Comportas para salvar Veneza entram em ação

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Comportas para salvar Veneza entram em ação

A construção de Veneza começou no século no 5  d.C, após a queda do Império Romano do Ocidente. Naquele tempo a Europa começava a sofrer as invasões de bárbaros. E a população da região norte, do que viria a ser a Itália, estava receosa de novas invasões. Assim, a cidade foi construída em meio a 118 ilhas no meio de uma laguna (550 km²) no norte da Itália. Segundo o site da  UNESCO, ‘Veneza simboliza a luta vitoriosa do povo contra os elementos que conseguiram dominar a natureza hostil. A cidade também está diretamente associada à história da humanidade. A “Rainha do Adriático”, empoleirada em suas minúsculas ilhas, estendia seu horizonte bem além da lagoa, do Adriático e do Mediterrâneo.’ Só que ‘a luta do povo contra os elementos’ quase foi perdida para o aquecimento do planeta. Contudo, comportas foram construídas para salvar Veneza do inexorável naufrágio.

Veneza alagada
Imagem, portuguese.people.com.cn.

A luta para salvar Veneza

Segundo a CNN, ‘o Modelo Eletromecânico Experimental – está em obras desde 1984. Mas levou quase quatro décadas para ser construído, sendo assolado por atrasos e corrupção a tal ponto – um ex-prefeito foi a julgamento por desviar dinheiro do projeto – que muitos venezianos acreditavam que nunca funcionaria.’

Barreira para salvar Veneza
Imagem, Alfa Laval.

O grande teste aconteceu em outubro de 2020 quando uma grande maré de inverno atingiu a cidade. A CNN diz que ‘A maré que estava 135 centímetros acima do normal atingiu Veneza. Normalmente, isso colocaria cerca de metade da cidade debaixo d’água, mas desta vez a cidade permaneceu seca. Foi a primeira vez que acionaram as barreiras em condições climáticas adversas.’

Como funciona a barreira

O site alfalaval explica: ‘o Mose é um projeto inovador de barreira contra inundações com um sistema de 78 portões móveis sendo construído nas três aberturas da ilha barreira que separa a laguna de Veneza do Adriático. Em circunstâncias normais, eles ficarão planos sob a água, mas, quando necessário, serão elevados, bombeando-os com ar comprimido resfriado dos trocadores de calor da Alfa Laval, para evitar que o aumento do nível do mar entre na lagoa.’

Barreira para salvar Veneza
Imagem, Alfa Laval.

Toda a Europa acompanha o que se passa na cidade, e nem todos são otimistas. Segundo a BBC, o projeto originalmente orçado em 4,1 bilhões de Euros pode acabar custando 8 bilhões quando estiver pronto ao final de 2023.

Barreira para salvar Veneza
Imagem, Alfa Laval.

O projeto também está longe de ser uma solução completa, diz a BBC. O projeto foi para combater grandes aumentos do nível da água e, portanto, não será capaz de impedir a inundação de áreas particularmente baixas, como a Basílica de São Marcos.

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Críticas ao projeto

“Foi adotada uma solução altamente impactante, fortemente projetada e que muitos consideram excessivamente complicada”, diz Jane da Mosto,  diretora executiva da We Are Here Venice, uma organização sem fins lucrativos focada em entender e enfrentar os vários desafios de Veneza. “Desse modo, isso pode na melhor das hipóteses apenas evitar grandes inundações da cidade e outras ilhas causadas por eventos extremos. São necessárias outras estratégias para proteger o tecido urbano dos impactos crônicos de níveis médios de água cada vez mais altos.”

Antes de mais nada, para os críticos, só um sistema nos moldes do holandês seria eficaz. A BBC explica: ‘um enorme sistema de gerenciamento de enchentes composto por 13 barragens e uma série de diques, que opera na Holanda desde 1997. De acordo com o Watersnoodmuseum – um museu dedicado a todas as inundações – é tão eficaz que a região só será inundada uma vez a cada 4.000 anos.’

Outras medidas adotadas incluem a proibição de navios no centro histórico para evitar os danos provocados pelas marolas, entre outros. Mas ainda não é o suficiente. Segundo a rede inglesa, “swell” é um termo frequentemente usado para descrever o rastro criado por barcos a motor e é parcialmente responsável pelos danos causados ​​pela água, relacionados às ondas que afligiram 60% dos edifícios venezianos que margeiam o Grande Canal.

Desse modo, esses danos agravam o problema das enchentes, enfraquecendo os edifícios e as fundações de pedra da cidade, ao mesmo tempo em que aumentam a quantidade de dinheiro que precisa ser alocado para obras de manutenção.

Para os  mais otimistas a admiração por Veneza pode ser a chave para o. seu salvamento. Para alguns dos entrevistados pela BBC ‘o mundo não deixará Veneza desaparecer’.

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