A responsabilidade com o plástico e os clientes de delivery

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A responsabilidade com o plástico e os clientes de delivery

A mortal pandemia tem nos ensinado muito. Para começar, temos que mudar nossa relação com o meio ambiente que nos cerca e permite a vida no planeta. Vida ceifada aos milhões pela covid-19, uma zoonose que nos atacou em razão de maus tratos ambientais. A pandemia mudou nossas vidas. Mas, passado o primeiro choque, agora começam a surgir novidades que aprendemos com ela. Uma delas foi a percepção dos aplicativos de comida, depois de uma chamada do PNUMA e da ONG Oceana em dezembro de 2020.  Em março de 2021, a iFood lançou um projeto para reduzir o uso de plástico, que pretende zerar até 2025. Hoje, comentamos a responsabilidade com o plástico e os clientes de delivery.

desenho de tartaruga marinha com saco plástico
Ilustração da matéria PNUMA pede que iFood e UberEats se comprometam com entregas sem plástico descartável, do site da ONU.

A responsabilidade com o plástico e os clientes de delivery

Todos os privilegiados que puderam ficar em casa durante a pandemia já devem ter usado ao menos uma vez os serviços de entregas de comida. E aqueles mais atentos às questões ambientais perceberam a quantidade de plástico de uso único que vem a cada refeição. São talheres, copos, embalagens, canudinhos, uma série de itens que são descartados, e acabam poluindo o meio ambiente.

Em dezembro de 2020, o site do PNUMA publicou um chamamento PNUMA pede que iFood e UberEats se comprometam com entregas sem plástico descartável, uma vez que a pandemia fez crescer enormemente o uso do material pelos aplicativos de entrega.

O site explicou: “A pandemia de COVID-19 gerou um aumento dos pedidos de comida por delivery no Brasil. Segundo uma pesquisa da startup Mobills Labs, os gastos com aplicativos de comida cresceram 103% no primeiro semestre de 2020. O aumento das entregas fez crescer também o consumo de plásticos descartáveis.”

Brasil é o 4º maior produtor de plásticos do mundo

O site da ONU diz que ‘o  Brasil é o 4º produtor de plásticos do mundo e só recicla 1,28% do total produzido, segundo dados da ONG WWF e do Banco Mundial. Além disso, estima-se que cada pessoa ingere por semana 5g de microplásticos, que invadem a cadeia alimentar’.

Ao mesmo tempo, em 2017, o PNUMA lançou a campanha #MaresLimpos do PNUMA,  com o objetivo de reduzir os impactos dos plásticos descartados nos oceanos.

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‘Nesse cenário, os aplicativos de entrega de comida podem ser grandes aliados, diz o site, que prossegue: ‘O PNUMA enviou comunicação aos principais aplicativos de entrega de comida, convidando-os a se comprometerem com a mudança para um serviço sem plásticos descartáveis’.

O que pensam os consumidores de delivery

Vamos recordar que a pandemia aumentou a produção de itens de plástico, um dos maiores inimigos do meio ambiente. Recentemente, mostramos a quantidade de máscaras descartáveis nos mares do planeta em 2020: inacreditáveis 1,56 bilhão.

Um ano depois, a pandemia ainda está longe de ser controlada. Isto quer dizer que em 2021 podemos esperar nova infestação de máscaras, mas não apenas. É preciso vacinar. E o instrumento para isso são as seringas. Bilhões de seringas de plástico terão de ser produzidas. Ao fim da imunização mundial, onde irão parar?

Estas questões inesperadas que a pandemia nos trouxe tornam ainda mais importante movimentos como o do iFood, e a percepção de muitos consumidores.

Consumidores de delivery estão antenados

Em 11 de abril de 2021, André Borges publicou no O Estado de S. Paulo a matéria ‘72% rejeitaram itens de plástico dos apps de refeições’. O texto comenta pesquisa do PNUMA sobre a percepção dos clientes e das empresas ao seu chamamento. E, vamos aplaudir, o resultado é excepcional.

‘Para a maioria dos consumidores (86%)’, diz Borges, ‘as empresas de aplicativos têm tanta ou mais responsabilidade que os restaurantes’. E mais, ‘entre os entrevistados 15% declararam que já deixaram de pedir o serviço pelo incômodo da quantidade de plástico’.

Por fim, ‘de cada cem entrevistados 88 disseram que não gostariam de receber nenhum item de plástico’. O bom disso, é que o iFood foi sensível a esta realidade, e propôs não só mudar, como se tornar neutra em carbono até 2025.

O custo das embalagens também influiu

O jornal O Globo, em matéria de 25 de março, reforça que o aumento de custos das embalagens também influiu para a decisão. “Depois que as entregas cresceram na pandemia, muitas vezes, sendo a única opção de estabelecimentos, o peso do custo da embalagem na conta final passou a ser significativa’.

E prossegue: ‘A ideia de achar uma solução mais sustentável em conta do iFood, que cresce exponencialmente na carona do delivery, vem em um momento em que as indústrias de plástico e papel sofrem com o encarecimento do custo de produção e falta de matéria-prima’.

Não importam os motivos, importante é a posição dos consumidores que mostra amadurecimento, e a resposta da empresa. Como todas as empresas antenadas, o iFood sabe que o mote hoje é a sustentabilidade. Mais uma vez, a pandemia e suas terríveis consequências nos mostrou que este é o único caminho para um futuro saudável.

Imagem de entrega iFood com bicicleta
Imagem, iFood.

A matéria de O Globo confirma: ‘Dentro do plano do iFood está o transporte sem poluição. Eles já testaram 30 motos elétricas e 500 bicicletas elétricas com seus entregadores em São Paulo’. Segundo o jornal, as bikes foram expandidas para o Rio de Janeiro e mais três cidades. ‘A expectativa é chegar a mais de 10 mil motos nos próximos 12 meses’.

Os pontos positivos desta história

Pelo menos parte dos consumidores demonstra vontade de mudar, de fazer sua parte. A responsabilidade com o plástico cresceu. E pelo lado da empresa é mais um exemplo da irreversível procura da sustentabilidade. Quando se fala em ‘novo normal’, entenda-se também como a procura da sustentabilidade por parte de cada um de nós.

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Exemplos bons merecem ser divulgados, seguidos, replicados. André Borges informa, ao final de seu texto, que ‘após tomar conhecimento da reportagem, o Uber Eats informou ter lançado, em fevereiro de 2019, um recurso que permite aos usuários dispensar o recebimento de talhares descartáveis, guardanapos e canudos’.

“O recurso chegou primeiro ao Brasil e ao Chile e, após experiência bem-sucedida, com 93,7% dos restaurantes participantes extremamente satisfeitos, a iniciativa foi estendida a todos os empreendimentos cadastrados na plataforma, em todo o mundo, declarou a empresa.”

E você, está fazendo sua parte?

Imagem de abertura: PNUMA

Fontes: 72% rejeitam itens de plástico dos apps de refeições, em O Estado de S. Paulo; https://oglobo.globo.com/economia/ifood-lanca-projeto-para-reduzir-uso-de-plastico-em-meio-aumento-de-custo-das-embalagens-24941060#:~:text=RIO%20%2D%20Em%20meio%20aos%20problemas,emiss%C3%A3o%20de%20carbono%20at%C3%A9%202025; https://brasil.un.org/pt-br/104098-pnuma-pede-que-ifood-e-ubereats-se-compromentam-com-entregas-sem-plastico-descartavel.

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Comentários

2 COMENTÁRIOS

  1. Esse problema está muito além de decisões individuais, porque não basta as pessoas fazerem a correta separação do lixo. É necessário que os governos implementem políticas de coleta e reciclagem seletiva; sem isso é impossível controlar a quantidade de plásticos e outros descartes na natureza.

  2. Lembro que houve uma campanha global para a reciclagem de borracha, principalmente relativo ao descarte consciente bancado pelos fabricantes. Eu não menlembro ter visto algo para o plástico, notadamente realizado pela Braskem e empresas semelhantes. Será que será necessário as vias judiciais para os grandes originadores se mexerem?

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