Tragédias: o que temos que aprender?

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Tragédias: o que temos que aprender?

As mudanças climáticas geram condições extremas no clima, que podem resultar em tragédias, principalmente quando não existem políticas públicas para seu enfrentamento. São Sebastião, município no litoral norte de São Paulo, que sofreu uma chuva histórica no ano passado, se encontra hoje, um ano após a tragédia, com um plano para a redução e prevenção de riscos de desastres ambientais. Este artigo é um alerta do Instituto Conservação Costeira.

Vija Sahy antes e depois da tragédia
Mais de um ano após a tragédia em São Sebastião, ICC retorna com as escolas para projeto de educação ambiental.

Programa “São Sebastião Resiliente”

O programa “São Sebastião Resiliente”, elaborado pela entidade ambientalista, Instituto Conservação Costeira, em conjunto com a Prefeitura Municipal, pode servir de inspiração para outros locais, a fim de torná-los mais seguros para a realidade das mudanças climáticas.

Na última década, 93% dos municípios brasileiros foram atingidos por algum tipo de desastre natural relacionado aos eventos extremos, mostra um levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Municípios.

A diretora executiva do ICC, Fernanda Carbonelli, esteve à frente da coordenação emergencial da tragédia em São Sebastião, e nos traz um paradigma da situação geral:

“A principal diferença entre os eventos não deveria estar apenas ligada às mudanças climáticas, mas, sim, na lição de casa que a natureza nos dá todos os anos e que relutamos em aprender”.

No início deste mês, o Rio Grande do Sul sofreu pelo segundo ano consecutivo fortes chuvas, que levaram a enchentes e destruição em quase todo o estado. A intensidade dessas chuvas, associada ao transbordamento de rios devido ao volume contínuo ao longo de dois dias, causando enchentes generalizadas, foi um dos principais fatores para a magnitude do desastre.

Avalanche
Deslizamento de terra na Vila Sahy, São Sebastião, fevereiro/ 2023. Foto: ICC.

A tragédia de São Sebastião

São Sebastião, cidade em que o ICC atua, também foi atingida por chuvas extremas em fevereiro de 2023. O município registrou mais de 700 mm de chuva em um período de 24 horas, quebrando recordes históricos e levando a enchentes e deslizamentos de terra. A quantidade de chuva, extremamente concentrada em um curto período, levou ao colapso do solo em áreas de risco, causando o desastre em tamanha magnitude.

As chuvas intensas em São Sebastião e no Rio Grande do Sul foram exacerbadas por diversos fatores, incluindo a vulnerabilidade das áreas afetadas, a falta de planejamento adequado e a degradação do meio ambiente, o que aumenta a suscetibilidade a desastres ambientais.

Um ano após o desastre no litoral norte de São Paulo, o ICC elaborou, em conjunto com a prefeitura municipal, um plano para tornar a cidade mais segura. Conheça o que está sendo feito em São Sebastião, e que pode inspirar outras cidades a se protegerem dos desastres naturais.

Equipe do ICC no Lançamento do Programa “São Sebastião Resiliente” 04/04/2024
Equipe do ICC no Lançamento do Programa “São Sebastião Resiliente” 04/04/2024.

Programa “São Sebastião Resiliente”

1. Cinturão Verde: criar e incorporar áreas verdes, como áreas de proteção ambiental e parques verdes, que ajudam a absorver a água da chuva, além de reduzir a temperatura urbana, promover a biodiversidade e contribuir para a qualidade de vida dos moradores.

APA Baleia Sahy
Imagem aérea da Área de Proteção Ambiental Baleia Sahy. Foto: ICC.

2. Planejamento Urbano Sustentável: mapear locais propensos a enchentes e deslizamentos de terra, que devem ser protegidos, e realizar um estudo com foco na segurança das áreas ocupadas, retirando pessoas das áreas de risco.

3. Infraestrutura de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais: investir em sistemas eficientes de drenagem e manejo de águas pluviais para reduzir o risco de inundações.

4. Restauração Ambiental de Áreas Degradadas: a vegetação ajuda a estabilizar o solo e a absorver a água da chuva. Quando esta vegetação é removida a água corre livremente, aumentando a erosão e o risco de deslizamentos. Por isso, a estratégia do ICC foi buscar acelerar o processo de restauração ambiental das áreas afetadas através do Projeto Restaura Litoral, com o patrocínio da Concessionária Tamoios.

drone semeia o morro
Projeto Restaura Litoral: restauração de áreas degradadas com drone. Foto: ICC.

Projeto Restaura Litoral: restauração de áreas degradadas com drone

5. Estimular a Participação da Comunidade e Investimento em Educação: o ICC conduz o Projeto Escolas Seguras, que visa a conscientização da população através da educação ambiental e climática. Este projeto, em parceria com o CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) tem levado este conhecimento para escolas públicas, para tornar crianças e jovens agentes da transformação.

educação ambiental
Projeto Escolas Seguras na Escola Municipal Henrique Tavares na Barra do Sahy.. Foto: ICC.

A diretora executiva do ICC complementa: “A chave para o sucesso é uma abordagem que coloque as pessoas no centro do processo de resiliência. As parcerias público-privadas também podem acelerar a implementação de soluções inovadoras”.

Para saber mais sobre o trabalho do Instituto Conservação Costeira, acompanhe as redes sociais da entidade ambientalista: https://www.instagram.com/institutoconservacaocosteira/

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