Praias brasileiras repletas de microplásticos, diz estudo

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Praias brasileiras estão repletas de microplásticos, diz estudo

Diversas universidades brasileiras estão conduzindo um estudo sobre a poluição dos mares por microplásticos. O Projeto MicroMar, do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), está coordenando essa iniciativa. Desde abril de 2023, Guilherme Malafaia, pesquisador, e uma equipe de pesquisadores têm viajado pela costa, coletando porções de areia e água do mar para avaliar a presença e composição de microplásticos nas praias brasileiras. Universidades estaduais e federais, incluindo a USP, a Universidade Federal de São Paulo, a FURG, USFC, UFF, e outras, estão contribuindo para o estudo. Mais de mil praias já foram visitadas, e espera-se que o número de amostras chegue a oito mil.

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Imagem, Projeto MICROMar.

Pandemia de plástico nos oceanos do mundo

O problema do plástico é gravíssimo e mundial. Não à toa, neste mesmo momento a ONU comanda uma reunião de cúpula na tentativa de conseguir tratado com um acordo juridicamente vinculativo.

Segundo o Marine Plastic Pollution, pelo menos 14 milhões de toneladas de plástico acabam no oceano todos os anos. Além disso,  o plástico compõe 80% de todos os detritos marinhos encontrados em águas superficiais até aos sedimentos do fundo do mar.

Já faz tempo que o plástico entrou na cadeia de vida marinha, matando milhares de animais. Ele está contaminando igualmente o corpo humano. Pesquisadores já encontraram microplásticos até mesmo no cérebro, embora ainda não saibamos todas as consequências

Comemos um cartão de crédito em plástico por semana!!

Em 2019, a Reuters divulgou um estudo recente do WWF International que afirmava que as pessoas poderiam ingerir o equivalente a um cartão de crédito de plástico por semana. A matéria enfatizava que essa ingestão ocorre principalmente na água potável, mas também através de fontes como mariscos, que as pessoas tendem a comer inteiros.

Se é assim no mundo, no Brasil não seria diferente. Assim, o projeto do pesquisador goiano, Guilherme Malafaia, quer identificar e quantificar o microplástico com base na diversidade do litoral brasileiro, considerando a ocupação, turismo e características climáticas.

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De acordo com o jornal da USP, “a grande inovação do projeto, não é o estudo do microplástico, mas a extensão do trabalho”, destaca Marcelo Pompêo, professor do Departamento de Ecologia Instituto de Biociências (IB) da USP e um dos pesquisadores envolvidos.

O microplástico representa uma ameaça em potencial para o meio ambiente e à saúde de animais e humanos. Por essa razão, os esforços para encontrar e analisar tanto a presença quanto o risco que eles representam têm crescido.

“É necessário realizar essa pesquisa para preencher a lacuna de diagnósticos sobre o tema no Brasil”, destaca Malafaia. Apesar de as coletas estarem programadas para serem finalizadas apenas em maio, Malafaia afirma que as expedições já mostraram “que as nossas praias estão altamente poluídas por microplásticos. Em todos os estados, foi possível identificar partículas plásticas nas praias”.

1190 praias já foram visitadas

Em expedições, o projeto MICROMar já passou por 1190 praias, tendo como único critério de escolha a possibilidade de acesso por terra. “Buscamos realizar coletas em um maior número possível de praias de modo a permitir a inclusão de áreas com diferentes características, apresentando variações de aspectos e indicadores, que serão importantes para relacionarmos com os níveis de poluição microplástica na costa brasileira”, conta Malafaia.

Microplásticos em praias brasileiras
Imagem, Projeto MICROMar.

Brasil o quarto mais produtor de plástico do mundo

Segundo o Green Mach,  O problema dos resíduos plásticos no Brasil é uma questão premente que exige atenção urgente. O Brasil,  quarto maior produtor mundial de resíduos plásticos, fica atrás apenas dos EUA, China e Índia. Ele produz cerca de 11,3 milhões de toneladas por ano, dos quais apenas 1,28% são reciclados. Isso significa que uma quantidade significativa de resíduos plásticos acaba em aterros sanitários, mal administrados ou no oceano, representando uma grave ameaça ao meio ambiente e à vida marinha. Dos itens de plástico de uso único do Brasil a cada ano, 13% são produtos como pratos, copos, talheres, sacolas plásticas e canudos, contribuindo para o problema dos resíduos plásticos do Brasil.

Com relação ao parágrafo acima, o único reparo está na referência à reciclagem. O texto afirma que “apenas 1,28% são reciclados”, sugerindo que essa baixa taxa se deve à nossa negligência. No entanto, já demonstramos que é quase impossível realizar a reciclagem de plástico.

Torcemos para que este estudo sirva para Marina Silva e equipe criarem uma política pública para o mar e o litoral brasileiro, até o momento abandonados pelo governo Lula. Muito pouco foi feito até agora, apenas o anúncio do ICMBio iniciando a fase das consultas públicas para possível criação do Parque Nacional Marinho do Albardão. Para um ano e meio de governo, é muito pouco.

VIII Classic Boat Festival, no Yacht Clube Paulista

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