Bola de futebol vira habitat de cracas e vence prêmio de fotografia

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Bola de futebol vira habitat de cracas e vence prêmio de fotografia da vida selvagem

Antes de mais nada, é uma foto que reflete com precisão a época em que vivemos, a tão falada, e ainda não adotada pelos cientistas, Era do Antropoceno. Isso significa lixo por todos os cantos do planeta. Do pico do Everest até o fundo das Fossas das Marianas. Era de zoonoses que deixaram os terráqueos trancados em casa por dois anos. Era da fervura, de perda de biodiversidade, das temperaturas extremas. Uma Era ainda de polarização, uns acreditam, outros não. Tudo isto está embutido na foto de Ryan Stalker: uma viajante bola de futebol vira habitat de cracas depois de, provavelmente, navegar do hemisfério sul até o litoral da Inglaterra. Não à toa, ganhou o primeiro lugar no prestigiado British Wildlife Photography Awards.

Bola de futebol vira habitat de cracas
Uma bola de futebol cheia de cracas ganha prêmio de fotografia da vida selvagem. A obra de Ryan Stalker foi batizada como ‘Ocean Drifter’.

O lixo e as correntes marinhas

E por que sabem que a bola veio do hemisfério sul? Porque no hemisfério norte não existe este tipo de craca. A viagem foi muito longa ou o ‘cacho’ de cracas não estaria tão grande.

Segundo o site do concurso, Ocean Drifter (nome da foto) é a fotografia de uma bola de futebol coberta de cracas abaixo da linha d’água. Acima da água há apenas uma bola de futebol. Mas abaixo há uma colônia de cracas. A bola de futebol acabou na orla de Dorset, depois de fazer uma enorme viagem marítima através do Atlântico. Ela voltou ao mar, depois, para ser fotografada.

Embora a bola seja um desperdício e não deva estar no mar, eu me pergunto sobre a jornada que ela percorreu. Desde inicialmente, ao se perder, depois passar um tempo nos trópicos onde as cracas são nativas e, talvez, anos em mar aberto antes de chegar a Dorset. No entanto, estes resíduos também trazem criaturas que podem sobreviver nas águas do Reino Unido, e tornarem-se espécies invasoras. Mais dejetos humanos no mar podem aumentar o risco de mais criaturas chegarem às nossas costas

O lado bom desta tragédia chamada lixo, é que a bola ficou famosa e está na capa de dezenas de revistas, jornais, e nas redes sociais. Quem sabe ela ajude a conscientizar que os oceanos não são a lata de lixo da humanidade. E que se nós não abrirmos os olhos, em breve ele poderá se tornar um imenso ‘sopão de rejeitos’.

Saiu na BBC

Conforme a BBC, a imagem superou mais de 14.000 inscrições de fotógrafos amadores e profissionais. O autor da fotografia, Ryan Stalker, também venceu na categoria Costa e Marinha.

“Acima da água há apenas uma bola de futebol. Mas abaixo da linha d’água há uma colônia de criaturas. A bola de futebol chegou pelas águas em Dorset, depois de fazer uma enorme viagem oceânica através do Atlântico”, diz Stalker.

A rede inglesa ainda conta que Max Wood ganhou o prêmio RSPB de Jovem Fotógrafo de Vida Selvagem Britânico do Ano por sua imagem de uma espécie de pato correndo por um lago enevoado ao nascer do sol. Este prêmio tem o apoio da Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) para incentivar os jovens a envolverem-se com a natureza.

pato correndo por um lago enevoado
Max Wood ganhou o prêmio RSPB de Jovem Fotógrafo de Vida Selvagem Britânico do Ano por sua imagem de uma espécie de pato correndo por um lago enevoado ao nascer do sol.

Baleia cinzenta, tida como extinta, foi vista no Atlântico

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