Educação climática nos currículos escolares a partir de 2025, uma boa notícia!
Em 2021 a ONU começou uma campanha para que todos os países membros tenham a educação climática em seus currículos escolares. Isso aconteceu depois que a UNESCO divulgou dados que revelaram que apenas 53% dos currículos educacionais nacionais do mundo mencionavam mudanças climáticas e mesmo quando o fazem é de modo superficial. Durante a COP26, em Glasgow, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO – divulgou que os sistemas de educação não lidam atualmente com a gravidade da crise climática.
Imagem, www.ecomena.org.
Está mais que na hora de incluir a Educação Ambiental como disciplina autônoma e obrigatória na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Afinal, os que mais vão sofrer as consequências são pessoas que nasceram nos últimos dois a três anos, e as que ainda estão por nascer.
Assim, esta ideia já foi defendida também por este site. As crianças precisam se preparar para o que vem pela frente. O que nós estamos vendo agora é apenas um aperitivo, infelizmente.
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Em maio de 2024 a Folha de S. Paulo publicou o artigo Futuro incerto exige educação climática já, de autoria de Mercedes Bustamante, professora titular do Departamento de Ecologia da UnB e membro da Academia Brasileira de Ciências. Ela alerta que os efeitos do aquecimento global permanecerão por um longo período, criando uma disparidade entre as gerações passadas, responsáveis pelas emissões, e as futuras, que enfrentarão seus impactos. As escolhas feitas hoje determinarão como as próximas gerações experimentarão um mundo mais quente e transformado.
Para Mercedes Bustamante, a mudança climática não é apenas um fenômeno científico. É também uma questão social complexa que exige mais do que o ensino de conteúdo. O “clima” envolve as ciências naturais, enquanto “mudança”, ou educar para a mudança, impõe o envolvimento das ciências sociais e humanas.
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Pois bem, a partir de 2025, as escolas brasileiras deverão trabalhar em sala de aula os temas mudanças do clima e proteção da biodiversidade, obrigatórias para alunos de todas as séries dos níveis fundamental e médio. Lula (PT) sancionou a Lei 14.926/24, que estabelece a diretriz, e publicou o texto no Diário Oficial da União em 18 de julho de 2024.
A nova lei modificou a Política Nacional de Educação Ambiental (Pnea — Lei 9.795, de 1999), acrescentando o estudo desses assuntos entre os objetivos da educação ambiental nacional.
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Especialistas defendem a inclusão de educação ambiental
Segundo a Agência da Câmara, o representante do Instituto Alana, João Paulo Amaral, a educação ambiental deve estar não apenas em todos os conteúdos educacionais, bem como na própria constituição física da escola e do território onde ela se localiza. Segundo ele, o Instituto Alana propõe um modelo de escolas baseadas na natureza.
Paulo Amaral foi ouvido em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados. Outros, como a especialista Mercedes Bustamante, também. A inclusão é unânime. O Todos pela Educação é outra instituição que defende a edução climática nas escolas.
Já a Coalização Brasileira pela Educação Climática ‘comprometida em promover a educação sobre mudanças climáticas no Brasil’. ‘A CBEC acredita que a educação é fundamental para que as pessoas compreendam e enfrentem os desafios das mudanças climáticas’.
Escolas públicas brasileiras em locais de risco
A situação é tão crítica que o Nexo Jornal lembra que mais de 700 escolas brasileiras estão em áreas de risco hidrológico. Enquanto isso, outras 1.700 estão em áreas de risco geológico. Cerca de 75% delas pertencem ao sistema público.
Entretanto, o Brasil não posa sozinho para esta foto. Dados do índice de risco climático para crianças do Fundo Internacional de Emergência Infantil da ONU (UNICEF) mostram que cerca de um bilhão de crianças vivem em países de risco extremamente alto. Isso é quase metade da população infantil global que pode perder o acesso à escolaridade quando as mudanças climáticas atingem o país.
Educação ambiental no mundo
Segundo a Deutsche Welle, em 2019, a Itália anunciou que se tornaria o primeiro país do mundo a tornar as mudanças climáticas uma matéria obrigatória no currículo nacional. As escolas agora são obrigadas a oferecer 33 horas de educação sobre o assunto todos os anos para crianças e jovens de 6 a 19 anos.
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Embora não seja obrigatório, todas as escolas secundárias da Nova Zelândia têm, desde 2020, acesso a materiais didáticos atualizados sobre as mudanças climáticas, escritos pelas principais agências científicas. Eles incluem tópicos como histórias de ativistas e como falar com os alunos sobre a ansiedade ecológica, que é o medo crônico da destruição ambiental.
Em 2019, o México também alterou sua Constituição para reconhecer a compreensão e a proteção do ambiente como um requisito do sistema educativo do país.
Matéria do Fórum Econômico Mundial cita ainda outros países que estão se mexendo. ‘O Camboja integrou a mudança climática em um novo e expandido currículo de ciências da terra para escolas secundárias superiores, introduzido em 2020′.
‘Alguns outros países estão se movendo em uma direção semelhante. O parlamento argentino aprovou uma lei nacional de educação ambiental abrangente em 2021. Exige que a educação ambiental seja ensinada nas escolas em todos os níveis de idade. Finalmente, os tópicos relacionados às mudanças climáticas são ensinados nas escolas primárias e secundárias no Reino Unido‘.