Novas espécies de tubarão descobertas: e são duas, uma boa notícia sobre a vida marinha
O Mar Sem Fim já mostrou por que os tubarões são tão importantes para o ecossistema marinho. Estes animais do topo da cadeia de vida marinha, porém, sofrem grande ameaça em razão de atitudes mesquinhas e egoístas de pessoas inconsequentes. O consumo da sopa de barbatana de tubarões é considerado uma iguaria na Ásia. Ao mesmo tempo, constantemente repercutimos alertas de cientistas de que muitas espécies podem desaparecer sem sequer serem conhecidas. Por estes motivos, temos o que comemorar. Duas novas espécies de tubarão acabam de ser descobertas!
Novas espécies de tubarão descobertas
O site courthousenews.com saudou a novidade: “Os tubarões recém-descobertos usam os nomes científicos Pliotrema kajae e Pliotrema annae. Mas são mais carinhosamente conhecidos como Kaja’s and Anna’s six-gill sawsharks, ou tubarão-serra. Eles foram descobertos durante um projeto de pesquisa destinado a investigar a pesca em pequena escala que opera nas costas de Madagascar e Zanzibar.”
“O principal autor da descoberta, Dr. Simon Weigmann, baseado no Laboratório de Pesquisa Elasmobranch em Hamburgo, declarou: Os tubarões-serra de seis guelras são realmente extraordinários, já que a maioria das serras têm cinco fendas por lado. Foi realmente emocionante encontrar uma nova espécie de seis guelras e duas novas espécies – bem, isso foi simplesmente surpreendente!”
Índico Ocidental, hotspot para tubarões
“O Oceano Índico Ocidental, ao largo da costa da África Oriental, é conhecido como hotspot de biodiversidade para tubarões e raias, com quase 230 espécies identificadas só aqui. Várias delas nessas águas são encontradas apenas nesta região. Enquanto o Oceano Índico Ocidental é uma região importante para a conservação de tubarões e raias, as populações próximas dependem da pesca para obter sustento e renda. Os barcos de pesca em pequena escala nessa área usam redes de arrasto de camarão, redes de emalhar profundas, palangreiros e redes de cerco com retenida que atacam ou capturam involuntariamente essas espécies importantes.”
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Alertas de cientistas de que muitas espécies podem desaparecer sem sequer serem conhecidas
E por que estes alertas sobre o desaparecimento de espécies é tão preocupante? Entre muitos outros motivos, porque talvez alguma delas possa ter muito a nos ensinar, e grande contribuição a dar à ciência. Vejam-se apenas os casos de dois tipos de tubarões. Os tubarões-elefantes, segundo a revista Nature, podem abrir novas vias de estudo voltados para doenças ósseas como a osteoporose.
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Já o genoma dos grandes tubarões-brancos foi decodificado e os segredos podem conter as respostas sobre como curar o câncer e outras doenças relacionadas à idade. As descobertas foram reveladas em um novo estudo no Proceedings of National Academy of Sciences.
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A revista Forbes, também abriu espaço: “Os pesquisadores compararam os novos espécimes com os do Museu de História Natural de Londres, além de vários outros museus. Ao comparar medidas detalhadas do corpo e tirar fotografias de alta resolução usando um microscópio eletrônico de varredura, a equipe pôde confirmar que realmente havia descoberto espécies desconhecidas! Mas elas ainda são um mistério no mundo da ciência dos tubarões.”
Phys.org comemora as novas espécies de tubarão
“Encontrar uma espécie inteiramente nova para a ciência é sempre empolgante. Por isso, ficamos encantados por fazer parte da descoberta de dois novos com seis guelras o Pliotrema kajae e Pliotrema annae na costa da África Oriental. Até agora, apenas uma espécie de seis (Pliotrema warreni) era reconhecida. Mas sabemos que são carnívoros, vivendo com uma dieta de peixes, crustáceos e lulas.”
Os focinhos serrilhados
“Eles usam seus focinhos serrilhados para matar suas presas e, com cortes rápidos de um lado para o outro, os dividem em pedaços pequenos. Os serrotes crescem até cerca de 1,5 metro de comprimento, em comparação aos 7 metros de um peixe-serra e também possuem barbilhos (bigodes de peixe). Os serrotes têm brânquias no lado de suas cabeças, enquanto os peixes-serra os têm na parte de baixo de seus corpos.”
“Embora a descoberta desses tubarões extraordinários e interessantes seja uma maravilha, ela também destaca o quanto ainda é desconhecido sobre a biodiversidade nas águas costeiras de todo o mundo. E o quão vulnerável pode ser para a pesca mal monitorada e gerenciada.”
Importância de monitorar e gerenciar as pescarias
Para finalizar, repetimos o alerta da phys.org sobre a pesca: “Os esforços para monitorar e gerenciar a pesca nessa região e globalmente devem ser ampliados para evitar a perda de biodiversidade e desenvolver pescarias sustentáveis. Existem métodos simples disponíveis que podem funcionar em pequenas embarcações onde o monitoramento está ausente no momento, incluindo o uso de câmeras para documentar o que foi capturado.”
“A descoberta de dois novos serrotes six-gill também demonstra o valor dos cientistas que trabalham com as comunidades locais. Sem a participação de pescadores, talvez nunca tivéssemos encontrado esses animais. Desde avaliações simples até o desenvolvimento de métodos para alterar as capturas e gerenciar as pescarias, nosso objetivo é tornar as pescarias sustentáveis e preservar o futuro a longo prazo de espécies como essas serras, os ecossistemas em que vivem e as comunidades que delas dependem as futuras gerações.”
Imagem de abertura: https://www.forbes.com/
Fontes: https://www.forbes.com/sites/melissacristinamarquez/2020/03/18/two-new-deep-sea-shark-species-discovered/#e4675e033793; https://phys.org/news/2020-03-weve-shark-species.html; https://www.courthousenews.com/marine-scientists-discover-two-new-species-of-shark/?fbclid=IwAR2JxHR-09VulGBzYLb2dFWFLTIwCv_R1CrnhP0P-omCbDXaawSAOicjOJY.