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Oceanos e novo relatório do IPCC-a catástrofe se avizinha

Oceanos e novo relatório do IPCC-a catástrofe se avizinha

O relatório do IPCC, divulgado em setembro de 2019, aumenta o crescente número de evidências científicas de que as mudanças climáticas estão transformando rapidamente os oceanos e a criosfera (áreas congeladas do mundo) de maneira que coloca em risco a vida na Terra. Oceanos e novo relatório do IPCC, Oceano e a Criosfera em clima em mudança é de leitura sombria.

Ilustração mostra subida do nível do mar
Ilustração, https://earth.org/.

Oceanos e novo relatório do IPCC

O New York Times diz que “O relatório foi escrito por mais de 100 especialistas internacionais. E é baseado em mais de 7.000 estudos. E representa o olhar mais abrangente até hoje sobre os efeitos das mudanças climáticas nos oceanos, calotas de gelo, neve nas montanhas e permafrost (espessa camada de solo do hemisfério Norte permanentemente congelado).”

Este relatório, com 900 páginas, é o quarto volume do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) em menos de um ano. Os outros tiveram como foco o limite de 1,5º C no aquecimento global, o declínio da biodiversidade, e uso da terra e sistema alimentar.

‘O impacto afetará todas as pessoas da Terra’

O relatório não deixa dúvidas de que pagaremos por nossa omissão. Os oceanos são o mais importante ecossistema da Terra. Como cunhou a cientista, Sylvia Earle, ‘sem o Azul, não haveria o Verde’.

Os oceanos são responsáveis pelo clima. Servem de habitat para milhares de espécies marinhas. Nos dão energia, permitem o transporte e comércio, e ainda são, eles sim, não as florestas como se tem dito, o grande pulmão do mundo. Foram os oceanos que permitiram a vida no planeta, entre tantos outros benefícios. Mas, o que acontece com eles?

Oceanos e novo relatório do IPCC: aquecimento global o algoz

Para os analistas do New York Times, “A mudança climática está aquecendo os oceanos e alterando sua química de forma tão dramática que ameaça os suprimentos de frutos do mar, abastece ciclones e inundações. E representa riscos profundos para centenas de milhões de pessoas que vivem ao longo da costa.”

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Ninguém vê o que está debaixo d’água

O grande problema, acrescentamos, é que tirando os cientistas, ninguém vê os problemas. Este, o grande inimigo dos oceanos. Eles não soltam fumaça, como as queimadas em florestas. E quase ninguém vê a vida marinha com a frequência com que pode ver aves, e animais terrestres. Para além disso, os oceanos são responsabilidade de todos. Não adianta um país fazer sua parte, diminuindo suas emissões, se outros não fizerem.

Mas o drama, este será da humanidade. Diz o NYT: “O relatório conclui que os oceanos e as camadas de gelo estão sob um estresse tão severo que as consequências podem ser difíceis de conter para os seres humanos sem grandes reduções nas emissões de gases de efeito estufa. As populações de peixes já estão declinando em muitas regiões, à medida que as águas quentes causam desordem nos ecossistemas marinhos.”

‘Um tumulto que afeta os seres humanos’

Hans-Otto Pörtner, biólogo marinho do Alfred Wegener Institute, na Alemanha, e principal autor do relatório: “Os ecossistemas estão mudando, as redes alimentares estão mudando, os estoques de peixes estão mudando. Esse tumulto está afetando os seres humanos. Os oceanos estão nos enviando tantos sinais de alerta que precisamos controlar as emissões.”

Temperaturas mais altas do oceano, combinadas com o aumento do nível do mar

As temperaturas mais altas do oceano, combinadas com o aumento do nível do mar, destruirão ainda mais as regiões costeiras, segundo o relatório, piorando um fenômeno que já está contribuindo para tempestades severas e ressacas em toda parte do planeta. Os litorais do planeta, inclusive o brasileiro, estão sendo comidos aos poucos.

NYT : “Por décadas, os oceanos serviram como um amortecedor crucial contra o aquecimento global, absorvendo cerca de um quarto do dióxido de carbono que os seres humanos emitem de usinas, fábricas e carros e absorvendo mais de 90% do excesso de calor retido na Terra pelo dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa. Sem essa proteção, a terra estaria aquecendo muito mais rapidamente.”

‘Oceanos estão se tornando mais quentes, mais ácidos e menos ricos em oxigênio’

NYT: “Mas os próprios oceanos estão se tornando mais quentes, mais ácidos e menos ricos em oxigênio. Se os humanos continuarem bombeando gases de efeito estufa para a atmosfera a uma taxa crescente, os ecossistemas marinhos que já enfrentam ameaças de resíduos de plástico no mar, práticas de pesca insustentáveis ​​e outras tensões provocadas pelo homem serão ainda mais afetados.”

pH mais ácido

Para o https://www.wri.org, “Uma parcela significativa das emissões mundiais é absorvida pelo oceano. O oceano absorveu cerca de 20 a 30% das emissões de carbono dos seres humanos desde os anos 80, fazendo com que o pH do oceano diminua e se torne mais ácido. Além disso, o excesso de calor também é absorvido. A taxa de aquecimento do oceano mais do que dobrou desde 1993.”

Não por outro motivo, há evidências preocupantes de que as correntes marinhas tenham acelerado devido ao aquecimento das águas.

‘Um milhão de toneladas de CO2 nos oceanos a cada hora: geleiras derretendo’

O site https://phys.org diz que “Alguns dos impactos das mudanças climáticas em nossos oceanos agora são irreversíveis. Outros parecem cada vez mais inevitáveis”, observa Melissa Wang, cientista do Greenpeace International.

Um milhão de toneladas de CO2 nos oceanos por hora

“Com as taxas de emissão atuais, estamos despejando um milhão de toneladas de CO2 nos oceanos a cada hora. Os oceanos e as zonas congeladas que compõem a criosfera cobrem mais de 80% da superfície da Terra, e ainda mais dinheiro foi gasto para explorar a Lua.”

Sem os oceanos, planeta teria aquecido ainda mais

https://phys.org : “Sem oceanos, as emissões humanas provavelmente teriam aquecido a superfície do planeta em pelo menos 10°C a mais do que hoje, de acordo com um cálculo aproximado de Katharine Hayhoe, cientista atmosférica e diretora do Centro Climático da Texas Tech University.

Bilhões de toneladas de carbono que aquecem o planeta

Sem cortes profundos nas emissões provocadas pelo homem, 30% a 99% do permafrost de superfície do hemisfério norte poderia derreter até o final do século, liberando bilhões de toneladas de carbono que aquecem o planeta.

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Até 2050, muitas megacidades baixas e pequenos países insulares sofrerão “eventos extremos do nível do mar” todos os anos. Mesmo nos cenários mais otimistas de redução de emissões. E até 2100, “espera-se que os danos anuais às inundações aumentem de duas a três ordens de magnitude”, ou seja, de 100 a 1.000 vezes.

Oceanos e novo relatório do IPCC

A pergunta que fica é: o que, nós brasileiros, estamos fazendo para minimizar estes problemas? Não só o governo tem responsabilidade, mas cada um de nós.

O que, nós brasileiros, estamos fazendo?

Use menos seu automóvel. Dê, e peça carona, ou prefira o transporte público se for possível. Consuma com moderação. Tome banhos rápidos. Água é um bem preciso.  E economize energia também. Jogue lixo no lixo e, se houver reciclagem em sua cidade, separe seus rejeitos. Evite plástico tanto quanto possível. É o mínimo que podemos e devemos fazer. Simples assim. Você já estará contribuindo para minimizar os tempos sombrios que pairam sobre as próximas gerações. Mas, convenhamos, quantos de nós fazem isso?

Imagem de abertura: https://earth.org/

Fontes: https://www.nytimes.com/2019/09/25/climate/climate-change-oceans-united-nations.html?te=1&nl=climate-fwd:&emc=edit_clim_20190925?campaign_id=54&instance_id=12632&segment_id=17327&user_id=b71b4a33397786aaa2444aad1304ea43&regi_id=91955602; https://www.dw.com/pt-br/aquecimento-e-subida-do-n%C3%ADvel-do-mar-podem-agravar-inunda%C3%A7%C3%B5es-diz-onu/a-50566697; https://phys.org/news/2019-09-climate-oceans-friend-foe.html; https://www.wri.org/blog/2019/09/4-things-know-about-ipcc-special-report-ocean-and-cryosphere.

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