Viagens marítimas transmediterrânicas na Idade da Pedra

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Viagens marítimas transmediterrânicas  Idade da Pedra são provadas

Os inúmeros lapsos da Educação em Pindorama fizeram com que muita gente ignore totalmente o papel da navegação na épica passagem do ser humano pela Terra. Quando o assunto são as primeiras navegações, a conversa desanda: a maioria simplesmente não acredita, isso quando se manifesta. No entanto, a navegação exerce, e ainda hoje mantém, um papel central na sociedade humana. Basta lembrar que os navios em alto-mar movimentam cerca de 90% do comércio mundial. Com o passar do tempo, surgem mais e mais detalhes dessa saga marítima. Cientistas estudam esses achados e publicam trabalhos que, com frequência, mudam a forma como entendemos a história. Acompanhar esse progresso quase diariamente é fascinante. A tecnologia — junto com a arqueologia submarina e outras disciplinas — impulsiona boa parte dessas descobertas. A mais recente delas trouxe provas de que as viagens marítimas em canoas, já na Idade da Pedra, realmente aconteceram.

esqueleto encontrado na Tunísia
Esqueleto encontrado na Tunísia. Imagem, Simone Mulazzani.

Afinal, desde quando o homem navega?

Uma imagem, encontrada em Valle, no fiorde de Efjorden, no condado de Nordland, parece ser uma representação em tamanho real de um barco feito de pele de foca, escreve Jan Magne Gjerde, um estudioso do Instituto Norueguês de Pesquisa do Patrimônio Cultural, no Oxford Journal of Archaeology.

Escultura de um barco, encontrada em Valle, no fiorde de Efjorden
Este traçado mostra a forma da escultura, que só é visível em determinadas condições climáticas. Jan Magne Gjerde / Oxford Journal of Archaeology.

A imagem, esculpida em pedra, foi datada como tendo entre 10 e 11 mil anos, portanto, é da Idade da Pedra.

A canoa Pesse
A canoa Pesse no Drents Museum.

No entanto, o primeiro barco jamais encontrado foi a canoa Pesse que remonta a cerca de 10.000 anos. Descoberta em 1955, na Holanda, a canoa foi trabalhada por machado a partir de um pinheiro escocês.

primeiras migrações humanas
As primeiras migrações humanas.

As viagens no Mediterrâneo

Os antigos caçadores-coletores da Europa podem ter viajado através do Mediterrâneo para o norte da África cerca de 8.500 anos atrás, sugere uma nova pesquisa.

Segundo a Live Sicence, cientistas coletaram o DNA antigo dos restos mortais de indivíduos da Idade da Pedra da região do Magrebe oriental. A área, que abrange a Tunísia e o nordeste da Argélia, revelou que eles podem ter descido, em parte, de caçadores-coletores europeus, de acordo com um artigo publicado em 12 de março na revista Nature.

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pesquisadores em Valle, no fiorde de Efjorden, no condado de Nordland,
Os pesquisadores em Valle, no fiorde de Efjorden, no condado de Nordland.

Os restos de um dos antigos humanos encontrados em Djebba, Tunísia, tinha cerca de 6% de seu DNA originário de ascendência caçador-coletor europeu. Estes resultados representam a primeira evidência genética clara de contato entre as populações da Europa e do norte da África. Elas mostram que os caçadores-coletores europeus e norte-africanos da Idade da Pedra podem ter interagido mais do que pensávamos inicialmente.

Descobertas arqueológicas

Para o Greek Repórter, descobertas arqueológicas há muito tempo indicam que os primeiros humanos na Europa e no norte da África interagiram. Ferramentas e tecnologias, como a técnica de pressão – um método de moldar ferramentas de pedra com força controlada – se espalham por toda a região.

Desenho de canoa.
Imagem, Nature.

Evidências adicionais surgem com a descoberta de obsidiana, um vidro vulcânico usado em ferramentas de artesanato, na Tunísia. O material corresponde ao que se encontra em Pantelleria, uma pequena ilha no Estreito da Sicília, e reforça a ideia de que o comércio e as viagens conectavam as costas norte e sul do Mediterrâneo.

Apesar da ausência de barcos dessa época no norte da África, segundo o Greek Repórter, canoas de base com idade semelhante encontradas no lago Bracciano, na Itália, indicam que as primeiras populações do Mediterrâneo dominavam as habilidades necessárias para a navegação marítima.

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