Geleiras do Alasca perdem 50 mil galões de água por segundo

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Geleiras do Alasca perdem 50 mil galões de água por segundo

Antes, a preocupação era o rápido degelo do Ártico, que antecipou de 2050 para 2030 a data prevista pelos cientistas para o oceano ficar livre de gelo. Agora, são as geleiras do Alasca que passam pelo mesmo problema. Segundo o New York Times, uma das maiores áreas de geleiras interconectadas da América do Norte, o Campo de Gelo de Juneau, está derretendo duas vezes mais rápido do que antes de 2010, segundo cientistas. Para eles, é um sinal “incrivelmente preocupante” de que o gelo em muitos lugares poderia desaparecer ainda mais cedo do que se pensava anteriormente. Segundo este novo estudo, o campo de gelo perde 50 mil galões de água por segundo!

geleiras do Alasca
Imagem, Bethan Davies, via New York Times.

O Campo de Gelo de Juneau

O Campo de Gelo de Juneau se estende por cerca de 1.500 milhas quadradas do noroeste da Colúmbia Britânica, Canadá, para o sudeste do Alasca. Ele é composto por mais de 1.000 geleiras.

Um estudo publicado na revista Nature Communications destaca o derretimento sem precedentes e acelerado do campo de gelo. Sua área coberta de neve está encolhendo 4,6 vezes mais rápido do que acontecia antes da década de 1980. Entre 2010 e 2020, as perdas foram de cerca de 1,4 quilômetros cúbicos de gelo por ano. Agora, a água derretida está fluindo do campo a 50 mil galões por segundo, relatou Seth Borenstein, da Associated Press (AP).

Campos de gelo do Alasca
O campo de gelo de Juneau atravessa a fronteira entre o Alasca e o Canadá. Imagem, Smithsonian Magazine.

Bethan Davies, glaciologista da Universidade de Newcastle, Inglaterra, e principal autora do estudo explicou à AP: “O que está acontecendo é que, à medida que recebemos invernos mais curtos e verões mais longos, temos como consequência temporadas de derretimento mais longas.”

Davies disse ainda que “do ano 2000 ao ano de 2020, perdemos mais gelo no Alasca do que em qualquer outro lugar”.

Segundo a Associated Press, enquanto o Ártico está aquecendo cerca de quatro vezes mais rápido do que o resto do globo, o Alasca aquece 2,6 graus desde 1980, de acordo com dados meteorológicos federais.

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A Smithsonian Magazine acrescenta que entre 1948 e 2005, apenas quatro geleiras no campo derreteram completamente. Mas entre 2005 e 2019, outras 64 derreteram – incluindo a geleira Antler, que já se estendeu até 3,5 milhas de comprimento.

Moto perpétuo

Pelo uso indiscriminado de combustíveis fósseis, e pela pouca ação governamental até agora, a situação do Campo de Juneau se retroalimenta, tal qual um hipotético moto perpétuo. É como a Smithsonian explica:  essa aceleração pode ser auxiliada por alguns loops de feedback em que o derretimento leva a mais derretimento. O gelo mais fino, por exemplo, aquece mais facilmente. E rochas de cor escura reveladas pelo derretimento das geleiras podem reter mais calor do que a neve branca, levando ainda mais neve a liquefazer.

Assim, diz Bethan Davies, “os processos de feedback que isso coloca em movimento provavelmente impedirão futuros renascimentos de geleiras, potencialmente empurrando-as além de um ponto de inflexão para uma recessão irreversível”.

O New York Times, também explicou: Essa aceleração, disseram os cientistas, pode ter a ver com a forma como a brancura do gelo afeta o derretimento e vice-versa. Como a queda de neve diminui, mais rochas e pedregulhos no gelo são expostos. Essas superfícies de cor escura absorvem mais radiação solar, fazendo com que o gelo ao seu redor dilua ainda mais rapidamente. O turismo e os incêndios florestais também estão depositando fuligem e poeira na superfície glacial, o que acelera ainda mais o derretimento.

E nem assim os governos agem suficientemente. Alguns chegam ao absurdo de negar o aquecimento. Outros, ou ficam em cima do muro, ou movem-se a passos de cágado. Não pode dar muito certo.

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