Maior navio do mundo, no século 17, o galeão Padre Eterno foi construído no Brasil
Na segunda metade do século 17, foi fundado um estaleiro na atual Ilha do Governador, onde hoje está localizado o Aeroporto Antônio Carlos Jobim. Entre outras embarcações, este estaleiro foi responsável pela construção do galeão Padre Eterno, tido por muitos historiadores como o maior navio do mundo naquela época. A fonte desta informação é o livro “A muito leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”. A obra é do historiador Gilberto Ferrez. Além de escrever o texto, Ferrez também diagramou as páginas, selecionou as imagens e fez pessoalmente os contatos para obtê-las, tanto no Brasil quanto no exterior. A concepção do livro foi do colecionador Raymundo Castro Maya, e foi publicado em 1965 para comemorar os 400 anos da fundação do Rio de Janeiro.”
Importância da obra
O livro é tão relevante que, em 2015, houve uma exposição e reedição da obra. A respeito deste evento, o Estadão comentou: “Ferrez usou imagens icônicas do Rio, de pintores dos séculos 18 e 19, como Debret, Rugendas, Taunay e Victor Meirelles. Incluiu até fotografias de nomes pioneiros, como o de seu avô, Marc Ferrez, cujo trabalho é um dos mais importantes da segunda metade do século 19.”
Uma dessas gravuras, que reproduzimos abaixo, mostra o galeão Padre Eterno. E o jornal continua: “O livro foi um marco editorial durante as celebrações do quarto centenário da cidade, numa época em que a bibliografia sobre o Rio de Janeiro era escassa. A obra foi impressa em Paris.”
Para quem deseja debater sobre o número de tripulantes, sugiro que discuta com Gilberto Ferrez ou com o inglês Charles Boxer, um historiador, bibliófilo e professor de civilização portuguesa na London University. Boxer é autor de diversas obras, dentre elas ‘O Império Marítimo Português, 1415 – 1825’, publicada pela Edições 70. Em seu trabalho sobre o Rio de Janeiro, Gilberto Ferrez menciona que “foi o professor inglês Charles R. Boxer quem encontrou este documento inédito. Em uma conferência em Londres, ele comprovou a construção do galeão na Ilha do Governador.
Mais lidos
Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemCOP29, no Azerbaijão, ‘cheira à gasolina’Município de Ubatuba acusado pelo MP-SP por omissãoVerticalização em Ilha Comprida sofre revés do MP-SPMaior navio do mundo, no século 17, ‘made in Brazil’
De acordo com o livro, o ‘Padre Eterno’ era impressionante em suas dimensões: possuía seis pontes (ou conveses), 180 escotilhas (indicando a presença de 180 canhões) e tinha capacidade para transportar até 4 mil caixas de açúcar, cada uma pesando 680 quilos. A tripulação era composta por ‘3 a 4 mil homens’. Sim, você leu corretamente: ‘de 3 a 4 mil homens’. Embora essa informação possa parecer equivocada à primeira vista, é exatamente assim que está registrada no livro de Ferrez.
Outra obra aborda a construção de Padre Eterno
Outra publicação, mais recente, intitulada “Escravidão, volume 1”, de autoria de Laurentino Gomes, também destaca a construção do galeão Padre Eterno, enfatizando sua grandiosidade. No entanto, os dados apresentados diferem dos mencionados no trabalho de Ferrez. Segundo Laurentino, o galeão Padre Eterno tinha um peso de 2 mil toneladas, estava preparado para acomodar 144 canhões e ostentava um mastro imponente, esculpido a partir do tronco de uma única árvore. Este mastro tinha quase três metros de circunferência na base, tamanho suficiente para que, para abraçá-lo, fosse necessário três homens se juntarem de mãos dadas em volta dele. Infelizmente, Laurentino não fornece informações sobre a tripulação em seu livro.
PUBLICIDADE
Os ecos da construção do maior navio do mundo do século 17
Segundo Laurentino Gomes, “era um navio tão grande que especulações a seu respeito começaram a circular pela Europa antes ainda que deixasse o Rio de Janeiro. Em março de 1665, o jornal português Mercúrio Portuguez, de Lisboa, referia-se à construção, no Brasil, “do mais famoso baixel de guerra que os mares jamais viram”, despertando de imediato a curiosidade da comunidade diplomática local. Sete meses mais tarde, quando, finalmente, atracou no cais no rio Tejo, foi saudado com a seguinte notícia: ‘Veio nesta frota aquele famoso galeão… o maior que há hoje, nem se sabe que houvesse nos mares’.
Uma capela dourada no maior navio do mundo
Ainda por Laurentino: “Parte dos equipamentos tinha sido cuidadosamente fabricada por artesãos coloniais fluminenses. Incluindo as madeiras entalhadas e uma deslumbrante capela dourada, que acusou a admiração de dois padre capuchinhos italianos que o visitaram mais tarde no cais de Lisboa. O restante viera da Inglaterra, que então já despontava como a principal potência marítima do planeta. Mas ainda não tinha um navio daquele tamanho. A maior embarcação inglesa da época, o Sovereign of the Seas, pesava 1,5 mil toneladas, um quarto menos que o galeão brasileiro.”
Leia também
O custo do desperdício mundial e o consumismoVulcões submarinos podem ser a origem da lenda da AtlântidaConheça o navio de guerra mais antigo do mundo ainda em serviço‘Proeza da engenharia colonial brasileira’
Laurentino Gomes: “Essa proeza da engenharia colonial brasileira estava destinada a ser uma espécie de Titanic do século 17, na comparação do historiador Luiz Felipe de Alencastro. Apesar de suas gigantescas proporções, teria um fim trágico ao naufragar no oceano Índico algum tempo depois de passar por Lisboa, inaugurando a sina que seu congênere britânico do século 20 repetiria cerca de 250 anos mais tarde.
Mas sua existência era testemunho das ambições da elite escravagista brasileira no auge do ciclo do açúcar e às vésperas da descoberta do ouro em Minas Gerais. Estaleiros semelhantes aos da baía de Guanabara, responsável pela construção do Padre Eterno, funcionavam em vários pontos da costa brasileira.”
Salvador Correia de Sá e Benevides, o mandante da construção
Laurentino conseguiu identificar o mandante da construção. Para o autor de Escravidão, foi Salvador de Sá, também governador do Rio de Janeiro entre 1637 e 1661. “Um dos homens mais eminentes da história da escravidão no Brasil. Nascido no Rio de Janeiro em 1602, de mãe espanhola, filha do governador de Cadiz, Salvador de Sá pertencia à mais fina flor da aristocracia fluminense que emergia ao final dos dois primeiros séculos da colonização.”
Descendente de Mem de Sá
“Era descendente dos fundadores da cidade, Mem de Sá e Estácio de Sá. Seu pai, Martim de Sá, governou a capitania do Rio de Janeiro por duas vezes.” Laurentino diz que Salvador de Sá foi um dos maiores traficantes de escravos de então.
“Ele teria visitado as lendárias minas de Potosí, aos pés da cordilheira dos Andes, de onde era extraído o metal que dá nome ao rio. Graças à ligação com os mineradores andinos, criou uma rede de fornecimento de escravos de Angola para o Império Colonial Espanhol, acumulando um tesouro em moedas de prata.”
Não duvide de nossa então capacidade náutica
Não há dúvidas: o Brasil foi o mais importante centro náutico, e local de escala para as naus da Carreira da Índia. Aprendemos com os melhores mestres daquele período, os portugueses.
PUBLICIDADE
Vale conhecer nossa história náutica
A riqueza de nossa história náutica fascina e surpreende. Numerosas embarcações típicas ainda navegam por nossas águas, atestando essa riqueza. Elas exibem cores vivas, formas singulares e ostentam grandiosas e saudosas velas, acrescentando poesia e elegância ao nosso litoral. Estas embarcações são frutos da grandiosa epopeia náutica lusitana, uma história que, infelizmente, muitos ainda não conhecem ou celebram. De fato, algumas dessas embarcações têm suas raízes nas caravelas que chegaram ao nosso litoral no século 16.
Joshua Slocum: os marinheiros brasileiros e suas embarcações
Nosso complexo de país ‘vira-latas’ nos fez acostumar a dar crédito quando as informações vêm de fora. Pois bem. Se você não acredita em nossas habilidades náuticas, saiba que um dos maiores ícones da vela mundial, o comandante norte-americano Joshua Slocum, primeiro a fazer uma volta ao mundo em solitário, em meados do século 19, ‘babava’ pelo talento de nossos antepassados. Sobre a aptidão náutica dos brasileiros e suas embarcações ele escreveu (no prefácio de seu livro A Viagem do Liberdade):
Estas canoas, às vezes produzidas a partir de árvores gigantescas, habilmente modeladas e escavadas, são ao mesmo tempo a carruagem e carriola da família para o sítio, ou do arroz para o moinho. Estradas são quase desconhecidas onde a canoa está disponível; consequentemente, homens, mulheres e crianças são todos adestrados quase à perfeição na arte da canoagem. […] a navegação, portanto, é usada com grandes vantagens pelos habitantes quase anfíbios da costa, que amam a água e movem-se nela como patos e marinheiros natos. Até hoje idolatrei a honestidade dos nativos brasileiros, bem como a habilidade náutica nacional e a perícia com canoas.
Fontes: A muito leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro; A viagem do Liberdade, de Joshua Slocum; http://brasil.estadao.com.br/blogs/estadao-rio/livro-historico-sobre-rio-e-reeditado/; Escravidão, Volume 1, Globo Livros.
O autor foi claro-“os livros citam 4.000 homens”,e ele mesmo duvida,mas deixa assim para respeitar a fonte,o que parece correto.Os leitores,engenheiros ou curiosos,que façam suas contas e cheguem a suas conclusões,mas pra que criticas pesadas num bom artigo para leigos?É informação dominical,não curso de construção naval.Parabéns,Sr. autor.
Justamente José. Comentário cirúrgico. Parabéns
Acho que o autor quis se referir a 3 ou 4 mil homens que devem ter trabalhado na sua construção, o que também me parece exagerado. Seria impossível naquela época um navio navegar com 3 mil homens até mesmo por questões logísticas. Como você iria alimentar 3 mil pessoas durante 15 dias? Impossível.
História com H maísculo, desconhecia esta proeza do Brasil!
Interessantes a matéria do Sr. Mesquita e os dados acrescentados no debate, particularmente, para mim, a origem do topônimo Galeão conferido à ilha em que foi instalado o aeroporto internacional do Rio de Janeiro. Pena que alguns internautas tenham enveredadado para a desqualificação de outros debatedores e mesmo ofensas pessoais – o que não é aceitável entre pessoas presumivelmente civilizadas.
Perfeito! Também não entendo e não aceito esse descambo para desrespeitos, ainda que se discordem de alguns pontos de vista…
Fico pensando na tecnologia da época… hoje tudo é computadorizado, peças cortadas precisamente a laser, réguas, paquímetros e medidores diversos, vedações perfeitas, feitas com materiais HightTech.
Mas e naqueles tempos? Haja massa encefálica para “bolar” e produzir essas maravilhas!
Tem que usar mais o bom senso nas suas pesquisas. Veja como é fácil relendo os dois comentários acima. Abraços e obrigado pela interessantíssima reportagem.
Típico derrotismo tupiniquim. E “la nave vá” de um pobre país que não tem heróis
O maior navio francês do século dezoito tinha mil homens e 14 oficiais. ele era maior que esse aí. Os franceses tocaram fogo nele pra evitar que ele fosse capturado e os ingleses foram e recuperaram os canhões, que foram colocados em outros barcos. Puta humilhação. Lembro dessa estória de uma optativa que fiz na Poli, em outra vida, há quarenta e cinco anos atrás.
João meu caro, we re all on the line for this… You are mistaking my comments, in fact, I already have in my family and we are all treating with that. But anyways, nós somos uma experiência genética mal faldada, mais ou menos como os cockers ingleses. Então as chances com DNA editing são as melhores para todos nós, com qq deficiência genética. Com dinheiro que a sua família tem não vai precisar recorrer aos kits que a minha desprovida tem que. With all my heart and complete admiration for you and all your family, I did not mean to appeal or to offend you, trust me. Congrats on your post.
Too late, Animal, too late. Avoid appealing. It is very ugly, it shows prejudice and weakness
Excelente matéria, João. Sou formado em Eng, Naval (embora não exerça há décadas) e aprecio os seus artigos. A discussão a respeito de algumas informações enriquece a todos. Abraços!
Perfeito! Também não entendo e não aceito esse descambo para desrespeitos, ainda que se discordem de alguns pontos de vista…
Fico pensando na tecnologia da época… hoje tudo é computadorizado, peças cortadas precisamente a laser, réguas, paquímetros e medidores diversos, vedações perfeitas, feitas com materiais HightTech.
Mas e naqueles tempos? Haja massa encefálica para “bolar” e produzir essas maravilhas!
Marcos, ‘esclarecer futuros entusiastas’ é o que procuro fazer. Tento, porque alguns, mesmo com as fontes críveis citadas, cismam em discutir. Não discuto quando as fontes são confiáveis. Reproduzo na esperança de que elas esclareçam obtusos de plantão. Bem que disse de nosso complexo vira- latas. Quer prova maior que esta polêmica? “Ranços ideológicos”de quem mesmo?
Aloysio, já respondi outra mensagem como a sua. As fontes são duas: Charles R. Boxer, e Giberto Ferrez. Apenas as reproduzi.
Eu já conhecia essa história, e o Aeroporto do Galeão tem esse nome por causa do “Padre Eterno”. O estaleiro onde ele foi construído e lançado ao mar ficava no que depois veio a ser chamado de Ponta do Galeão, na quina sudoeste da Ilha do Governador, onde hoje é o complexo de pontes que dá acesso à ilha. A Ponta do Galeão recebeu esse nome por causa do “Padre Eterno” e o aeroporto, por sua vez, chamou-se assim porque o terminal original (atual Base Aérea) e uma cabeceira da pista ficavam próximos à Ponta do Galeão.
Antônio, abra os olhos, teimosia e ignorância andam de mãos dadas. As fontes aí estão, experimente pesquisar ante de desacreditar.
Marcos, quem disse que ela tinha 54 metros? Eu, não. As informações sobre o Padre Eterno são estas:”Padre Eterno era um colosso: seis pontes (ou conveses), 180 escotilhas (o que quer dizer 180 canhões). Podia carregar até 4 mil caixas de açúcar de 680 quilos cada. Sua tripulação era de 3 a 4 mil homens.” Tirada ipsis litteris, da fonte mencionada.
Marcos, se vc se considera entendido no assunto, discuta com os dois historiadores supra citados.
Pobre do país que não tem registros da sua história. Recentemente fui à Dinamarca e visitei o MUSEU VASA. Trata-se de um local que mostra o navio VASA recuperado “quase” que por inteiro, construído em 1611. Até então era a maior embarcação construída naquele país. Além da embarcação, existem documentos gerados na época sobre a construção, textos sobre o inquérito gerado pelo naufrágio, etc.
Até o momento desconhecia a existência da nau PADRE ETERNO.
Obrigado pela reportagem e informações.
Desculpem-me. O museu fica em Estocolmo – NORUEGA
Estocolmo é a capital da Suécia. O museu VASA é sensacional; quando eu o visitei, em 1998, já havia muitas atrações interativas, tanto para crianças quanto para adultos. Imagino que agora esteja ainda melhor.
Você esteve lá e nem soube em que país você estava? Sim, o Museu Vasa fica em Estocolmo, que é a capital da SUÉCIA. Nem Dinamarca, nem Noruega.
Edmundo: as informações da Antártica estão no site em textos, fotos, e filmes. Todas elas. Jamais estive em Washington na década de 90. E não apele, meu caro, um dia alguém de sua família pode ter o mesmo problema de saúde que encaro com total normalidade e tranquilidade. Shame on you…
O maior veleiro construído no Brasil recente é o “Tocorimé Pamatojari”, feito por amigos que vieram da Nova Zelândia e construíram o barco com uma planta do século 19 no meio da selva amazônica. Recomendo a todos que busquem pelo nome do veleiro no google, pois é realmente um belo barco.
João Lara Mesquita
para vc que é do mar, um livro sobre rios e canais:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeIrqIB2eH8trE7kPCtVLwalP5rxPuRhVh3w9PcszrsDuBypQ/viewform
abraços
Sílvio dos Santos
Muito obrigado, Silvio, grande abraço e volte sempre.
Gostaria de comentar que procurei o barco Liberdade, construído por Slocum no Brasil e com o qual ele retornou aos Estados Unidos após a perda do seu navio no litoral do Paraná. A informação que eu tinha era de que o Liberdade fazia parte do acervo do Smithsonian. Depois de muita pesquisa nos computadores do instituto, consegui a informação de que foi devolvido à família do Slocum por exigência dela. Parece que queriam negociar uma “venda” que o Smithsonian não aceitou.
Obrigado, Nadim, pela contribuição. Grande abraço
Que maravilha de embarcaçao!!! Que falha na nossa educaçao… Obrigada pela brilhante descoberta / informaçao. Nòs, velhos marinheiros e marinheiras, agradecemos muito! Abraços, Marta
Eu que agradeço, Marta, se não fossem vcs, o que seria do Mar Sem Fim. Bem- vinda a bordo! abraços
Ate me custa comentar tal aberracao!!!! É a nossa desconhecida história náutica?????
http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_Eterno
Oi, Luis, não entendi bem seu correio. E todo caso bem-vindo a bordo! Se vc acha que é “aberração”, ok, então é “aberração”. O fato de haver matéria sobre a Padre Eterno na Wikipedia não significa que seja um fato conhecido pela vasta maioria dos bruscas.
abs
Antes de mais nada parabéns, por ter isso tão bem registrado na memória, e por nôs mostrar este espetáculo da mãe natureza.
Poucos foram aqueles que antes de falar ou contar, foram lá para ver!
Parabéns João isso foi para poucos…
Abraço!
Martin Buelau
Pois é Martinbuleau, uma pena que não nos ensinam isto nas escolas, muito menos nas faculdades, mesmo aquelas dedicadas às ciências humanas.
Obrigado pela mensagem, abraços, e até breve!
Achei que essa tripulação de 3000 à 4000 pessoas exagerada! Está mais para 300 à 400!!!
Para operar 180 canhões vc precisa de mais de 400 pessoas.3 a 4000 tripulantes está correto
Antonio: de fato é surpreendente, mas o registro histórico é este: 3 a 4 mil tripulantes. A fonte secundária ( de onde tirei a notícia que está no meu livro Embarcações Típicas da Costa Brasileira) é a publicação “A muito leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”, editado pelo Banco Boavista em 1965. Ele diz: “É na obra de Helain Manesson Mallet, Description de L’Univers contenant les différents systèmes du Munde…Paris, 1683, que aparece a gravura aqui reproduzida ( a mesma do site), com a seguinte notícia: Tem 180 pés de quilha, seis pontes, 180 escotilhas e outros tantos canhões de ferro. Sua carga era de 4 000 caixas de açúcar, cada caixa pesando 1.500 libras e de 2.500 grosso rolos de tabaco; tripulação normal de 3 a 4 000 homens.”
abraços
Convenhamos que uma embarcação de 180 pés ou 54 m não comporta uma tripulação de 4000 homens, principalmente no seculo XVII
Obrigado João pelo artigo e pela referência. O livro de Mallet diz que “Il estoit ordinairement monté de trois à quatre mille hommes”, quem quiser pode consultar diretamente, eu copiei o link.
https://archive.org/stream/descriptiondelun01mall#page/256/mode/2up
Os especialistas podem discutir o que significa isso, eu não entendo do assunto e nem sei interpretar o que diz Mallet, não sei se esse número são marinheiros ou se é tropa. Apenas para comparação, a wikipedia diz que o Soleil Royal para uso militar tinha 120 canhões e 1200 homens, e o Kronan tinha 500 marinheiros mais 300 soldados.