Navio de carga medieval encontrado em bom estado
Os pesquisadores de história marítima e da navegação estão exultando. Um navio de carga medieval acaba de ser encontrado na Estônia. Contudo, desta vez a glória não cabe aos arqueólogos submarinos em mais um feito extraordinário. Foram trabalhadores da construção civil que encontraram o navio de 700 anos sob as ruas da capital da Estônia, Tallinn. Peritos que acompanhavam o trabalho acreditam que seja uma Coca, possivelmente a serviço da mais que famosa Liga Hanseática. A Liga era um grupo de sindicatos de toda a Europa, que dominou o Mar do Norte entre os séculos XIII e XV.
Conheça a Coca
Este tipo de navio era a principal embarcação mercante do noroeste da Europa durante a Baixa Idade Média. Sua origem é nórdica, e as primeiras do tipo tiveram a influência do Knarr, um dos modelos Viking.
De acordo com o site especializado, medievalbritain.com, ‘Cocas são embarcações com um único mastro construídas com laterais íngremes e fundo plano. Parece ter evoluído na costa da Frísia durante o século XIV. Elas substituíram progressivamente os navios do tipo viking nas águas do norte durante o século XIII.
Segundo a Live Science, o navio não estava enterrado muito fundo e estava cheio de areia’.
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Segundo o marineindustrynews.co.uk ‘Esta área da capital costumava ser completamente submersa. Os incríveis restos do cargueiro medieval estão localizados a um metro e meio abaixo do nível da rua e na antiga foz do rio Härjapea, uma via navegável que não existe mais.’
‘Enterrado a aproximadamente 1,5 metros no subsolo, os restos do navio são de carvalho. Ele tem pouco mais de 24 m de comprimento com uma boca, o ponto mais largo, medindo cerca de 9 m.’
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Para Priit Latti, pesquisador do Museu Marítimo da Estônia, “A construção é, provavelmente, do início do século 14″, de acordo com uma análise dendrocronológica, um exame dos anéis de árvores encontrados nos restos de madeira, disse ele. E é, à primeira vista, muito semelhante a outros navios encontrados na Europa no mesmo período”
‘Desenterrado perto do Porto Velho de Tallinn há três semanas, foi um achado significativo para o arqueólogo Mihkel Tammet, que estava observando o projeto de construção.’
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Conheça o navio de guerra mais antigo do mundo ainda em serviçoNaufrágio com 3.300 anos muda compreensão da navegação no mundo antigoO último navio de Shackleton, o Quest, é encontrado“No momento, apenas a área da proa foi escavada; o porão de carga estava relativamente vazio. Agora as escavações se movem para a popa, que pode conter mais achados.”
Artefatos descobertos
A Live Science informa que ‘descobriram alguns artefatos. Entre eles um par de barris de madeira, cerâmica, ossos de animais, alguns objetos de couro e tecidos. Espera-se que o número aumente nos próximos dias, à medida que a parte traseira do navio for se revelando.
Enquanto isso, outra fonte, marineindustrynews.co.uk, acrescenta, ‘Artefatos, incluindo pedaços de sapatos de couro medievais, ferramentas e material de lã usado para embalagem estavam na embarcação.’
A descoberta de um navio em tão bom estado de conservação é importante sobretudo para ajudar historiadores e arqueólogos a aprender mais sobre a construção e o comércio naval na Idade Média, bem como sobre a vida a bordo desses navios.
“Para Tallinn, como uma antiga cidade mercantil, encontrar algo assim é um tesouro arqueológico”, disse Latti, especialista em estudar portos e navios. “O desenvolvimento de Tallinn está intimamente relacionado ao comércio marítimo e, embora saibamos muito sobre mercadores e mercadorias comerciais, ainda sabemos relativamente pouco sobre os navios que eles usaram.”
Esses navios, diz o site nationworldnews.com, já foram descobertos no passado. Por exemplo, em 1962 acharam o Bremen na Alemanha, ao passo que outro navio de carga medieval, de 2015, agora está alojado no Estonian Maritime Museum.
Tallinn capital da Estônia
Segundo o www.ancient.origins.net, ‘Um dos maiores portos do Mar Báltico, o porto de Tallinn, na Estônia, também é um dos mais antigos do norte da Europa, famoso como centro comercial entre Rurik Novgorod e a Escandinávia Viking.’
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E acrescenta que ‘O maior naufrágio de seu tipo operava na rede comercial que outrora se estendia da Rússia e da Estônia à Inglaterra. A descoberta, de maneira idêntica, foi acidental durante a construção de um prédio de escritórios na rua Lootsi, na capital da Estônia.’
“Nossa propriedade tem outro naufrágio do século 13, cuja localização é conhecida, mas o segundo veio de forma totalmente inesperada”, disse Tarmo Mill, porta-voz da construtora. “Faremos tudo o que pudermos para retirar esses destroços do solo, mas o que é triste é que a contribuição do Estado para preservar nosso patrimônio comum é inexistente”, acrescentou, reclamando do governo da Estônia por sua apatia em relação à importante herança.
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