Ciência brasileira ressurge na Antártida, dois anos após incêndio
Ciência brasileira ressurge na Antártida: dois anos depois do incêndio que destruiu a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), em 25 de fevereiro de 2012, a ciência brasileira não só se recuperou da tragédia como vive seu melhor momento.
Jefferson Simões, pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador-geral do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera declarou:
…Matamos o mito de que o programa antártico brasileiro ia parar. O impacto foi mais psicológico do que científico
Pesquisas já estão 100% normalizadas
Segundo ele, as pesquisas já estão “100% normalizadas”. Com o apoio dos dois navios da Marinha – o Almirante Maximiano e o Ary Rongel – e da base provisória que foi montada sobre o heliponto da antiga estação, , já totalmente operacional, com cerca de 1 mil metros quadrados de área útil.
Mais lidos
Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemCOP29, no Azerbaijão, ‘cheira à gasolina’Município de Ubatuba acusado pelo MP-SP por omissãoVerticalização em Ilha Comprida sofre revés do MP-SPInstalações provisórias
“As instalações provisórias estão funcionando muito bem. Com boa infraestrutura para alojamento e necessidades básicas de pesquisa”, disse ao Estado a pesquisadora Rosalinda Montone. Ela é da Universidade de São Paulo, e vice-coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de Pesquisas Ambientais, que está agora na Antártida.
Expectativas: crescer nos próximos anos
A expectativa é de que o volume de pesquisas cresça nos próximos anos. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou em setembro o primeiro edital específico para o Proantar em quase cinco anos. O valor é de R$ 13,8 milhões. Vinte projetos foram aprovados, entre 63 que foram submetidos.
PUBLICIDADE
Ciência Antártica para o Brasil
Nos próximos meses deverá ser publicado também um plano de ação oficial, Ciência Antártica para o Brasil. Ele vai nortear as pesquisas do País até 2022. O documento, elaborado por um grupo de cientistas, já foi aprovado pelo Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas (Conapa) e aguarda apenas por uma revisão para ser oficialmente divulgado.
“Estamos trabalhando para tornar o Brasil um país de vanguarda em pesquisa na Antártida”, disse ao Estado a coordenadora-geral de Mar e Antártica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Janice Trotte Duhá. “Em 30 anos de Proantar, nunca tivemos um plano de ação como esse.”
Leia também
Geleiras do Alasca perdem 50 mil galões de água por segundoSexo entre pinguins continua a escandalizar até hojeMudanças climáticas: Ameaças de tsunami podem mudar as tendências de navegação no AlascaCiência brasileira ressurge na Antártida
A construção da nova estação Comandante Ferraz está prevista para começar no verão antártico de 2014-2015 e terminar no de 2015-2016, conforme estipulado na licitação que foi aberta para a execução do projeto. Como se sabe, este projeto atrasou. A nova base ainda está sendo construída.
HORIZONTE ABERTO
Se por um lado o Brasil perdeu uma estação de pesquisa fixa no solo, por outro ganhou um navio de pesquisa oceanográfica bem equipado – o Almirante Maximiano -, com capacidade para levar a ciência antártica brasileira muito além da Baía do Almirantado (onde fica a base), e um módulo de pesquisas remotas no interior do continente – o Criosfera 1, instalado 2,5 mil km ao sul da EACF.
Ciência brasileira ressurge na Antártida
“O programa antártico é muito mais do que a estação; estamos ampliando cada vez mais nossa área geográfica de atuação”, diz o glaciologista Jefferson Simões, que planeja a instalação de um segundo Criosfera para o fim deste ano. O módulo monitora continuamente uma série de parâmetros climáticos e envia os dados para os pesquisadores via satélite.
O navio, incorporado em 2009 pela Marinha, recebeu uma série de melhorias nos últimos dois anos. Entre elas, um guincho essencial para a realização de pesquisas geológicas, até em águas profundas, como as da Passagem de Drake, entre a América do Sul e a Antártida. Foram feitas coletas no Drake recentemente, a quase 4 mil metros de profundidade. “O navio foi equipado aos poucos e agora está maravilhoso”, elogia Vivian. “Estamos avançando de vento em popa, e devemos deslanchar mais ainda uma vez que a nova estação estiver pronta.”
Duas vidas perdidas no incêndio da base brasileira
“Com exceção das duas vidas que foram perdidas, eu diria que conseguimos apagar da história qualquer sentimento de perda relacionada ao incêndio”, diz a coordenadora-geral de Mar e Antártica do MCTI, Janice Duhá, lembrando, também, os dois militares da Marinha que morreram no combate ao fogo. A tragédia, segundo ela, criou um “momento de reflexão muito oportuno”, que acabou se revertendo a favor do Proantar, injetando vida nova no programa.
Todos os equipamentos de pesquisa perdidos no incêndio já foram repostos pelo ministério, num investimento de R$ 4,5 milhões.
Herton Escobar / O Estado de S.Paulo
Estou no momento em Ferraz para ficar um ano, posso garantir que o moral de todos esta elevadissimo tanto de militares quanto pesquisadores e nao poderia deixar de mencionar o pessoal do Arsenal de marinha que tanto nos apoia. Deixo aqui o lema antigo da ( DHN ) Diretoria de hidrografia e navegaçao. ( RESTARA SEMPRE MUITO QUE FAZER. ) FORTE ABRAÇO. 1SG CO SB MARCELO MIRANDA DE SOUZA.
Forte abraço, Marcelo, e muito obrigado pela mensagem.