Tratado do plástico é bombardeado pela Arábia Saudita

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Tratado do plástico é bombardeado pela Arábia Saudita

Tão logo terminou a COP29, no Azerbaijão, delegados de 170 países foram para Busan, na Coreia do Sul, para a quinta rodada de negociações para um tratado do plástico. Esta deveria ser a última rodada a produzir o primeiro tratado juridicamente vinculativo sobre a poluição por plásticos. Mas, ao que parece, o apetite para acordos mundiais anda muito débil. A COP29 não alcançou uma solução para o financiamento da transição energética, e o tratado ainda não foi assinado. Depois de sete dias de conversa chegaram ao consenso de marcar uma próxima reunião para 2025. Enquanto isso, a indústria mundial continua produzindo meio bilhão de toneladas de plástico por ano.

Reunião do tratado do plástico, Busan, 2024
Imagem, ONU.

Busan, a maior reunião já feita

Segundo a AP News, esta foi a maior sessão com mais de 3.300 participantes do Comitê Intergovernamental de Negociação sobre Poluição Plástica. Havia delegados de mais de 170 países e representantes de quase 450 organizações.

A AP revelou que a questão mais controversa é a definição de um limite para a quantidade de plástico que as empresas podem produzir. Entretanto, o Panamá propôs um texto para o tratado, e mais de 100 países rapidamente manifestaram apoio à iniciativa.

Para o New York Times, sobre a mesa estava uma proposta que visava reduzir os milhões de toneladas de resíduos plásticos descartados a cada ano. E uma ampla coalizão de nações buscava dar um passo adiante e controlar a produção de plástico, com foco na restrição de plástico de uso único.

Essa noção ganhou força levando à rodada final de negociações em Busan, com até mesmo os Estados Unidos, um grande produtor de plásticos, apoiando provisoriamente o esforço liderado pelas Nações Unidas. Mas, diz o Times, em seguida veio a eleição de Donald Trump.

Agora, poucos esperam que os Estados Unidos assinem um eventual tratado. E com a oposição profunda de nações de petróleo e gás como a Arábia Saudita e a Rússia – que, como os Estados Unidos, produzem os combustíveis fósseis usados para fazer plástico – alguns delegados estão se perguntando se qualquer acordo é possível.

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Também tem havido uma forte resistência por parte de um punhado de nações que defendem um acordo não vinculativo sem restrições à produção do material.

Os principais exportadores de gás, como Rússia, Qatar e Irã, se reuniram este mês para preparar as negociações de Busan, buscando garantir que o papel do gás natural receba a devida consideração.

Até gigantes de consumo pedem o tratado

Ainda assim, gigantes do consumo como a Mars e a Unilever apoiaram um acordo mais forte. Ambas apelaram às nações para que elaborassem um tratado “que aborde todo o ciclo de vida dos plásticos.”

Segundo o Guardian, que também repercutiu o fracasso da reunião, nem todos estão pessimistas. Graham Forbes, o delegado do Greenpeace, disse que “estamos em uma encruzilhada histórica. A oportunidade de garantir um tratado de plástico que protege nossa saúde, biodiversidade e clima permanece ao alcance.”

Para o Guardian mais de 100 países apoiaram um texto preliminar que incluía reduções globais juridicamente vinculativas na produção de plásticos e eliminação gradual de certos produtos químicos e produtos plásticos descartáveis. Mas o jornal inglês confirma que a oposição da Arábia Saudita, Irã, e Rússia, ao corte na produção, impediu o sucesso da reunião.

É de se perguntar o que estes países esperam para chegarem a algum consenso, seja para o pagamento da transição energética, seja com o plástico que está sufocando o planeta. Como dissemos inúmeras vezes, a reciclagem do material é tão especial em detalhes que se torna quase impossível. Por isso, apenas 9% do meio bilhão de toneladas é reciclado anualmente. Resta ainda, aprender com Ruanda, o país que lidera o banimento do plástico no mundo.

A repercussão da retomada da análise da PEC das Praias pelo Senado

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