Emissões globais: 36 empresas produzem metade dos GEFs mundiais

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Emissões globais: 36 empresas produzem metade dos GEFs mundiais em 2023

O Financial Times revelou que mais da metade das emissões globais de GEFs, ou gases de efeito estufa do mundo, em 2023, pode estar ligada a apenas 36 produtores de combustíveis fósseis e cimento. A revelação é do banco de dados Carbon Majors. Mesmo sendo empresas ligadas ao petróleo e ao cimento, a desproporção é imensa. Apenas 36 delas emitem metade dos gases de efeito estufa que provocam o aquecimento global, com empresas estatais representando 16 dos 20 principais emissores. Isso acontece num mundo com 8 bilhões de habitantes e milhares de empresas!

 Saudi Aramco campeã em emissões GEFs
Imagem, Saudi Aramco, a campeã em emissões de GEFs.

Não é preciso explicar por que as petroleiras emitem tantos gases de efeito estufa, os GEFs. Mas nem todos sabem que a produção de cimento também gera emissões em grande escala. Isso acontece porque o processo libera dióxido de carbono como subproduto da fabricação de clínquer, um intermediário essencial na produção do cimento. Durante a calcinação, o carbonato de cálcio se transforma em cal, seu principal componente, liberando CO₂. Além disso, a formação do clínquer exige temperaturas extremamente altas, o que aumenta ainda mais as emissões.

Saiba quem é quem nas emissões

Os cinco principais emissores estatais – Saudi Aramco, Coal India, CHN Energy, National Iranian Oil Company e Jinneng Group – representaram quase um quinto de todas as emissões globais em 2023. Enquanto isso, os cinco principais emissores de propriedade de investidores – ExxonMobil, Chevron, Shell, TotalEnergies e BP – representaram 5% das emissões.

Emmett Connaire, analista da Carbon Majors, disse que muitos casos de responsabilidade climática em todo o mundo estão sendo movidos contra empresas de propriedade de investidores. “Não há como processar as estatais porque estão sob controle direto dos Estados-nação”, disse Connaire.

Mais descobertas do relatório

De acordo com o Financial Times,  as descobertas são baseadas em um banco de dados que rastreia as emissões da produção e combustão de produtos de 180 dos maiores produtores de petróleo, gás, carvão e cimento de 1854 a 2023.

Os dados foram usados por ativistas em litígios contra produtores de combustíveis fósseis e ajudaram a moldar a legislação climática.

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GEFs: o carvão é o grande vilão

O grupo também descobriu que oito empresas chinesas foram responsáveis por 17% das emissões globais em 2023. Isso aconteceu em razão da contínua expansão do carvão, a maior fonte de gases de efeito estufa.

As emissões aumentaram mais na Austrália, Ásia e América do Norte, crescendo 11%, 6% e 3%, respectivamente, a partir de 2022. Em comparação, elas diminuíram 4% na Europa e aumentaram menos de 1% no Oriente Médio.

O Euronews, que também repercutiu, informou que o relatório também inclui dados históricos de 1854 a 2023, mostrando que, desde a Revolução Industrial, dois terços das emissões de carbono vieram de 180 empresas – 11 das quais não existem mais.

O Euronews também divulgou declarações de Emmett Connaire, da Carbon Majors: “A mais recente análise do banco de dados revela que, apesar dos compromissos climáticos globais, um pequeno grupo dos maiores produtores de combustíveis fósseis está aumentando significativamente a produção e as emissões”

E, completou: A gigante petrolífera Saudi Aramco liderou a lista como a empresa emissora mais alta em 2023. Se fosse um país, seria o quarto maior poluidor do mundo, depois da China, EUA e da índia.

Seja como for, nos parece injusto que 36 empresas possam causar tanto sofrimento para 8 bilhões de inquilinos do planeta, ainda que parte significativa deles usem combustíveis fósseis, ou não? Qual a sua opinião?

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