Pinguins de Magalhães ameaçados pelo aquecimento global
Funcionários da Reserva natural Ilha Magdalena estão preocupados com o aquecimento que ameaça os pinguins de Magalhães. Segundo estudo, eventos climáticos extremos teriam matado jovens pinguins.
Ilha Magdalena, no extremo sul do Chile
Ilha Magdalena, no extremo sul do Chile, é um paraíso para dezenas de milhares de pinguins de Magalhães que chegam a cada ano para se reproduzir. Mas o aquecimento global é uma ameça tangível para a espécie, alertam os administradores desta reserva natural.
Com 85 hectares, a Ilha Magdalena, situada a 25 milhas náuticas (50 km) da cidade de Punta Arenas, no Estreito de Magalhães, tem 22 espécies de aves: 11 residentes e 11 sazonais, como o pinguim de Magalhães.
23 mil turistas visitam a cada ano o Monumento Nacional dos Pinguins
Cerca de 23 mil turistas visitam a cada ano o Monumento Nacional dos Pinguins, formado pela ilhota Marta e a Ilha Magdalena.
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O verão está demorando a chegar
“Atualmente, o que observamos é que o verão está demorando a chegar e se estendendo até março. As mudanças climáticas estão provocando um aumento nas populações de gaivotas, isso é certo. Seria preciso fazer um estudo de longo prazo para relacionar este aumento com uma diminuição na população dos pinguins. O prognóstico é que no futuro podem vir a ameaçar os pinguins’, admite Neftali Aroca, administrador do Monumento Nacional dos Pinguins, em entrevista à AFP.
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Estudo publicado no periódico científico “Plos One”
A informação confirma o alerta feito por um estudo publicado em janeiro no conceituado periódico científico “Plos One”, segundo o qual eventos climáticos extremos, como calor anormal e chuvas fortes teriam matado um grande número de jovens pinguins de Magalhães.
Este estudo, realizado ao longo de 27 anos em Punta Tombo, sul da Argentina, indica que uma média de 65% de filhotes morrem anualmente: 40% de fome e 7% devido às mudanças climáticas.
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A cada ano, os pinguins de Magalhães fogem do frio para passar o inverno nas águas quentes do litoral brasileiro.
Pinguins de Magalhães viajam 4 mil km da Ilha Magdalena até o Brasil
Assim que se tornam grandes e fortes o suficiente para nadar, viajam cerca de 4 mil km da Ilha Magdalena até o Brasil. Durante o inverno, eles permanecem sobretudo no litoral de Santa Catarina (sul), mas não é raro ver um ou outro pinguim desgarrado ser resgatado mais ao norte, nas praias do Rio de Janeiro (sudeste).
Em meados de agosto, eles fazem a viagem de volta, descendo pelo Uruguai, passando pela Argentina até o Estreito de Magalhães, que divide os oceanos Atlântico e Pacífico, para chegar à ilha.
Pinguins de Magalhães vêm para a ilha cumprir seu ciclo reprodutivo
“Os pinguins de Magalhães vem para a ilha cumprir seu ciclo reprodutivo. Começam a chegar em setembro, perto do verão, para aproveitar os dias mais longos necessários para chocar os ovos e cuidar dos filhotes”, explica a cerca de 200 turistas Valéria Sánchez, que há cinco anos trabalha como guia em uma das várias empresas locais que oferecem viagens à ilha.
Filhotes dependem totalmente dos pais
Nos primeiros meses de vida, os filhotes dependem totalmente dos pais para alimentá-los, ensina-los a nadar e protegê-los de predadores. Eles permanecem nos ninhos até que as penas estejam prontas para que possam entrar no mar e ficar independentes.
“Entre fevereiro e março, eles começam a deixar a ilha, mas este ano partiram duas a três semanas antes. Parece que quiseram se antecipar para assistir a Copa no Brasil”, brinca Valéria. Elas explica que, na verdade, a antecipação se deveu a um amadurecimento precoce das aves nesta temporada.
Em família
Características dos pinguins de Magalhães
Monogâmicos, estes animais têm um único parceiro por toda a vida e podem viver até 25 anos.
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Os primeiros a chegar à ilha Magdalena são os machos. A eles cabe a tarefa de reconhecer o ninho escavado na terra na temporada anterior e reformá-lo, usando o que estiver ao seu alcance, como pedras e penas, para atrair a companheira. A espécie costuma usar o mesmo ninho todos os anos para se reproduzir.
As fêmeas chegam quinze dias depois dos machos e seus ansiosos companheiros começam a emitir sons similares aos de um trompete para que elas os reconheçam e o casal possa iniciar o período reprodutivo, que dura de 6 a 7 meses.
Fonte: France Presse