Berçário marinho na zona hadal – 6 a 11 mil m de profundidade

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Revelado berçário na zona hadal – 6 a 11 mil metros de profundidade

A zona de hadal, em homenagem a Hades, o deus grego do submundo, lugar para onde iam as almas dos mortos. Os cientistas decidiram nomear esta zona em homenagem a Hades porque é o submundo do oceano – com condições adversas. Estende-se de 6.000 metros abaixo da superfície a uma profundidade máxima de aproximadamente 11.000 metros na Fossa das Marianas. Esta parte dos oceanos é um breu, totalmente escura, com temperaturas ao redor dos 4ºC, e com uma esmagadora pressão superior a uma tonelada por centímetro quadrado. A pressão extrema e a escassa oferta de alimentos fazem com que haja menos espécies nestas profundidades. Porém, segundo o Message ToEagle, ‘a avançada tecnologia chinesa de exploração do mar profundo revelou que a zona hadal é um berço de maravilhas evolutivas. Criaturas como o caracol do hadal prosperam e formam ecossistemas únicos neste ambiente extremo’.

O mar profundo cobre 65% da superfície da Terra

O mar profundo cobre 65% da superfície da Terra, é frequentemente visto como um deserto biológico, e a parte menos conhecida dos oceanos devido ao altíssimo custo de exploração. Do mar profundo conhecemos apenas cerca de 5%. Mesmo assim, já estamos surpresos com novas descobertas a cada dia que passa.

zona hadal é onde vive o caracol do hadal
Caracol de hadal.

O caracol de hadal pode não parecer imponente ou impressionante à primeira vista. Pequenos e translúcidos, eles deslizam nas profundezas invisíveis. Esses pequenos peixes cor-de-rosa dominam sua parte da zona aérea, imperturbável pelo peso de esmagamento de 7.000 metros de água.

No novo estudo, a equipe do Prof. HE Shunping, do Instituto de Hidrobiologia,  revelou a história evolutiva e os mecanismos genéticos que permitem que os peixes de profundidade sobrevivam em condições extremas.

Por exemplo, organismos bioluminescentes que produzem e irradiam luz. Existem milhares de animais bioluminescentes, incluindo espécies de peixes, lulas, camarões e medusas. É mais uma estratégia de sobrevivência, como a capacidade de camuflagem dos polvos. Isso significa lançar luz sobre a forma como a vida resiste em tais ambientes.

O estudo baseou-se numa extensa amostragem feita pelos navios-mãe Tansuo Yihao (Exploration I) e Tansuo Erhao (Exploration II). Ambos estavam equipados com os submersíveis tripulados Shenhai Yongshi (Deep-Sea Warrior) e Fendouzhe (Striver), respectivamente.

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mapa da investigação chinesa da zona hadal
Mapa da investigação chinesa da zona hadal.

A amostragem abrangeu o Pacífico ocidental até ao Oceano Índico central.

Mais de sete mil espécies de micróbios

Das cerca de 7.000 espécies microbianas documentadas nas amostras, mais de 89% eram anteriormente desconhecidas. O estudo, publicado em 6 de março na revista Cell, destaca a surpreendente diversidade em um dos ambientes mais extremos do nosso planeta. A “notável diversidade” das amostras também se refletiu na genética dos micróbios, que revelou uma ampla gama de estratégias de sobrevivência.

Um dos outros estudos detalha como  os  anfípodes (pequenas criaturas semelhantes a camarões) podem prosperar nos ambientes extremos da zona de hadal graças a uma relação simbiótica com as bactérias. O outro sugere que os peixes que vivem mais fundo do que a 3 quilômetros abaixo do nível do mar têm uma mutação genética que os ajuda a mitigar o impacto do frio, da pressão e da falta de luz solar.

anfípode
Exemplo de anfípode.

Este último estudo também estima quando certas criaturas marinhas desceram pela primeira vez a tais profundidades. Por exemplo, os pesquisadores propõem que as enguias colonizaram os mares profundos há cerca de 100 milhões de anos, o que lhes permitiu sobreviver ao impacto do meteoro que dizimou os dinossauros e outras criaturas marinhas que habitavam águas mais rasas.

Lixo humano também é encontrado

Além dos micróbios, anfípodes e peixes, no entanto, os pesquisadores também encontraram lixo humano: sacos plásticos, latas de refrigerante, garrafas de cerveja e até mesmo uma cesta de lavanderia, de acordo com a Science.

Isso mostra uma vez mais, a ação nefasta produzida por uma Terra superpopulosa, com 8 bilhões de pessoas. Em outras palavras, o número de habitantes é maior que a capacidade do planeta sustentar vida. Assim, conseguimos a façanha de mudar o P.h. dos oceanos, jogamos lixo na atmosfera, e nas regiões mais profundas dos oceanos.

E ainda tem gente que não acredita…

Assista para saber mais

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