Ártico em perigo preocupa cientistas, saiba por quê
Como já comentamos, o Ártico esquenta ao dobro da taxa média do resto do planeta o que preocupa a comunidade acadêmica. As mudanças dramáticas no clima do Ártico e a rápida diminuição do gelo marinho afetam acima de tudo o clima em todo o mundo. Os cientistas acreditam que até o fim deste século não haverá mais a calota sobre o mar do Ártico. Mas agora, de acordo com matéria do The Guardian (2020), ‘cientistas encontraram evidências de que depósitos de metano congelado do Ártico começaram a ser liberados em uma grande área da encosta continental da costa leste da Sibéria’. Ártico em perigo preocupa cientistas, saiba porquê.
Ártico em perigo e o gás metano
Antes de tudo, o metano é um tipo de gás produzido pela decomposição de matéria orgânica, encontrado em depósitos de hidrocarbonetos, pântanos, e manto terrestre. Contudo, seu efeito para o aquecimento é 80 vezes mais forte do que o dióxido de carbono.
O metano do Ártico
Em geral armazenado em grandes depósitos de gás natural, no permafrost (solos permanentemente congelados) e em hidratos submarinos. Os depósitos no Ártico são como “gigantes adormecidos do ciclo do carbono”.
Adormecidos porque estão sob a terra, e a terra no Ártico era permanentemente coberta de gelo. Era… Agora, o Ártico está perdendo a capacidade de armazenar o gelo. A preocupação dos cientistas é que, ao ser liberado em grande escala, apresse ainda mais o aquecimento.
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O Ártico em perigo e o estudo sobre o vazamento de metano
Ele é conduzido por uma equipe internacional a bordo do navio de pesquisa russo R / V Akademik Keldysh. O Guardian entrou em contato com um deles, Örjan Gustafsson, da Universidade de Estocolmo: “Neste momento, é improvável que haja um grande impacto no aquecimento global, entretanto a questão é que o processo já foi efetivamente desencadeado. Este sistema de hidrato de metano da encosta da Sibéria Oriental foi perturbado e assim o processo estará em andamento.”
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Descoberta preliminar
Os pesquisadores disseram que ‘a escala de emissões de metano não será confirmada até que retornem, analisem os dados e tenham seus estudos publicados em um jornal revisado por pares’. Portanto, trata-se ainda de um alerta.
Recentemente publicamos um texto sobre o ponto de inflexão a que chegou o gelo que cobre a Groenlândia, igualmente uma prova do aquecimento mais rápido da região.
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Também publicamos matéria recente que informava sobre o aquecimento do Atlântico Norte tem sido o maior nos últimos 10 anos, e tudo isso contribui para o possível liberação em alta escala do metano do Ártico.
“A equipe de 60 membros do Akademik Keldysh, que ainda está no mar, acredita ser a primeira a confirmar que a liberação de metano já está ocorrendo em uma ampla área da encosta a cerca de 600 km da costa.”
“Em seis pontos de monitoramento em uma área de encosta de 150 km de comprimento e 10 km de largura, eles viram nuvens de bolhas liberadas de sedimentos.
Sibéria transformando-se no Novo México?
Outra publicação que abordou a descoberta é a revista Esquire que publicou: “Durante todo o verão, ouvimos histórias sobre como a Sibéria estava se transformando no Novo México.”
“A Sibéria sofreu incêndios florestais este ano que se podem ver da órbita da Terra. Isso intensificou a ameaça de maior liberação de metano. As temperaturas na Sibéria foram 5ºC mais altas que a média de janeiro a junho deste ano.”
Para a Esquire, “a causa mais provável da instabilidade é a intrusão de correntes quentes do Atlântico no Ártico oriental.”
Entenda o que significa a expressão ‘feedback positivo’
A expressão representa o temor dos cientistas. O site weather.com explicou: “O metano preso na região permanentemente congelada da região ártica é uma acumulação de centenas de milhares de anos de biomassa escondida da atmosfera. Conforme o aquecimento continua, a geleira derrete, liberando grandes quantidades de metano e causando mais aquecimento.”
“Chamam isso como ciclo de feedback positivo que reforça ainda mais o aquecimento global.”
O Ártico tem grandes quantidades de metano congelado e outros gases – chamados hidratos – em seus sedimentos nas encostas. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, se o hidrato do Ártico for desestabilizado, haverá um grande risco, já que este é um dos quatro cenários mais perigosos que podem causar mudanças climáticas abruptas no futuro.
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O derretimento do gelo marinho no inverno passado começou incomumente cedo, enquanto o congelamento deste inverno está atrasado, ainda não começou.
O mesmo problema existe no polo oposto. Há um vazamento de metano no Mar de Ross. Estima-se que a Antártica contenha até um quarto do metano marinho da Terra.
Os estudos no polo Sul começaram em 2016 mas só em 2020 vieram à tona. Apesar do perigo que representam, ao menos o vazamento na Antártica não é atribuído ao aquecimento já que o Mar de Ross não aqueceu de maneira significativa. Ainda é preciso esperar a conclusão do estudo para sabermos os motivos.
Imagem de abertura: Markus Rex/Alfred-Wegener-Institut.
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