Sobrepesca: problema mundial, você deve fazer sua parte

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Sobrepesca mata e desperdiça toneladas de vida marinha por ano

A animação demostra os problemas da sobrepesca no mundo.  Muito bem feita, curta e grossa, ela passa algumas informações importantes. A primeira é que somos 7.4 bilhões de pessoas que precisam se alimentar, sendo que 1,2 bilhão delas conseguem a proteína de que precisam nos estoques marinhos. Mas nos últimos 60 anos estes estoques diminuíram 90%!!

Tecnologia + pesca = sobrepesca

A animação não fala, mas é fácil descobrir a grande mudança destes últimos 60 anos: a tecnologia que rodeia o nosso dia a dia passou a ser altamente aplicada no esforço de pesca.

Antes da Segunda Guerra Mundial os pescadores não tinham esta ajuda: pescavam na lua certa e na maré precisa. Suas redes, puxadas a músculos humanos, eram pequenas. Não havia sonares que detectam os cardumes com precisão milimétrica, entre outros equipamentos.

Depois dos anos 50 do século passado a coisa mudou. Hoje os modernos barcos de pesca contam com imensas redes de arrasto capazes de abrigar 15 aviões Jumbo em suas malhas. Elas são puxadas com equipamentos hidráulicos…não há mais a necessidade da força humana.

E a cada vez que vêm a bordo trazem até 500 toneladas de peixes de uma só vez! Já os espinhéis, linhas que chegam a vários quilômetros de extensão, são responsáveis a cada ano por 1,4 bilhão de anzóis colocados nos nos mares!

Sobrepesca e 20 milhões de toneladas de peixes mortos inutilmente todos os anos

Mas tem mais: como já alertamos outras vezes, a pesca de rede não é seletiva. Para cada quilo de camarão, por exemplo, chegam a capturar 8 a 9 quilos do que os especialistas chamam de “fauna acompanhante”, em outras palavras, espécies não visadas que são devolvidas ao mar, mortas. A FAO estima que por ano 20 milhões de toneladas de peixes são mortos desta maneira.

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Fazendas marinhas: solução ou problema?

Voltando à animação, ela informa que 47% da demanda mundial por pescado vem hoje de fazendas marinhas. Mas elas, ao invés de resolverem o problema, pioram.

Por que grande parte dos peixes criados são carnívoros, se alimentam com farinha de peixe. Espécies até agora não pescadas, por falta de demanda, passaram a sê-lo para tornarem-se alimento nas fazendas criatórias.

Para produzir um quilo de ração são necessários 4 a 5 quilos de peixes. A conta não fecha!!! Recentemente mostramos a realidade das fazendas de salmão do Chile que sofrem também com poluição.

Todos somos responsáveis, por ação, ou omissão: faça sua parte

A sobrepesca é uma ameaça. Se você quer que seus filhos e netos vejam, ou possam comer peixes, é bom fazer alguma coisa.

E a única coisa que podemos fazer é pressão pública para que os governantes mundo afora tomem medidas corajosas e responsáveis e façam sua parte fiscalizando a pesca e criando áreas marinhas de proteção integral onde a pesca é totalmente vedada, única forma dos mares do planeta continuarem a abrigar vida.

Pelo menos um tipo de pesca não é ruim, ao contrário, pode ajudar muito. A pesca esportiva.

Conheça a história de mais uma espécie ameaçada de extinção: Bacalhau, o peixe que mudou o mundo

Comentários

9 COMENTÁRIOS

      • Beleza, Ricardo, muito obrigado. Vou mudar para o seu. Pelo visto vc gosta do tema, não? O que vc acha da possibilidade de colaborar com o site, mandando fotos, filmes (não mais que 2 minutos) que vc pode fazer com o celular, acompanhados de um pequeno texto explicando.Em seguida vc publica no Face e nos avisa. Assim, do Face mudamos a matéria pro site mar sem fim. Se todos que gostam do mar fizerem um pouco, imagina a quantidade de matérias que poderemos ter? Denunciando as coisas ruins, aplaudindo as boas, e assim gerando mais bons exemplos. Pense sobre isso. Em breve vamos abrir uma página no site exclusiva para os colaboradores. De uma olha nisso e diga o que acha:http://marsemfim.com.br/colabore-conosco/
        Abraços e até breve.

        • Olá João! Fico muito honrado com seu convite. Agradeço, aceito e posso te dizer que tenho bastante material para colaborar. Vou entrar em contato com você. Abraços! Ricardo

  1. Como tentar João não sou entendida no assunto mas sim apaixonada pelo mar. Fui assitindo aos pooucos o que acontecia em Ilha Bella, estive por lá 36 anos . Donosso terreno qdo compramos via-se cavalinhos marinhos ali no canal , quando saimos é o que está por todo o litoral do Brasil.

    • Regina: poucas pessoas sabiam até pouco tempo atrás. Acontece que hoje somos sete bilhões de pessoas, cerca de 50% delas vivendo em regiões costeiras, consumindo, produzindo lixo (cada um de nós gera por dia algo como dois quilos de lixo ou mais), usando materiais como o plástico, utilizando os automóveis que poluem os oceanos mais que os acidentes em plataformas de petróleo, ou acidentes em aquedutos (marinhos),etc. A maioria dos países do globo (cerca de 180) é pobre, não têm saneamento básico. Aonde vc acha que este lixo vai parar? Nos mares, é claro. Sem falar nos agrotóxicos e fertilizantes usados na agricultura nos vales dos muitos rios do planeta que, depois das chuvas, são empurrados, via enxurradas, para os mares. Além destes problemas há a tecnologia aplicada a pesca: cada vez se pesca mais sem dar tempo aos cardumes de se recuperarem. O resultado não poderia ser outro: os mares do nosso planeta estão “no limite”, não suportam mais tanta agressão. Este é o pepino. Só conseguiremos mudar esta situação se cada um fizer sua parte separando o lixo, usando automóveis só quando não houver outra opção, evitando material plástico, reciclando o próprio lixo, difundindo informação, alertando, cobrando o vizinho, etc.
      Não há solução “mágica”. “Messias” não existem fora dos textos bíblicos. Ou cada um faz um pouco, ou danou-se. Na minha opinião é isto. Esta é a razão deste site: alertar, difundir informação, procurar colaborar. Abraços, volte sempre!

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