Zheng He: O Almirante Eunuco que Fez da China uma Potência Marítima no Século XV
No século XV uma poderosa armada de navios chineses cruzou o Mar da China e depois se aventurou a oeste, rumo ao Ceilão, à Arábia e à África Oriental sob o comando do almirante eunuco Zheng He. A frota consistia em juncos gigantes de nove mastros, escoltados por dezenas de navios de suprimentos, navios-tanque, transportes para cavalos e barcos de patrulha. A tripulação da armada totalizava mais de 27.000 marinheiros e soldados. Dizia-se que o maior dos juncos tinha mais de 120 metros de comprimento por 50 de largura (O Santa Maria, o maior navio de Colombo, media apenas 30 metros de comprimento por 10 metros de largura e levava uma tripulação de apenas 90 pessoas). Zheng He: O Almirante Eunuco que Fez da China uma Potência Marítima no Século XV.
Havia tantos navios chineses no século 15, a ponto da National Geographic Magazine assim descrever a armada: “uma sombra maciça no oceano que se movia como uma cidade flutuante que se estendia por quilômetros e quilômetros de oceano”.
Os chineses chamavam as embarcações de ‘navios do tesouro’. Entre 1405 e 1433, houve sete grandes viagens. Essas expedições colocaram uma vasta rede de ligações comerciais – de Taiwan ao Golfo Pérsico – sob o controle imperial chinês. Isso aconteceu meio século antes de os primeiros europeus, contornando a ponta da África em frágeis caravelas portuguesas, “descobrirem” o Oceano Índico.
Quem era o almirante eunuco Zheng He?
As informações sobre a formação de Zheng He são de Cynthia Stokes Brown, publicadas pela Khan Academy.
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Três anos antes do nascimento de Ma He, os chineses recuperaram o controle de seu império sob a nova dinastia Ming. Quando Ma He tinha cerca de 10 anos, o exército Ming invadiu Yunnan para retomá-la dos mongóis e colocá-la sob o controle Ming. Os soldados mataram o pai de Ma He durante a luta e o capturaram. Como era costume com jovens cativos, eles o castraram. Cortaram seus testículos e pênis com uma espada. Ele sobreviveu a esse trauma e foi entregue para ser um servo na casa do quarto filho do imperador, Zhu Di.
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Castração era comum na China
Os homens castrados, ou eunucos, eram um grupo reconhecido dentro e fora da China. Imperadores, príncipes e generais os empregavam como membros da equipe, imaginando que essa era uma maneira de ter criados servindo às mulheres sem arriscar a integridade genética da família governante.
O príncipe torna-se o Imperador Yongle
O príncipe a quem Ma He servia era Zhu Di. Com o tempo, ele ficou excepcionalmente alto e forte e se tornou um lutador habilidoso e um líder corajoso.
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Influências dos chineses na arte da construção naval
Quando se fala nos ‘navios do tesouro’ sempre fica a dúvida: de onde os artesãos navais tiraram suas ideias? Achamos a explicação no World History Commons:
Os juncos englobam uma série de navios diferentes. Eles foram essenciais para o comércio marítimo no Leste Asiático, no Sudeste Asiático e no Oceano Índico durante séculos. Os juncos originais construídos na China provavelmente foram inspirados no design dos navios que visitavam os portos chineses vindos da Austronésia e dos arquipélagos do Sudeste Asiático .
Os exemplos mais famosos desses navios, um tópico frequentemente discutido nos cursos de História Mundial, são os das viagens de Zheng He (1371 – 1433) durante a dinastia Ming. Com base em fontes contemporâneas, a maior estimativa dos navios de Zheng He era de mais de 120 metros de comprimento.
De acordo com estudiosos e engenheiros chineses atuais, esses tamanhos provavelmente são imprecisos, pois 91,44 metros (300 pés) é o tamanho máximo que um navio totalmente de madeira pode ter antes de deixar de ser estruturalmente seguro, especialmente para os rigores das viagens oceânicas. No entanto, mesmo as estimativas mais modestas e razoáveis dos estudiosos de hoje significam que esses navios ainda eram enormes para a época e muito maiores do que os navios que estavam sendo construídos na Europa e nas Ilhas Britânicas pelo menos nas centenas de anos seguintes.
A potência marítima no século XV
Parece ser de conhecimento comum na maioria dos círculos históricos que os chineses começaram uma campanha no final dos anos 1300 para construir uma grande frota e exercer hegemonia sobre as nações do sudeste da Ásia.
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O almirante Zheng He queria criar um mapa-múndi com cartas cuidadosamente desenhadas. Originalmente, diz o especialista ZHU JIANQIU, as cartas náuticas de Zheng He foram publicadas em Wu Bei Zhi (uma coleção de livros militares, 1621), Vol. 240, compiladas por Mao Yuanyi da dinastia Ming. Especialistas datam estas cartas do início do século XV. Há mais de cem anos, estudiosos de todo o mundo vêm pesquisando as cartas náuticas de Zheng He e publicaram muitos livros e teses.
Os juncos de Zheng He
Segundo Evan Hadingham, Zheng He comemorou suas aventuras em um pilar de pedra descoberto na província de Fujian na década de 1930. Sua missão, de acordo com o pilar, era exibir a força do poder chinês e cobrar tributos dos “bárbaros de além-mar”. Em sua primeira viagem, liderando mais de 60 enormes navios, Zheng He visitou o que mais tarde se tornaria o Vietnã e chegou ao porto de Calicute, na Índia. Em seu retorno, ele lutou contra piratas e estabeleceu enormes armazéns no Estreito de Malaca para separar todas as mercadorias acumuladas nessa e nas viagens subsequentes.
Zheng He, o almirante eunuco, navegou para a África Oriental, Meca e Golfo Pérsico. Os navios tinham mais de 100 metros de comprimento por 50 de largura. Contudo, o maior de todos os navios tinha 440 metros de comprimento por 186 de largura. A maioria das embarcações foi construída no estaleiro Dragon Bay, perto de Nanjing, cujos vestígios ainda podem ser vistos.
O tamanho descrito não é consenso
O tamanho descrito, porém, não é consenso na academia. Segundo a Wikipedia “as dimensões são muito debatidas. De acordo com o cientista britânico, historiador e sinólogo Joseph Needham, o tamanho do maior desses navios era de 137 m por 55 m, o que os tornariam pelo menos duas vezes maiores que os maiores navios europeus no final do século XVI.
Entretanto, prossegue, “em 1962, um grande leme foi desenterrado no depósito do tesouro em Nanjing. Como tem 11 metros de comprimento, considerou-se que tais dimensões correspondem a navios de 200 metros de comprimento.”
Ibn Battuta, no porto de Calicute, descreve a frota chinesa
Segundo a biblioteca da Torre de Vigia, EM 1325, um jovem partiu de Tânger, Marrocos, na primeira de muitas viagens que o levariam a algumas das partes mais distantes do mundo conhecido na época, incluindo China, Índia, Indonésia, Mali, Pérsia, Rússia, Síria, Tanzânia, Turquia e todos os países árabes. Esse homem era Abu Abdallah ibn Battuta, que viajou mais de 120 mil quilômetros — uma façanha inigualável antes do surgimento do trem a vapor.
Em uma de suas viagens Ibn Battuta chegou ao porto de Calicute onde viu grandes navios mercantes. Os juncos faziam a rota que ele pretendia usar para a China. “Os navios tinham até 12 velas, todas feitas de bambu entrelaçado”. A tripulação era de no máximo mil pessoas: 600 marinheiros e 400 guerreiros. As famílias dos marinheiros viviam a bordo do navio, onde “cultivavam verduras, legumes e gengibre em tanques de madeira”, disse Ibn Battuta.
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A descrição de Marco Polo
Outro famoso viajante da época, Marco Polo, também descreveu os juncos: ‘Esses navios são construídos, em sua maioria, com madeira de abeto ou pinho… Possuem um andar, chamado de convés. Nesse convés, geralmente há 60 quartos ou cabanas, podendo haver mais ou menos, dependendo da embarcação. Também têm quatro mastros com velas e, muitas vezes, dois mastros adicionais, que podem ser erguidos ou recolhidos conforme a necessidade, com duas velas ajustadas ao estado do tempo.’
Outras fontes mencionam navios com quatro pavimentos ou conveses, capazes de acomodar entre 500 e mais de 1.500 passageiros.
Sobre uma das maiores novidades à época, os compartimentos estanques inventados pelos chineses: “Alguns navios, têm além de 13 porões, isto é, divisões, no interior, feitas com pranchas fortes encaixadas, de modo que, se por acaso o navio bater em em uma pedra, faz com que a água entre… E então a água que entra pelo buraco corre até o porão, que nunca fica totalmente inundado.”
As invenções dos chineses no século 15
Segundo a Khan Academy, ‘no início da dinastia Ming (1368-1644), a China era líder mundial no uso de armas à base de pólvora, na construção e navegação de navios e na produção de porcelana e vários outros materiais que exigiam conhecimento tecnológico. Muitos desses desenvolvimentos não continuaram durante o governo Ming. O confucionismo não incentivava o comércio, e isso, combinado com uma forte crença na superioridade de sua própria cultura, levou os imperadores Ming a fechar as portas do país para ideias e pessoas estrangeiras, limitando o acesso a algumas cidades portuárias no sul. Após o reinado do imperador Yongle (1403-1424), houve pouca exploração geográfica’.
Cascos duplos divididos em compartimentos estanques
Um avanço importante na construção naval usado desde o segundo século na China foi a construção de cascos duplos (medida só muito recentemente adotada para petroleiros para evitar vazamentos) divididos em compartimentos estanques separados. Os navios também traziam um método de transporte de água para passageiros e animais, bem como tanques para manter as capturas de peixe frescos.
Crucial para a navegação foi outra invenção chinesa do primeiro século, o leme da popa, preso à parte traseira de um navio que podia ser elevado e baixado de acordo com a profundidade da água, e usado para navegar perto da costa, em portos lotados e canais estreitos e rasos. Ambas as invenções eram comuns na China mil anos antes de sua introdução na Europa.
A primeira frota de Zheng He
Por 28 anos Zheng He navegou cerca de 50.000 km, visitando mais de 37 países. Ele morreu no décimo ano do reinado do imperador Ming Xuande (1433) e foi enterrado na periferia sul de Bull’s Head Hill (Niushou) em Nanjing.
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A primeira frota de Zheng He incluiu marinheiros, balconistas, intérpretes, soldados, artesãos, médicos e meteorologistas. A bordo estavam grandes quantidades de carga, incluindo artigos de seda, porcelana, ouro e prataria, utensílios de cobre e de ferro, e artigos de algodão. A frota navegou ao longo da costa da China até Champa, perto do Vietnã, e depois de cruzar o Mar da China Meridional, visitou Java, Sumatra e chegou ao Sri Lanka passando pelo Estreito de Malaca. No caminho de volta, ele navegou ao longo da costa oeste da Índia e voltou para casa em 1407.
“1421 – O Ano Em que a China Descobriu o Mundo”
Os leigos não reconheciam a China como uma potência marítima até a publicação do livro de Gavin Menzies (título entre aspas) na década de 2000. A obra rapidamente se tornou um best-seller. No entanto, o autor foi além, e defendeu que os chineses descobriram grande parte do mundo. Segundo Menzies, eles teriam sido os primeiros a alcançar a Antártica, a América do Norte, a Austrália, a América Central e do Sul (incluindo o Brasil) e até o Polo Norte.
Tese fortemente combatida
Esta tese é fortemente combatida pela vasta maioria dos historiadores mais renomados. Os chineses poderiam ter feitos estas descobertas? Com exceção dos polos, sim, pelo que se já provou de suas fantásticas embarcações.
Entre muitas outras, eles de fato tinham barcos grandes o suficiente para manterem pequenas plantações de ervas, frutas e plantas comestíveis. Isso significa que seus marinheiros jamais enfrentaram o pesadelo dos nautas portugueses, e outros da mesma época, o escorbuto.
Mas, daí a terem descoberto todo o mundo depende da imaginação do autor. Para historiadores como Eric Hobsbawm, e todos os outros do mesmo calibre, eles jamais ultrapassaram o Cabo da Boa Esperança.
A propósito, estes imensos navios me fazem pensar no sofrimento, na verdade, tortura, por que passaram os lusitanos espremidos nas mínimas caravelas latinas que os trouxeram à Pindorama quase um século depois. Os nautas dormiam ao relento com tempo bom ou ruim, viviam imundos e sem nenhuma higiene, suas gengivas apodreciam pelo escorbuto cuspindo seus dentes boca afora, enquanto os ‘sadios’ caçavam ratazanas para matar a fome, e tudo em nome da ‘obra feita’ como diria o poeta que os consagrou, Fernando Pessoa. Eles, sim, foram exemplo de ousadia e coragem.
E por que pararam no Cabo da Boa Esperança?
Bem, para isso é preciso conhecer mais a fundo a história da China e suas várias dinastias. Uma breve explicação da Khan Academy:
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“No início da dinastia Ming (1368–1644), a China era líder mundial no uso de armas baseadas em pólvora, construção naval e navegação, e na produção de porcelana e vários outros materiais que exigiam conhecimento tecnológico. Muitos desses desenvolvimentos não continuaram ao longo da era Ming.”
O confucionismo
O confucionismo não encorajou o comércio, e isso – combinado com uma forte crença na superioridade de sua própria cultura – levou os imperadores Ming a fechar as portas do país para ideias e pessoas estrangeiras, limitando o acesso a algumas cidades portuárias no sul.
Após o reinado do imperador Yongle (1403–1424), houve pouca exploração geográfica. A investigação científica também se atrasou e, no final da dinastia, a China estava importando armas da Europa onde a construção naval e as habilidades de navegação haviam se tornado mais avançadas.”
Pararam porque assim decidiram
Resumindo, pararam porque assim decidiram. Não por falta de barcos capazes de tais feitos. A China quase sempre se considerou o centro do mundo, e os povos não chineses eram por eles tratados como ‘bárbaros’. As viagens de Zheng He aconteceram num único momento de abertura; tinham como objetivo não apenas a exploração, mas conquistar a vassalagem dos ‘bárbaros’.
Documentário ‘When China Ruled the World’
Encontramos na net o documentário cujo título reproduzimos acima. É um dos melhores e mais completos sobre este desconhecido período da história chinesa. Vale a pena assistir.
Assista a este vídeo no YouTube
Ilustração de abertura: Frota do Tesouro Ming Chegando ao Porto de Mogadíscio, na Costa Suaíli (www.behance.net/).
Gente inteligente mostram se sábios e espalhe seus conhecimentos! Não despreze os Chineses e nem exaltem muito os europeus.
acho fantástico a polemica que este assunto engedra, apesar de argumentos apelativos outros paranoicos demais no fim o resultado será bom. Creio eu pelo que li e conheço sobre vela que sim o império china foi um troço gigantesco, nem precisamos falar da grande muralha, e digo isso sem nenhuma simpatia por esses caras, sou da turma do free tibet e totalmente contra o modo ditador deles e o modus operandi de copiar tudo de todos sem dar o devido pagamento de royalties ou propriedade intelectural. Creio que essas frotas grandes demais elas eram um problema para si próprias, imagina a logística de andar com tudo aquilo por aí, somente com uma hierarquia na base do chicote estralando e muitos escravos, imagino eu. Tbm a técnica dos juncos e velas quadradas se vê limitada contra certos tipos de mares e ventos, pelo visto estavam mais interessados em estabilidade e capacidade de carga, uma história ainda mal contada. Sei que as dinastias chinesas sempre estiveram eivadas de lutas por poder, glória e honra, e que até hoje eles tem essa tradição centralizadora, extremamente regrada e disciplinadora, parece que é o que funciona para um país com +bilhão de habitantes. Digo mais, o gigante está acordando, acompanho tbm sites sobre aviação e eles estão entrando com tudo nesse ramo, os nossos embraer foram copiadas e já estão em produção, aliás outro escandalo da era vermelha que ainda não nos debruçamos, e um fato real ao qual nós amantes da pátria deveríamos focar, ao invés de fazere fogo-amigo em fantasmas.
Acho que tem confusão sim, mas é vc quem faz. O século XV se inicia em 1400 e vai até 1499. O XVI se desenvolve nos anos 1500, o XVII nos anos 1600, o XVIII nos anos 1700, o seculo XIX nos anos 1800 e o seculo XX nos anos 1900. A navegação portuguesa se iniciou na segunda metade do seculo XV. Zheng He navegou o mundo do final do ´seculo XIV e inicio do seculo XV.
Toscano você como todo bom brasileiro metido pode emitir sua opiniões, mas não conseguirás mudar a história.
Sugiro uma reportagem, caso ainda não tenha sido feita, com o título : HOLANDA, POTÊNCIA NAVAL NO SÉCULO XVII.
Tens inveja do sucesso alheio a ter vergonha dos próprios fracassos.
Macau foi colónia portuguesa até 28 de Dezembro de 1999. 😉
Escola. Quanta falta faz?????
O fato não é a potência dos navios, mas o legado deixado pelas expedições. Qual foi o legado chinês? Os portugueses e espanhóis abriram o caminho para a colonização da América. E a China?
Escola. Faltastes nas aulas.
De fato, com os ventos típicos da costa ocidental da África os juncos não prosperariam. As pequenas caravelas portuguesas, com velas latinas que permitiam navegação em orça fechada contra o vento, foram aperfeiçoadas ao longo de muitas décadas, conquistando palmo a palmo do caminho para o Cabo da Boa Esperança e então para o Leste.
O tamanho e o tipo de casco dos juncos, além das velas, também não ajudavam a enfrentar os Taifuns (furacões) comuns no Mar da China.
De fato, com os ventos típicos da costa ocidental da África os juncos não prosperariam. As pequenas caravelas portuguesas, com velas latinas que permitiam navegação em orça fechada contra o vento, foram aperfeiçoadas ao longo de muitas décadas, conquistando palmo a palmo do caminho para o Cabo da Boa Esperança e então para o Leste.
O tamanho e o tipo de casco, além das velas, também não ajudavam a enfrentar os Taifuns (furacões) comuns no Mar da China.
Gostei muito do artigo, bastante informativo e ilustrado. Parabéns.
Também, gostei de suas referêncas elogiosas a nossos ancestrais portugueses, herois
que nos legaram um continente mas que geralmente são mal lembrados pelos brasileiros.
Se você olhar com isenção e numa visão fria, livre de sentimentalismos baratos os ibéricos não contribuíram em nada com as navegações exceto disseminarem doenças e exercerem através de diferenças culturais roubos de toda sorte. Veja que apesar de nativas da América do Sul importamos sementes de milho, de batatas e a última moda gastronômica são os tomates holandeses. Não posso afirmar mas os portugueses levaram toneladas e toneladas de ouro via porto de Parati, RJ, mas como negociadores fraquinhos perderam para os ingleses, que parece já tinham um libra bem forte.
Melhor comentário Eduardo, simplesmente sobre o conhecimento, sem viés político ou com carga “hater”.
Não é verdade Fenando, os Junkos são usados até hoje e permitiriam dar a volta ao mundo sim. Joshua Slocum quando ficou náufrago no Brasil com a família construiu um para voltar aos EUA. Sou fã destes barcos seculares. Abs
Yuri …. já leram a história do Kon-Tiki .. um junco fabricado no Peru pelo explorador norueguês Thor Heyerdahle que atravessou todo o Pacífico? sua expedição pelo Oceano Pacífico, partindo da América do Sul para a Polinésia, em 1947, com o intuito de demonstrar a possibilidade de que a colonização da Polinésia tinha sido realizada por via marítima por indígenas (ou nativos) da América do Sul. O nome do barco foi homenagem ao deus do sol inca, Viracocha, o qual era também chamado de “Kon-Tiki” pelos habitantes da Polinésia. A palavra “tiki” significa um deus, portanto, o deus Kon. Kon-Tiki é também o nome do livro que Heyerdahl escreveu sobre sua expedição.
Fernando, boa tarde.
Quando puder leia o livro 1421, o Ano que a China descobriu o Mundo.
Abs,
Lucas
China tinha os maiores navios da época, e pelo que consta foram até a Africa. Depois destruiram os navios por razões de lutas de poder interno e por acharem que nada fora do ‘imperio do meio’ valia a pena conhecer. Enquanto isto aqueles ‘paisinhos ridiculos’ europeus, foram conhecer o mundo. Ou seja, não adianta ter a maior marinha do mundo parada no porto. Mais vale ter uma pequena marinha espalhada pelo mundo, gerando comercio, trocando cultura. Opressão sempre fez parte da cultura humana, só olhar tambem muçulmanos (que tinhas escravos brancos) e asiaticos. Parece que este é um dos artigos contra a civilização ocidental… China é um grande pais e uma grande cultura, mas, como muitos outros asiaticos, preferiram ficar parados ali….