Amazônia e queimadas, histeria coletiva

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Amazônia e queimadas, histeria coletiva

Quis o acaso que eu me encontrasse na Europa -em Portugal- quando explodiu o ‘escândalo’ das queimadas na Amazônia. Imediatamente corri às TVs para me inteirar. Por três ou quatro noites consecutivas, assisti os noticiários da BBC World, da RTP, Rádio e Televisão Portuguesa, e do canal TV5, de notícias francês. Foi um festival de desinformação. Amazônia e queimadas, histeria coletiva; é nosso assunto de hoje.

imagem de amazônia e queimadas
Imagem, Gabriela Biló/Estadão.

 O que está acontecendo no Brasil?

Esta era ‘a’ pergunta, independente da língua em que era formulada. Como já foi dito, ‘assim como em dezembro há o Natal, em julho e agosto, principalmente, há queimadas no Brasil’. Acontece em todo o mundo no período seco, e até na floresta amazônica úmida. Em Portugal, na Califórnia, e nas ilhas gregas, no período das secas  acontecem queimadas. Mas nenhum comentarista se lembrou deste porém nos noticiários que assisti. Mais uma prova dos perigos que rondam o agronegócio brasileiro.

O cacique na Europa

O canal de notícias TV5 chegou ao ápice de desperdiçar intermináveis minutos com imagens do cacique recebido por Macron. O que disse Raoni, só o francês sabe dizer. Mas foi uma exploração que não se via desde que o cantor Sting passeou com o botocudo pela Europa para se promover, já lá se vão muitos anos. Foi a segunda chance que Macron perdeu de ficar calado. A primeira aconteceu durante a cúpula do G-7 quando propôs um regime de ‘internacionalização’ para a Amazônia.

imagem do presidente Macron e o cacique rani
Macron e o pobre cacique, usado mais uma vez. Imagem, Thomas Samson / AFP.

Congo, Angola, floresta boreal e Amazônia

Então recebi um ‘zap’ do Brasil, com trecho do programa ‘Em Pauta’, da GloboNews. Os pingos nos ‘is’ foram colocados por Jorge Pontal, que falava dos Estados Unidos. Perguntado pelo apresentador, ele não se fez de rogado: o jornalista esclareceu que dados divulgados pelo satélite Aqua, da NASA, mostravam que na segunda maior floresta tropical do mundo (saiba quais são as maiores), no Congo, havia até aquele dia, 27 de agosto de 2019, ‘muito mais focos de incêndio que na Amazônia’.

Angola na liderança

E prosseguiu: “A floresta de Angola lidera as queimadas, com sete mil focos de incêndio. Depois vem a floresta da Bacia do rio Congo, com três mil. Em terceiro a Amazônia, com dois mil focos’. Ufa! Pontual ainda citou a floresta boreal na Sibéria, ‘com área bem maior que a Amazônia’ (é a maior floresta do mundo), e outras no Alasca, ‘que também estão ardendo neste momento’. E concluiu, ‘mas só a Amazônia tem repercussão internacional’. Mesmo sendo uma ex-colônia portuguesa, não ouvi uma palavra na RTP sobre as queimadas em Angola. Não esperava posição diferente da TV5, que ignorou as queimadas africanas, muito maiores que a da Amazônia, conforme atestam os dados da Nasa. Mas estranhei a icônica BBC desafinar no samba do crioulo doido. No mesmo período, sapeei as redes sociais brasileiras, e percebi a mesma histeria coletiva.

‘A maior floresta do mundo, na Sibéria, queima há meses’

“Em julho, Alexander Uss, governador da vasta região siberiana de Krasnoyarsk, disse que era simplesmente “inútil e talvez até prejudicial” tentar combater os incêndios que encobriam sua capital em uma nuvem tóxica de fumaça. Dias depois, o presidente Vladimir Putin enviou o exército, e até Donald Trump tomou conhecimento, oferecendo ao seu colega russo a ajuda dos EUA para combater as chamas. Desde então, o governador Uss reverteu sua posição e está se unindo à luta contra o que o Greenpeace Rússia diz que está a caminho de ser o pior incêndio florestal da Sibéria já registrado”. Assim está escrito no site https://www.bloomberg.com/, de prestígio internacional. Nem por isso, ou pela proposta de ajuda de Trump, o caso foi mencionado nos noticiários que assisti. A Europa parece só querer saber da Amazônia. Mesmo com a floresta siberiana queimando há meses!

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Bolsonaro e cia. e Amazônia e queimadas

O Mar Sem Fim não se cansa e criticar o presidente pelas inúmeras bobagens ambientais que profere dia sim, dia não. E continuaremos a fazê-lo sempre que vier nova carga. Também criticamos seu ministro do Meio Ambiente, que desconhece os assuntos da pasta, e demoniza técnicos do  ministério publicamente, como se não houvesse gente da melhor qualidade na pasta.  Se fizesse como fiz, e visitasse todas as Unidades de Conservação federais do bioma marinho, conheceria dezenas de técnicos de ótimo nível. Eles seguram estas UCs na ‘unha’, na ‘garra’, porque investimentos nunca tiveram. Não é deste governo que não se investe na pasta de Meio Ambiente. Ela sempre foi o ‘patinho feio’ dos ministérios.

Devagar com o andor

Criticamos o presidente que foi pego de calças curtas pescando em local proibido, e desde então não sossega enquanto não depredar de vez Angra dos Reis, que cismou em transformar numa Cancún da América do Sul.  Também não convém esquecer a última afirmação do presidente, nos primeiros dias do ‘escândalo’, quando acusou as ONGs de tocarem fogo na Amazônia. E ainda criticamos ambos, presidente e ministro do MMA, pela exoneração do cientista de renome internacional, Ricardo Galvão, simplesmente porque não gostaram de ver a realidade dos dados do Inpe que mostravam tendência de crescimento do desmatamento da Amazônia em julho. Mais recentemente, alertamos que o discurso ambiental de Bolsonaro preocupa expoentes do agronegócio.

A responsabilidade de Bolsonaro sobre a Amazônia e queimadas

Ao demonizar a academia, as multas do Ibama, e o próprio ministério do Meio Ambiente que queria transformar em apêndice do ministério da Agricultura, Bolsonaro deu um sinal claro aos desmatadores ilegais. A partir de seu governo, o rigor da Lei já não teria tanto rigor. O prejuízo destas declarações é  evidente. Esta posição provavelmente contribuiu para o aumento do desmatamento, a ser comprovado no final do ano com os dados do Prodes, do Inpe.

Satélites não mentem

Mas nem por isso embarcamos na canoa furada de condenar, a priori, a administração atual. Queimadas acontecem anualmente. Dados da NASA, e do Inpe, mostram realidade diferente do que se vê nas redes sociais e noticiário europeu. Os dados do Inpe, que circulam na internet, mostram que nos últimos 15 anos há redução das queimadas. Se compararmos 2019 a 2016,  um ano tão seco quanto o atual (2017 e 2018 foram anos atípicos), as queimadas não estão acima, mas iguais ou, no máximo, ligeiramente superiores.  Devagar com o andor, já dizia o velho ditado. Não há como justificar, até o momento em que este post foi escrito, a histeria coletiva em relação às queimadas deste ano. Pelo menos neste caso, Bolsonaro e cia. não podem ser culpados. Não façamos como sua excelência, que culpa ONGs sem provas. Que não se copie aqui, o péssimo exemplo da cobertura europeia. Um exemplo do que não se deve fazer.

Fontes: GloboNews, Em Pauta; https://www.bloomberg.com/graphics/2019-siberia-russia-wildfires/.

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Comentários

33 COMENTÁRIOS

  1. O fato de outros países terem incêndios florestais não nos exime. Um erro não compensa o outro. O fato é que ninguém neste governo é capaz de enxergar o valor da floresta em pé, só quer minerar, plantar, criar gado e extrair madeira na floresta. Qualquer floresta, a nossa ou a de outros países, reduz a temperatura global, possui diversidade biológica que equilibra as espécies do planeta, não precisam gerar lucro para o homem, que é só uma das espécies do planeta e se acha dono do planeta.

  2. A razão que começou toda essa história das queimadas foi porque o Bolsonaro tentou negar o aumento dos fogos, em relação ao ano passado, e acusou o INPE de serem falsos. Ele tb mantém um discurso anti-ambiental. A questão nunca foi que ano teve mais queimadas, mas as politicas anti-ambientais do governo dele e se negar a aceitar os dados da INPE. Quem criou todo essa crise politica ambiental internacional foi ele. Ele é tão burro que conseguiu fazer o impossivel. Se ele mantivesse a matraca dele fechada quando saiu os dados da INPE, não teria criado toda essa historia.

  3. Artigo esclarecedor.
    Quanto ao INPE, o mesmo deveria ter falado oficialmente e claramente que os dados do sistema DETER não devem ser usados para estimar evolução de desmatamento. Isso está dito explicitamente no site do próprio INPE… Logo, os 88% de evolução de desmatamento foi uma verdadeira fake news….

    • Engano é seu. A NASA tem a mesma opinião de desmatamento que a INPE

      Imagens de satélite tiradas da Estação Espacial Internacional provam que a temporada de incêndios de 2019 tem sido a mais ativa do Brasil desde 2010, afirmou a NASA em um comunicado publicado esta semana. A principal ferramenta da NASA para detectar incêndios desde 2002, tem sido o instrumento MODIS (Espectrorradiômetro de Imagem em Resolução Moderada) nos satélites Terra e Aqua. De acordo com o comunicado, as detecções ativas de incêndio do MODIS em 2019 são mais altas na porção brasileira da floresta amazônica do que em qualquer ano desde 2010–colocando a Amazônia no caminho para a atividade recorde de incêndios em 2019.

      Douglas Morton, chefe do Laboratório de Ciências Biosféricas Goddard Space Flight Center da NASA, disse no comunicado que embora a seca tenha desempenhado um papel importante nas chamas, o momento e o local dos incêndios sugerem que eles são mais consistentes com desmatamento. Além disso, a declaração continua afirmando que este é o ano de maior incêndio em todos os sete estados que compõem a Amazônia brasileira e os incêndios de 2019 também estão queimando mais intensamente do que nos anos anteriores. Até 25 de agosto, o número de incêndios registrados na Amazônia brasileira este ano aumentou 79%, em relação a 2018, segundo a agência de pesquisa espacial do Brasil.
      https://globalnews.ca/news/5819167/amazon-forest-fires-satellite-images/?fbclid=IwAR2JEipMl1cxEggxjnrMCc-lnByl0-WCz14ScxaeKgQqR9JBwHR3u-D6wvE

      2- NASA confirma os dados da INPE sobre o desmatamento na Amazonia´

      Morton observou que as estatísticas de atividades de fogo de 2019, distribuídas pela NASA e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil, estão de acordo. “O INPE também usa dados de incêndio ativos dos sensores MODIS da NASA para monitorar a atividade de incêndio na Amazônia brasileira”, disse Morton. “Como resultado, a NASA e o INPE têm as mesmas estimativas de mudanças nas recentes atividades de incêndio. As detecções MODIS são mais altas em 2019 do que na época do ano passado nos sete estados que compõem a Amazônia brasileira”.

      https://earthobservatory.nasa.gov/images/145498/uptick-in-amazon-fire-activity-in-2019?fbclid=IwAR2HuXHTQw-MH7pYCwzKNOUzwNyvEnjtWpnPtJ1PGw9ScuaIeSB8ely8ams

  4. Quanto ao Ricardo Galvão o mesmo agiu errado, foi irresponsável, se é tão renomado deveria saber como agir, agiu como moleque, eu espero a atitude de divulgar informação a público sem passar pela chefia de um estagiário, mas não de um “cientista renomado”

  5. Às vezes é necessário se aprofundar num “mar sem fim” para entender o que está acontecendo de fato. Independente de haver ou não uma histeria coletiva (com exagero e parcialidade de algumas mídias, ok), o fato é que, o que todos esperavam do presidente em uma situação como essa é declaração imediata de estado de emergência, dizer que é sim uma situação recorrente no país, mas que irá impelir todos os esforços para minimizar os impactos, que vai contratar mais brigadistas, que vai buscar recursos (materiais, humanos e financeiros) na comunidade internacional, que vai corrigir o “mal entendido” entre o Brasil e a Alemanha e Noruega para manterem os repasses das verbas que financiam o combate a incêndios florestais no Brasil, que vai buscar integrar as forças com os outros países da Amazônia que estão em situação semelhante, que vai exigir das transmissoras e distribuidoras de energia investimentos em segurança da rede para minimizar riscos de apagões, que vai enrijecer o controle do Estado sobre queimadas ilegais, que vai ajudar a fomentar a pesquisa de novas tecnologias de combate a incêndios florestais, que apoiar e cobrar estados e municípios montarem e fortalecerem suas próprias brigadas, que vai investir em novas tecnologias de monitoramento de focos de calor, que vai mandar o ministro para acompanhar os trabalhos das brigadas e para articular a cooperação interagências, que vai liberar linhas de crédito para produtores rurais terem condições de protegerem seus animais e plantações, que vai fortalecer o manejo integrado do fogo em áreas críticas, que vai solicitar ao INPE a elaboração de um zoneamento de riscos, que vai buscar investir forte em prevenção, que vai estruturar o Prevfogo/Ibama, que vai impulsionar campanhas educativas para desestimular o uso do fogo, que está preocupado com a segurança daqueles que estão colocando as suas vidas em risco nas mais diversas linhas de combate incêndio, que se solidariza com todas as pessoas que estão passando por qualquer dificuldade em decorrência do fogo descontrolado…

    Mas o quê ele disse?

    “Pode estar havendo, não estou afirmando, ação criminosa desses ‘ongueiros’ para exatamente chamar a atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil. Essa é a guerra que nós enfrentamos”.

    Daí a histeria!

    Outro fator, importante a ser levado em consideração é que devido o contingenciamento do governo federal, houve uma significativa redução na contratação de brigadistas no início do ano, quando na verdade a necessidade era de se aumentar o efetivo, uma vez que já se sabia que 2019 seria um ano difícil em relação às queimadas. O resultado não poderia ser outro: menos brigadistas significa menos prevenção. Menos prevenção, mais queimadas. Foi necessária uma crise de proporções globais para que o governo tomasse as devidas providências. Portanto, não há como dissociar o quadro atual da Amazônia à decisão errada contingenciar recursos do Prevfogo. E nem vou falar aqui do discurso incentivador ao cometimento de crimes ambientais pregado insistentemente pelo presidente desde a sua candidatura que colaborou significativamente para o agravamento da situação…

  6. Bom, a verdade é que a Amazônia está queimando e se encontra agora sob pauta internacional, e não creio que isso seja algo positivo para nós en quanto nação. Relativizar a situação e comparar com queimadas no Congo não convém, as queimadas no Congo são predominantemente em áreas de Savana, que é semelhante ao nosso Cerrado, na seca ficam mesmo sucetíveis às queimadas e a vegetação é até adaptada para aguentar o fogo, diferentemente da região Amazônica que é extremamente úmida. Em teoria floresta tropical úmida não queima, o que descarta a possibilidade de ter sido algo natural. Quem fez isso, talvez seja algo dificil de saber, mas foi uma ação conjunta na qual os participantes foram incitados por um ideal maior, daí acho que podemos inferir quem. Estão destruindo algo que ainda nem conhecemos a fundo. Que deus nos ajude.

  7. Esqueçam a discussão de gênero e grau, vamos direto para os Números. A comunidade mundial diz que 20% do oxigênio é gerado na Amazônia, então, que tal se os 20 países mais poluidores, muito provavelmente responsáveis por 80% do total, pagassem a conta do Nosso oxigênio, tomando por base o mercado de petróleo? Dados obtidos em pesquisa no Google mostram que a produção anual deve ser da ordem de 35 Bilhões de barris/ano, equivalentes a USD 2 trilhões. Se destinarem 10% desse valor para uma ONG investir em ações de combate, prevenção e controle de desmatamento, manutenção e ampliação de áreas de preservação, manutenção de vegetação ciliar em todas as bacias hidrográficas, nós (Brasil) Até deixamos que eles fiscalizem a aplicação dos recursos, sem se intrometerem na política, nem nos nossos recursos minerais ou nos da biodiversidade. Uma parte pode ser aplicada em pesquisas como a das universidades de Ben-Gurion, em Israel, e de Aberdeen, no Reino Unido, que analisaram a flora intestinal de diferentes rebanhos, para obterem leite mais saboroso e a Diminuição da emissão de gases! Tá bom assim?
    João Lara Mesquita, muito obrigado pelo Mar sem fim.

    • Eu discordo! Já que segundo você os países já poluíram, que tal usarmos a nossa parte e acabar de poluir muito mais e quiçá o mundo melhore com as mortes precoces, falta de água, ár etc. De minha parte vejo com bons olhos a guerra comercial USA X China que certamente terá aliados como Rússia, Coréia do norte, Paquistão, Índia e até Irã e no outro corner UK, França, Israel e juntos jogarão o Game Third Worl War with Massive Destruction Weapons. Um blow up e o planeta Terra poderá descansar por alguns milhares de anos livre da pior especie da natureza, que o catolicismo impíngiu a Deus nossa imagem e semelhança.

  8. O texto me prendeu até o fim. Pensei ter encontrado alguém sensato que quisesse colocar os vários pontos de vista desse jogo político difícil de visualizar. Mas o texto não explora questões importantes como as denúncias de desmonte da política de MA, assédio dos funcionários do IBama, afrouxamento da fiscalização… As ações e não só o discurso desse governo são motivadores da histeria coletiva. O texto tem seus méritos mas poderia ser mais investigativo e se basear nas ações do MMA quem sabe encontrasse as provas que quer para um lado ou para outro. Recomendo leituras complementares. Grata.

    • Cris a sua critica e’ injusta, O JOAO LARA MESQUITA, com este artigo se apresenta como o mais equilibrado critico ambientalista que eu ja’ vi—–Ele foca mais o meio ambiente e menos as instituçoes governamentais do pais—-Aborda de leve este detalhe e foge da perseguiçao politica —–E’ UM GRANDE BRASILEIRO ,,, VIVA O JOAO

  9. Eu diria que o Mar sem fim é a única fonte de informação séria deste país. Não é feito por bicho-grilos desentendidos mas sim por pessoa científica. Quando ouço alguma bobagem ambientalista, é o Mar sem fim que abro para saber se é ladainha ou realmente verdade. Ele trabalha com fatos.

  10. Estimado, concordo com você… histeria é a melhor palavra que escutei nas últimas semanas…. histeria turbinada pela média, as ONG e governos, cada um com seus interesses e oportunismos.

  11. Há sim uma “explicação” para esta histeria. A imprensa é de esquerda, foi de esquerda e sempre será de esquerda. Misture a influência que a esquerda e seus embaixadores tiveram em 13 anos de poder com as bobagens que Bolsonaro diz e faz, para não falar da raiva ainda incontida pela derrota, e esta tudo explicado. É mais importante espernear do que informar, infelizmente.

  12. E aí, Barry vai continuar falando a asneira de que o período de seca é em abril, e não agora? Vai continuar insistindo que eu é que sou o desinformado e adoro Bolsonaro? Ou você vai ter o bom senso de concordar com essa histeria causada por oportunistas políticos? Sou totalmente a favor de todo o que você diz sobre a importância da Amazônia, mas por que só agora essa mobilização?

    • “por que so agora essa mobilização ?” exato, mas outra pergunta : “porque foi necessaria a mobilização internacional ? porque não uma mobilização brasileira ? porque o governo so agiu apos da mobilização internacional ? ou a ação era desnecessaria – e o governo nao precisava agir : ou a ação era necessaria, e porque tanta demora ?”

    • Roberto Brandão— Não sei o que vc está falando que eu disse que a época da seca é em abril. Vc deve estar se confundindo com a sua ignorancia. De abril a junho é quando acontece o desmate pelos grileiros. Isso, todo mundo sabe. Em julho adiante, é quando eles colocam fogo nas areas que eles desmataram nos meses anteriores.

      • Perderam uma grande chance de continuar “construindo pontes”!
        Mais polidez, pessoal!
        De certo, há um pouco de tudo no caso. Interesses econômicos internacionais, grileiros, e muita falta de visão de futuro do Brasil em explorar a biodiversidade na Amazônia, com pesquisa, principalmente.
        Precisamos é de construir meios de explorar o mundo de possibilidades existentes lá; fazer o que várias empresas multinacionais conhecidas fazem por décadas, de forma ilegal.
        E priorizar a pesquisa em parcerias com essas multinacionais que atuam ilegalmente naquela região, através de parcerias com universidades e centro de pesquisas nacionais.
        É um dos caminhos.

  13. Dada a importância da Floresta Amazonica por todas as razões postas, fica ridículo a insistência dos agricultores franceses contrários ao tratado com o Mercosul, arvorarem-se através de seu presidente Macron na condenação antecipada à realidade mostrada através dos satélites da NASA. Poderão dizer dos interesses escusos quando se informa que os incêndios causaram um mal de 88%, INPE, quando não se referem A QUE?

    • Frank Chen–

      Opinião da Nasa sobre as Queimadas

      Imagens de satélite tiradas da Estação Espacial Internacional provam que a temporada de incêndios de 2019 tem sido a mais ativa do Brasil desde 2010, afirmou a NASA em um comunicado publicado esta semana. A principal ferramenta da NASA para detectar incêndios desde 2002, tem sido o instrumento MODIS (Espectrorradiômetro de Imagem em Resolução Moderada) nos satélites Terra e Aqua.
      De acordo com o comunicado, as detecções ativas de incêndio do MODIS em 2019 são mais altas na porção brasileira da floresta amazônica do que em qualquer ano desde 2010–colocando a Amazônia no caminho para a atividade recorde de incêndios em 2019.

      Douglas Morton, chefe do Laboratório de Ciências Biosféricas Goddard Space Flight Center da NASA, disse no comunicado que embora a seca tenha desempenhado um papel importante nas chamas, o momento e o local dos incêndios sugerem que eles são mais consistentes com desmatamento. Além disso, a declaração continua afirmando que este é o ano de maior incêndio em todos os sete estados que compõem a Amazônia brasileira e os incêndios de 2019 também estão queimando mais intensamente do que nos anos anteriores. Até 25 de agosto, o número de incêndios registrados na Amazônia brasileira este ano aumentou 79%, em relação a 2018, segundo a agência de pesquisa espacial do Brasil.

      https://globalnews.ca/news/5819167/amazon-forest-fires-satellite-images/?fbclid=IwAR3HDq3aJEfkNRNwXSg565J_UIErepIuNMLjqPwyFvyYpvU4nGMnYbyXSWI

      2- NASA confirma os dados da INPE sobre o desmatamento na Amazonia´

      Morton observou que as estatísticas de atividades de fogo de 2019, distribuídas pela NASA e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil, estão de acordo. “O INPE também usa dados de incêndio ativos dos sensores MODIS da NASA para monitorar a atividade de incêndio na Amazônia brasileira”, disse Morton. “Como resultado, a NASA e o INPE têm as mesmas estimativas de mudanças nas recentes atividades de incêndio. As detecções MODIS são mais altas em 2019 do que na época do ano passado nos sete estados que compõem a Amazônia brasileira”.

      https://earthobservatory.nasa.gov/images/145498/uptick-in-amazon-fire-activity-in-2019?fbclid=IwAR3ZbFybC-5eiDPluBhxtVIDAzSOZVFAKWl8WXhxtAQbF0hjgAulHtvNeL4

      3- Opinião da Agência Espacial Européia:

      Milhares de incêndios ocorreram na floresta amazônica. Dados de satélite mostram que há quase quatro vezes mais incêndios este ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além do Brasil, partes do Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina também foram afetadas.

      Enquanto os incêndios florestais ocorrem normalmente na estação seca do Brasil, que vai de julho a outubro, o aumento sem precedentes é relatado como resultado do desmatamento legal e ilegal, que permite que a terra seja usada para fins agrícolas– acredita-se que o aumento da temperatura global da região, seja mais suscetível ao fogo.

      Usando os dados do Copernicus Sentinel-3, como parte do Atlas mundial de incêndios do Sentinel-3, quase 4000 incendios foram detectados de 1 de agosto a 24 de agosto de 2019, enquanto no ano passado houve muito menos durante o mesmo período– apenas 1110 incêndios. 249 imagens para agosto de 2018 e 275 imagens para agosto de 2019, podemos ver o incrível número de incêndios queimando na Amazônia. Isso foi alcançado pelo algoritmo noturno do World Fire Atlas, a fim de evitar possíveis alarmes falsos com o algoritmo diurno ”, diz Olivier Arino da ESA.

      Nuvens de fumaça se espalharam pela região amazônica. Ventos fortes sopraram fumaça para São Paulo – a mais de 2500 km de distância -, causando a cidade a escurecer de dia. De acordo com o Sistema de Monitoramento de Atmosfera Copernicus (CAMS), a fumaça viajou até a costa atlântica.O CAMS também relata que os incêndios liberaram 228 megatoneladas de dióxido de carbono na atmosfera, além de grandes quantidades de monóxido de carbono. Os incêndios também ameaçam a vida de muitos povos indígenas.

      http://www.esa.int/Our_Activities/Observing_the_Earth/Copernicus/Sentinel-3/Fires_ravage_the_Amazon?fbclid=IwAR1QTrhmW08JCvFZbgnieUPdfGdvgqULkxJz17pdUIUuQxLNSDiPeuE5bDw

      INCÊNDIO DA AMAZÔNIA VISTO DA ESTAÇÃO ESPACIAL

      O astronauta da ESA, Luca Parmitano, tirou esta imagem, entre uma série, de seu ponto de vista 400 km acima da Terra em 24 de agosto de 2019. Ele twittou as imagens, legendando-as: “A fumaça, visível por milhares de quilômetros, de dezenas de incêndios, causados por humanos na floresta amazônica”

      http://www.esa.int/spaceinimages/Images/2019/08/Amazon_fires_seen_from_Space_Station?fbclid=IwAR0O6sbJuHJ9vowJbkJ6bTIqYVRpWisfpO58EbZ5U0meJQz5FDOt9MG_LIc

  14. A floresta tropical úmida não tem adaptação ao fogo, e a regeneração de grandes áreas queimadas é muito difícil. A Amazônia está sendo incendiada para implantação de pastos, o que impede a reconstituição da floresta.

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