em extinção são vendidas facilmente nos maiores mercados nacionais.

Desta vez surgiu uma diferença

Porém, desta vez surgiu uma diferença destacada por O Globo: ‘De uma resposta que variava de zero a dez, sendo zero em nada dispostos a mudar hábitos pelo bem dos oceanos, a resposta foi alta. Uma média de 8,3 para alterar comportamentos em prol da saúde da vida marinha’.

Esta é, definitivamente, uma das boas novidades. Ao mesmo tempo, a revista Exame destaca outro ponto semelhante: a pergunta era se os entrevistados priorizam com frequência compras com menor impacto na natureza e no oceano, como embalagens de plástico, por exemplo.

Para 48% dos entrevistados a resposta foi positiva. Mas, para 22% a prática ocorre somente às vezes e, além disso, para 11% apenas raramente. Enquanto isso, o  porcentual de pessoas que nunca se preocupam com a questão foi de 18%.

Plásticos de uso único

Segundo a Exame, apenas 35% dos brasileiros afirmam sempre evitar o uso de canudinhos e copos plásticos descartáveis, enquanto 12% evitam a maioria das vezes e 20% somente às vezes.

Não nos surpreende. Apesar da pandemia de plástico nos oceanos, a mídia raramente aborda a questão. Enquanto isso, tudo que vem da ciência é demonizado desde 2019. E tem sido a ciência a maior voz a alertar sobre estes problemas e suas consequências.

Conferência dos oceanos da ONU 2022, apenas mais uma?

Comentários

1 COMENTÁRIO

  1. Como professor, costumo alertar meus alunos que a eles cabe a tarefa de consertar os erros cometidos por nós estúpidos adultos. Entretanto, minha esperança de que isso aconteça se desvanece logo no dia seguinte quando, ainda antes do sol nascer faço minha corrida diária pela areia da praia e me deparo com o rastro deixado por frequentadores noturnos, a maioria jovens. Um mar de copos e embalagens de plástico ou isopor. Infelizmente, apesar de continuar reiterando meu alerta, pouca esperança tenho que os erros serão corrigidos. Mesmo assim, obrigado pelo alerta.

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