Oceanos: mais plástico que peixes em 2050

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Oceanos: mais plástico que peixes em 2050

Oceanos: mais plástico que peixes em 2050: caso você precise mais evidências sobre a extraordinária capacidade do ser humano em destruir o planeta, considere isso: se continuarmos na mesma toada, em 2050 os oceanos conterão mais plástico do que peixes.

Matéria publicada pelo site Huffingtonpost, em janeiro de 2016

A fonte é um relatório de 2016 do World Economic Forum e da Ellen MacArthur Foundation, que começa com um dado dramático ao destacar que

a mais confiável pesquisa, atualmente disponível, estima que atualmente haja mais de 150 milhões de toneladas de material plástico nos oceanos. Num cenário business-as-usual, o estudo indica que em 2025 os oceanos terão 1 tonelada de plástico, para cada 3 toneladas de peixes. Para 2050 haverá mais plástico, que peixes (em toneladas).  E a indústria de plásticos irá consumir  20% da produção total de petróleo e 15% do balanço de carbono anual.

Plástico: material ‘burro de carga’  onipresente na economia moderna

Em apenas 34 anos o lixo plástico dos oceanos vai ultrapassar o peso da quantidade de peixes! No estudo, o plástico é descrito como  o “material de burro de carga onipresente da economia moderna“. Pior  é o desperdício de substância que pode ser tão nociva ao meio ambiente. Depois de um ciclo de primeiro uso curto, 95 por cento do valor material de embalagem de plástico, ou US $ 80 bilhões a US $ 120 bilhões por ano, é perdido para a economia.

Plástico: produção mundial e reciclagem

A produção mundial saltou de 15 milhões de toneladas, em 1964, para 311 milhões em 2014. Segundo o estudo “é esperado que a produção dobre nos próximos 20 anos”. Apesar de ser usado em inúmeras funções, a maior delas são as embalagens plásticas. Atualmente 26% de todo o plástico produzido é usado em embalagens. E apenas 14% de toda a produção atual é reciclada.

Oceanos: mais plástico que peixes em 2050, imagem de um mar de plástico no mar
Oceanos: mais plástico que peixes em 2050. Preste atenção na imagem: há uma canoa em meio ao plástico (foto:opiniaoenoticia com br)

Oito milhões de toneladas de plástico vazam por ano nos oceanos!

Pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico – equivalentes a um caminhão de lixo por minuto- vazam para os oceanos por ano. A informação é do Fórum Econômico Mundial.

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Oceanos: mais plástico que peixes em 2050, projeção mostrando a produção de plástico em 2014 e em 2050
Oceanos: mais plástico que peixes em 2050. Projeção da Ellen MacArtur Foundation

Ainda há esperanças?

O estudo, com 36 páginas, “The New Plastics Economy: Rethinking the future of plastics“, também oferece esperança. Através da concepção de novos materiais, e desenvolvimento de novas tecnologias, a pesquisa mostra que é possível erradicar resíduos de plástico.

Atingir esta mudança sistêmica, diz a Ellen Mac Artur Foundation, vai  exigir maior colaboração” de empresas de bens de consumo, fabricantes de plásticos, empresas envolvidas na recolha e reciclagem e formuladores de políticas públicas. Dominic Waughray, do Fórum Econômico Mundial, disse em um comunicado

Este relatório demonstra a importância de desencadear uma revolução no ecossistema industrial do plástico, e é um primeiro passo para mostrar como transformar a maneira como o material plástico se move através da nossa economia.

Reciclagem é o caminho (em países ricos)

Atualmente apenas 14% de todo o plástico produzido no mundo é reciclado. Informação do Fórum Econômico Mundial. Para efeito de comparação a taxa mundial de reciclagem para o papel é de 58%. A do ferro e do aço atingem de 70% até 90% da produção mundial. Há um espaço para a melhora.

Oceanos: mais plástico que peixes em 2050, imagem de mergulhador cercado por plástico
Oceanos: mais plástico que peixes em 2050. Foto: pensamentoverde.com.br

E nos países pobres de espírito, e de economia tipo ‘Pátria Educadora’, como fica?

A matéria termina aqui. Então, pergunto: o cenário da melhora possível, acima descrito, é viável  de ser imaginado em países que desperdiçam suas oportunidades como o Brasil? Nosso atraso político, a educação  de baixo nível  me faz acreditar que não. Felizmente, em 2050, não estarei aqui para ver. Mas, quem estiver, vai conviver com problemas terríveis, como o do microplástico nos oceanos e na cadeia alimentar (nossa). O problema não se restringe às escolas. A mídia tem grande responsabilidade.

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