Contra a pesca ilegal na região, Laje de Santos pede socorro
Laje de Santos pede socorro: o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos , no litoral de São Paulo, é um sucesso. Atrai milhares de mergulhadores de observação. A pesca está proibida desde 1994. Seu território tem quase 5 mil hectares. Há uma grande diversidade de animais marinhos. E é o único parque marinho entre as unidades de conservação do Estado de São Paulo. O local abriga mais de 150 espécies de peixes, tartarugas, golfinhos e tubarões. A laje de Santos é considerada um berçário natural.
Laje de Santos está a 42km da costa
A Laje de Santos fica a 42km da costa. É uma área de proteção integral criada em 1993.
Ancorar no local também exige cuidados especiais
Ancorar também exige cuidados especiais. Devido à proibição, existem ‘‘poitas’’ construídas ao longo do parque, com cabos presos a cada uma delas, para que os barcos não danifiquem o subsolo e, consequêntemente, a vida marinha. Além disso, os visitantes não podem desembarcar.
Os mergulhadores que vão para a Laje quase todos os fins de semana (de 4 a 5 mil por ano) pagam uma taxa que é revertida para a ajuda da manutenção da UC estadual.
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Desde 2002, já vi diversos casos de pesca ilegal. Com linha de espinhel, e outras modalidades. Nós ficamos muito tristes, mas entendemos que aquilo é parte de um processo, nós temos que educar. A grande ferramenta é a educação ambiental
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Retirando linha de pesca de tartaruga
O instrutor de mergulho Lúcio, que frequenta a Laje de Santos há 15 anos conta que, recentemente, retirou uma linha de pesca de uma tartaruga.
“Eu tinha acabado de entrar na água e vi a tartaruga nadando. De uma hora para outra ela fez uma manobra que achei estranha. Cheguei mais perto e vi a linha na nadadeira. Deixei a câmera encostada na pedra e a retirei”.
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Aquário de Santos tem papel fundamental na recuperação dos animais
O Aquário de Santos tem papel fundamental na recuperação dos animais resgatados. Os profissionais colocam os animais no aquário até que possam ser levados de volta ao seu habitat natural.
O responsável pelo trabalho de recuperação é o biólogo Alex Ribeiro. “Nós recebemos diversos animais, mas as tartarugas são os principais. Aconteceu diversas vezes, por conta de lixo que acabam engolindo, ou por machucados derivados de colisões com barcos. Assim começa o nosso processo de recuperação”, conta.
Alex relata que a Laje de Santos, geralmente, é o local escolhido para que os animais retornem à natureza. “A gente sabe que lá eles não terão muitos predadores e encontrarão comida facilmente. Muitas vezes, em mergulhos, encontramos os animais que recuperamos. Isso é muito gratificante”.
Mar Sem Fim na Laje de Santos
Em nossa série Mar Sem Fim – Revisitando a Costa Brasileira, visitamos a Laje de Santos. Você pode conferir em detalhes no episódio abaixo:
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