Emissões de metano têm aumento recorde
Uma nova investigação do Projeto Carbono Global – coligação que quantifica as emissões que provocam o aquecimento do planeta – revela que os níveis de metano na atmosfera estão acompanhando os níveis previstos pelos piores cenários climáticos. O metano retém cerca de 30 vezes mais calor do que o dióxido de carbono num período de 100 anos. Por isso, a aceleração das emissões tornará quase impossível que o mundo cumpra seus objetivos climáticos. O Washington Post assim abriu sua matéria: ‘As emissões de metano provenientes de combustíveis fósseis, atividades agrícolas e aterros sanitários tornarão impossível ao mundo manter um clima seguro, afirmam os cientistas’.
“Estas emissões adicionais de metano aproximam cada vez mais os limiares de temperatura”, afirmou Rob Jackson, cientista da Universidade de Stanford e presidente do Projeto Carbono Global. “O aquecimento que antes era inconcebível é agora talvez provável’.
Compromisso global 2021
O Live Science lembra que ‘a meta de 2021 do compromisso global de metano é ousada. O mundo deve reduzir as emissões deste gás em 30% até o final da década. Isso é para nos dar tempo vital para trabalhar na redução das emissões de dióxido de carbono.
No entanto, diz a Live Science, ‘a pesquisa mais recente mostra que as emissões globais de metano ainda estão aumentando rapidamente. As concentrações atmosféricas crescem mais rápido do que em qualquer outro momento desde que os registros começaram há cerca de 40 anos. E acrescenta: o metano tem um poder de fogo oculto – é 80 vezes mais eficaz que o CO2 em aprisionar o calor nas primeiras duas décadas depois de atingir a atmosfera’.
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Na atmosfera, o metano mistura-se rapidamente com o oxigênio e converte-se em dióxido de carbono e água. Em contrapartida, o dióxido de carbono, uma molécula muito mais estável, retém calor na atmosfera por milhares de anos até ser absorvido pelos oceanos e plantas.
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Com um tempo de vida curto e uma potência extrema, o metano se destaca como um excelente candidato para esforços de combate rápido às alterações climáticas.”
De onde vem o metano que vai para a atmosfera?
O relatório “Global Methane Budget”, ainda não revisado por pares, conclui que as emissões de metano causadas pelo homem cresceram até 20% entre 2000 e 2020. Com isso, agora representam pelo menos um terço do total de lançamentos anuais. O maior crescimento veio da expansão dos aterros sanitários. Depois, pela ordem, produção pecuária em expansão, do aumento da mineração de carvão e do aumento do consumo de gás natural.
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Brasil pega fogo, espanta o mundo, e Lula confessa: ‘não estamos preparados’Como anda a discussão sobre geoengenharia na mídia do exterior?O que aconteceria com o clima se parássemos todas as emissões?O Brasil participa com os aterros, e com a criação de gado. Um levantamento inédito elaborado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe) aponta que, mesmo com a determinação legal da extinção dos lixões, o Brasil tem hoje quase 3 mil em atividade.
Quanto ao gado, estamos ‘bem’ na foto. O Brasil segue os EUA com uma produção de 10,35 milhões de toneladas de carne bovina produzidas em 2022. O País tem um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, com cerca de 193 milhões de cabeças em 2024.
O Washington Post revelou que cerca de um terço das emissões causadas pelo homem vem da agricultura animal, particularmente carne bovina e laticínios. Bactérias nos estômagos de aproximadamente 1,5 bilhão de cabeças de gado (da Terra) geram grandes quantidades de metano à medida que ajudam os animais a digerir. Mais gás é liberado por micróbios à medida que quebram os bilhões de toneladas de resíduos que o gado produz a cada ano.
Metano liberado de lagos, pântanos e outros ecossistemas
Há muito já se sabia que o arroto do boi produz metano, portanto, isso não foi novidade. Contudo, o relatório traz uma novidade que preocupa: evidências de que as perturbações humanas aumentaram a quantidade de metano liberada por lagos, pântanos e outros ecossistemas.
Segundo o Washington Post, as medições de satélites dos últimos anos revelaram que as emissões cresceram mais 5% entre 2020 e 2023. Os maiores aumentos aconteceram na China, sul da Ásia e no Oriente Médio. Entre os principais emissores, apenas a União Europeia restringiu significativamente as emissões de metano nas últimas duas décadas.
Para Rob Jackson, presidente do Projeto Carbono Global, enquanto as liberações de metano continuarem a crescer, o mundo sentirá um aumento dramático e imediato da temperatura a cada ano que essas liberações continuarem a crescer.
O mapa do Our World in Data mostra as emissões de metano per capita, desde 1850 até 2022. Você ainda pode escolher por continentes no canto superior direito.
Imagem de abertura: Our World in Data
Descoberta subaquática do templo nabateu em Pozzuoli , Itália
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