Dilma cria novas Unidades de Conservação marinhas

Dilma cria novas Unidades de Conservação marinhas

Alguns jornais desta semana trouxeram novidades: Dilma cria novas Unidades de Conservação marinhas. Parece que o resultado das eleições, e os 20 milhões de votos de Marina Silva e seu apoio à Aécio Neves, produziram consequências inesperadas: acordaram Dilma Roussef de seu sono profundo quanto à criação de novas Unidades de Conservação.

Dilma não criou nenhuma nova Unidade de Conservação até o momento

Como o Mar Sem Fim vem alertando, Dilma foi a única presidente a não criar nenhuma nova Unidade de Conservação desde que assumiu o mandato. As que surgiram em seu período na presidência foram iniciativas do Congresso. Agora, na iminência de não voltar à chefia do Executivo, Dilma finalmente agiu.

Diário Oficial da União informa: três novas Resex

Nesta segunda, 13 de outubro, o Diário Oficial da União informou que foram criadas três novas Unidades de Conservação marinhas no litoral do Pará. Uma outra foi ampliada. Nada mau, ainda que sejam Reservas Extrativistas, um tipo de UC criticada por uma ala dos ambientalistas, e também por este site.

UCs de uso sustentável: boa, ou má ideia?

E por que a crítica? Porque são áreas de “uso sustentável”.

De acordo com a definição do ICMBio as Resex “visam a conciliar a exploração do ambiente com a garantia de perenidade dos recursos naturais renováveis considerando os processos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável.”

Elas são criadas a pedido das populações tradicionais.

Alguns ambientalistas não acreditam que seja possível “conciliar exploração com garantia de perenidade”. Para eles as áreas protegidas, ou Unidades de Conservação, devem ser exclusivamente para a “conservação”, portanto, sem interferência humana.

Este é o pensamento de uma das correntes ambientalistas. Outra, os chamados “sócio-ambientais”, defendem o contrário.

Dilma cria novas Unidades de Conservação marinhas

Todas ficam na costa do Pará onde já existem nove Resex. Estão localizadas nos municípios de São Caetano de Odivelas, Marapanim e Magalhães Barata. Com este acréscimo o litoral do estado passa a ter 12 Unidades de Conservação. Todas do mesmo tipo. Sua localização é a região do Salgado Paraense,  área formada basicamente por manguezal, já consideravelmente degradado.

A ONG Peabiru diz que a  região “tem baixo índice de IDH, 95% da floresta de terra firme desapareceu, há forte pressão sobre recursos marinhos e baixo nível de atividade econômica.”

Problemas do Salgado

Segundo um estudo de Lorena Sena, ausência de saneamento básico, pesca predatória, destruição de áreas de mangue e disposição inadequada de resíduos, leia-se lixo, são alguns do problemas da região.

Pela lista pode-se inferir que dois deles têm sua causa na inação do estado: falta de saneamento e disposição de lixo. Já a pesca, e destruição de manguezal, dependem dos próprios moradores do entorno o que, a princípio, reforça a tese dos ambientalistas contrários à criação de novas Resex.

Antes da criação destas três novas unidades 28 mil famílias viviam da extração nas nove UCS existentes. Agora, com a vinda da Resex Mocapajuba (21 mil hectares), Mestre Lucindo (26 mil ha) e Guinarana (11 mil ha), serão 34 mil famílias.

A Resex ampliada é a de Araí- Peroba, em Augusto Correia que passou de 11,5 mil hectares para 62 mil hectares.

Terra, um planeta que cismamos em maltratar!