Mares vazios, alerta o impressionante documentário
O documentário é impressionante e repete, mais uma vez, um alerta já batido no meio acadêmico: se a pesca industrial continuar na mesma toada, assim como a poluição que os 7.4 bilhões de “terráqueos” produzem, em pouco tempo nossos mares serão um enorme cemitério.Serão mares vazios.
Tecnologia aplica à pesca: desastre total e mares vazios
Alguns dos destaques: o professor Dr D. Pauly explica as conseqüências da tecnologia aplicada à pesca, como os sonares:
depois dos sonares os peixes não tem mais onde se esconder.
Mares vazios, alguns destaques
Os dados falam por si: de 1950 para cá a quantidade pescada anualmente quadruplicou. Hoje são 100 milhões de toneladas tiradas dos mares todos os anos.
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O filme usa a ironia para contar que várias companhias pesqueiras conseguem “selos sustentáveis” para suas atividades.
Dr. Pauly relembra que entre 10 a 15% das áreas continentais mundiais estão protegidas, mas menos de 1% do espaço marítimo recebe o mesmo tratamento.
Não me canso de repetir estes dados nas palestras, ou artigos que escrevo…
Acordos internacionais não cumpridos
O cientista explica que existem acordos em fóruns internacionais, como a ONU, onde os países se comprometeram a criar novas reservas marinhas excluindo a pesca, única forma de amenizar o problema.
Pauly diz que os Ministros de Meio Ambiente (entre os quais o do Brasil na época) concordaram com a meta de reservar 20% de seus mares territoriais para reservas ou parques. O objetivo inicial era 10% até 2010, e 20% até 2020.
Poucos cumpriram.
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Os malefícios do espinhel: 22 milhões de Kms de linhas nos oceanos!
O filme prossegue com dados acachapantes. Outra modalidade de pesca danosa é o espinhel, que consiste numa enorme linha jogada nágua com dezenas, centenas, às vezes, milhares de anzóis. Calcula-se que hoje nossos mares tenham algo como 22 milhões de quilômetros de linhas de espinhel, com milhares de anzóis que também não são seletivos. Eles fisgam de garoupas a tartarugas. Golfinhos, tubarões, e até mesmo aves marinhas.
40% do que é pescado é descartado, alguém duvida dos mares vazios?
Quer mais um dado? De acordo com o filme 40% de tudo que é pescado no mundo é descartado. É o que os especialistas chamam de “fauna acompanhante”, espécies não visadas que são jogadas ao mar, mortas.
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O filme menciona os “remédios” cuja matéria prima são peixes. Cita as cápsulas de óleo de peixe vendidas em farmácias mundo afora lembrando que peixes tem pouco óleo, menos de 3% de seu peso. E pergunta quantos são necessários para que se fabrique um litro de óleo…
Alerta de um membro do parlamento holandês
Vale a pena assistir e refletir sobre o alerta feito por Marianne Thieme, membro do parlamento holandês:
sem as pessoas os mares não teriam problemas.As escolhas que faremos agora vão determinar nosso futuro e o de nossos mares.
Todos os cientistas entrevistados aboliram o peixe de suas dietas.
E, você, o que vai fazer sobre isto, permitir mares vazios?
Assista o vídeo.
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Vamos ser vítimas de nossa própria ignorância, e não adianta falar na esquina, no supermercado. Ninguém entende a importância da preservação dos ecossistemas!
E só quando chegarmos a beira do abismo vislumbrando a tragédia vamos tomar um susto, talvez seja tarde! O que o cidadão comum pode fazer? Aqueles com consciência, cidadãos comuns se sentem impotentes.
Olá, Artur, bem- vindo a bordo do mar sem fim! O cidadão comum pode fazer muito. Compartilhar! Conversar com parentes e amigos, filiar-se a alguma ONG séria, sim, são poucas mas existem. E pressionar o poder público. Precisamos mais áreas marinhas protegidas. No Brasil apenas 1,5% do mar e zona costeira recebem esta proteção, apesar do país ser signatário do protocolo de Kyoto desde 1997. Ele propõe que cada país costeiro separe até 10% de sua zona costeira e mar territorial em áreas protegidas. Diversos países fizeram sua lição de casa, menos o nosso. Leia isso (http://marsemfim.com.br/oceanos/areas-protegidas/), veja quais países fizeram suas partes, e ajude a pressionar nossos mandatários. Só agora, com Zéquniha Sarney à frente do MMA começamos a avançar ainda que muito devagar. Precisamos muito mais! Abraços
bravo
Obrigado, Olga, grande abraço.