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Interação entre golfinhos e humanos, novas descobertas

Interação entre golfinhos e humanos, novas descobertas

Uma equipe de pesquisadores com membros do Brasil, África do Sul e dos EUA encontrou um exemplo de homofilia (Biologia: semelhança que se deve a uma mesma origem ou a um antecessor comum) entre os golfinhos que trabalham em conjunto com pescadores no Brasil para o benefício mútuo de ambos. Em artigo publicado na revista Biology Letters, o grupo descreve seu estudo sobre os golfinhos e o que encontraram. Interação entre golfinhos e humanos é o que comentamos hoje.

Interação entre golfinhos e humanos, em Laguna, SC

Em Laguna, Brasil, há pescadores que formaram uma aliança com golfinhos selvagens. Os golfinhos descobriram que se eles agruparem os peixes em direção à costa, onde pescadores esperam com redes, fica fácil pescar. Os golfinhos batem as cabeças ou caudas na água quando os peixes estão perto o suficiente para os pescadores pegá-los.

Pescadores preparados com as redes.

Ao ver o sinal dos golfinhos, os pescadores lançam as redes.

Golfinhos se aproximam e encurralam o cardume.

Quando o fazem, os peixes começam a separar o cardume, facilitando a captura. Mas não foi a relação que os golfinhos estabeleceram com os humanos que os pesquisadores estavam estudando – eles queriam saber se trabalhar juntos resultava na formação de relações sociais entre os golfinhos. Para descobrir, os pesquisadores se concentraram em um grupo específico de golfinhos. Aqueles que ajudavam os pescadores – eles os seguiam com câmeras, capturando detalhes de suas atividades. Tanto durante as expedições de pesca quanto nos outros horários.

Cardume encurralado. Hora das redes.

O Mar Sem Fim teve o privilégio de assistir ao fenômeno ao vivo, numa de nossas viagens para Laguna. Mas esta interação não chega nem perto da que assistimos em Cananeia, litoral sul de São Paulo.

Golfinho e pescador em Cananeia

Havia na cidade um pescador amigo de um golfinho. Todo dia ele ia até os cercos que mantinha, para encontrar seu amigo.

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Bastava o pescador chegar perto que o golfinho dava as caras, empurrando os peixes para o cerco.

O golfinho logo começava a empurrar os peixes para o cerco. Em seguida, o pescador e seu ajudante tiravam os peixes do cerco.

Cerco cheio…

O cerco estava repleto de tainhas.

As tainhas chaparam o barco do pescador.

Finalmente, depois da faina, o golfinho amigo se aproxima, ganha um paraty e um agrado. Todo dia era assim. Simplesmente, sensacional!

Pescador agradece ao amigo.

As interações entre mamíferos marinhos e ser humano (ainda que dez vez forçados) eram muito comuns durante a Guerra fria, quando os dois lados treinaram animais para missões de espionagem, e até sabotagem de navios inimigos. E não acontece apenas com golfinhos, mas com belugas também.

Exemplo de homofilia

Os pesquisadores relatam que os mesmos golfinhos saíam juntos mesmo quando não estavam pescando. Nadavam e brincavam, claramente preferindo a companhia um do outro sobre a companhia de outros golfinhos na área. Eles até foram vistos tirando sonecas juntos. Pesquisadores afirmam que o comportamento foi um exemplo de homofilia, – neste caso, a pesca com seres humanos. Eles suspeitam que o comportamento de pescar em que se engajam é provavelmente aprendido observando os outros em seu grupo à medida que crescem. Um comportamento que poderia fazer parte de uma tradição cultural.

Fonte: https://phys.org/news/2019-04-dolphins-fishermen-meals.html.

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