E se Kamala Harris & Tim Walz ganharem, como ficam as questões ambientais?

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E se Kamala Harris & Tim Walz ganharem, como ficam as questões ambientais?

Logo depois do desastre de Joe Biden no debate com Donald Trump, publicamos o post E se Trump ganhar, como ficam as questões ambientais? Fizemos uma curadoria na rede para ‘medir a temperatura’ e saber o que os especialistas imaginavam que seria um governo Trump, em plena era do aquecimento global totalmente fora de controle. Por seu ‘peso’ institucional e econômico, e por ser o segundo maior emissor de gases de efeito estufa (historicamente os EUA são o maior emissor), só ‘ganharíamos’ esta batalha se os EUA de fato abraçarem a causa. Como não poderia deixar de ser, a maioria dos experts estava cética quanto a um avanço com Trump. Agora, com a mudança de oponentes, fazemos o mesmo com a possível nova concorrente: E se Kamala Harris & Tim Walz ganharem, como ficam as questões do clima?

Kamala Harris e Tim Walz
Tim e Kamala. Imagem, www.newsoneng.com.

A mídia internacional, o clima, e Kamala Harris

De acordo com o relatório Tendências de Conflitos: Uma Visão Geral Global, em 2022 o mundo enfrentava 55 conflitos ativos, com 38 países afetados. Oito, desses 55, receberam a classificação de  ‘guerras’.

Contudo, vivemos outra guerra além destas e, neste caso, são todos contra um. Em outras palavras, todos os países do mundo lutando juntos contra o aquecimento do planeta. Por estes motivos é que a mídia internacional especulou como ficaria esta luta com um governo Trump, e agora faz o mesmo com Kamala Harris & Tim Walz, o escolhido para vice.

As análises que vimos foram unânimes em demonstrar um certo alívio caso Kamala seja eleita. A ABC News, por exemplo, lembra que como senadora, foi uma das primeiras a endossar o Green New Deal, um projeto não vinculativo para a transição do país para 100% de energia limpa dentro de uma década.

Segundo a ABC News, em 2019, como candidata a presidente, Harris revelou um plano para gastar US$ 10 trilhões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa com o objetivo de chegar a uma economia de emissões zero até 2045.

‘Energia limpa e a justiça ambiental são prioridades’

A Reuters, importante agência mundial de notícias, também está otimista. Segundo a agência, as posições climáticas e energéticas de Harris são semelhantes às do presidente Joe Biden. Mas ao longo de sua carreira, Harris deixou claro que a energia limpa e a justiça ambiental são prioridades.

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A agência também comenta as vitórias de Kamala Harris contra as grande petroleiras: Como procuradora-geral da Califórnia, Harris ganhou acordos multimilionários com as principais petrolíferas Chevron e BP por supostas violações de poluição de tanques de armazenamento de combustível subterrâneos. Ainda nessa função, ela investigou a ExxonMobil por enganar o público sobre as mudanças climáticas.

A Reuters diz que ‘ela é uma defensora da estratégia do governo Biden de expandir a energia eólica offshore e outras energias renováveis com leilões e subsídios de arrendamento. Isso contrasta com Trump, um impulsionador de combustíveis fósseis que criticou a energia eólica offshore e outras tecnologias de energia limpa’.

O New York Times, ícone mundial do jornalismo, também ressaltou medidas favoráveis ao combate às mudanças climáticas quando Harris era procuradora da Califórnia.

‘Ela perseguiu os poluidores como procuradora-geral na Califórnia e mais tarde assumiu posições ousadas como senadora, incluindo o patrocínio do Green New Deal’.

“Kamala Harris há anos tornou o meio ambiente uma de suas principais preocupações”

A frase acima está entre aspas porque foi escrita por Lisa Friedmann, para o NYT (22/07/2024). ‘A vice-presidente Kamala Harris há anos tornou o meio ambiente uma das principais preocupações. Ela já  processou os poluidores quando era procuradora-geral da Califórnia. Kamala aprovou até o New Deal Verde, o maior investimento climático da história dos Estados Unidos’.

‘No ano passado, informa o Times, a Sra. Harris voou para a cúpula climática global das Nações Unidas em Dubai, Emirados Árabes Unidos, onde disse aos líderes que “a urgência deste momento é clara. O relógio não está mais apenas correndo, está batendo. E devemos compensar o tempo perdido”.

‘Essa foi uma referência sutil ao ex-presidente Donald Trump, que fez dos Estados Unidos o primeiro e único país a se retirar do Acordo de Paris para limitar as emissões de gases de efeito estufa’.

“Tim Walz é um vigoroso defensor da nação no combate às alterações climáticas”

A frase acima é parte do artigo de Manuela Andreoni, que apresenta o vice-presidente aos leitores do New York Times (6/10). Tim Walz era professor antes de se eleger para o Congresso em 2006. Ele foi governador de Minnesota por duas vezes, e deixou uma marca ambiental.

Manuela nos conta como Minnesota afastou o carvão como combustível, trocando-o por energia eólica, solar e nuclear. ‘Durante anos, o carvão foi a principal fonte de eletricidade produzida em Minnesota, mas tem diminuído nas últimas duas décadas, segundo Nadja Popovich num guia interativo sobre como os estados produzem eletricidade. Agora, fontes de energia livres de emissões – incluindo energia eólica, solar e nuclear – fornecem mais de 50% da energia produzida no estado‘.

‘Walz está tentando acelerar ainda mais essa transição. Conforme relatado por Davenport, seus esforços colocam  Minnesota no caminho certo para fazer a transição para a energia limpa ainda mais rápido do que a Califórnia, que há décadas está na vanguarda dos esforços para enfrentar as mudanças climáticas’.

Como se vê, aparentemente, Kamala Harris fez uma boa escolha. O Times revela que ‘trabalhando com os Democratas na Legislatura Estadual, Walz conseguiu aprovar quase 40 iniciativas climáticas’. Em 2023, Walz assinou uma lei que exige que Minnesota gere ou adquira toda a sua eletricidade a partir de fontes eólicas, solares e outras fontes sem carbono até 2040, eliminando a poluição das centrais elétricas alimentadas a carvão e a gás.

O jornal informa ainda que Walz teve um bom aprendizado em Minnesota onde, ‘nos últimos cinco anos a seca foi tão forte que obrigou os criadores de gado a liquidarem alguns de seus rebanhos muito antes do previsto’.

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Os eleitores norte-americanos e o meio ambiente

Segundo Andreoni, as políticas energética, ambiental e climática não têm sido, historicamente, particularmente importantes para a maioria dos eleitores. A autora conversou com David Konisky, professor da Universidade de Indiana que estuda política ambiental e política dos EUA.

Para Konisky, ‘nos últimos anos, vários estudos descobriram que os eleitores favorecem políticas que apoiam fontes de energia limpas e acessíveis. E concluiu: No ano passado, por exemplo, uma pesquisa do Pew Research Center descobriu que 67% dos americanos priorizam o desenvolvimento de fontes de energia limpa em vez de aumentar a produção de combustíveis fósseis.

A Time Magazine considera que, nos últimos anos, Tim Walz tornou-se um dos comunicadores climáticos mais hábeis do país, ao mesmo tempo em que permaneceu relativamente desconhecido para o americano médio.

O reconhecimento é quase unânime na mídia norte-americana. A Bloomberg publicou ‘Como Tim Walz empurrou Minnesota para políticas climáticas agressivas’. No corpo do texto, Tim Walz, o governador de Minnesota, escolhido para se tornar o candidato democrata à vice-presidência, acelerou a adoção de energia limpa e produção de veículos elétricos em seu estado de maneiras que podem se tornar modelos para a ação federal’.

Portanto, quem acredita no perigo do aquecimento global fique tranquilo com a dupla Kamala & Tim. E só isso, neste momento distópico que enfrentamos, já é um alívio e tanto. Entretanto, o dia de ontem não foi assim tão terno. O  ‘lado burro’ do setor ambiental veio à tona no mesmo dia, quando desatinados ativistas vandalizaram a casa de Leonel Messi em Ibiza. Os beócios pretendiam chamar a atenção sobre “a responsabilidade dos ricos na crise climática”.

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