Aquecimento no Ártico é maior do que sugeriam modelos matemáticos
A calota polar do oceano Ártico preocupa há tempos. Já em 2019 um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences alertava, Greenland’s Melting Ice Nears a ‘Tipping Point,’ Scientists Say, ou seja, O derretimento do gelo na Groenlândia se aproxima de um ‘ponto crítico’. “O Ártico está esquentando ao dobro da taxa média do resto do planeta. Além disso, a pesquisa acrescenta evidências de que a perda de gelo na Groenlândia teria atingido o ponto de não retorno. Contudo, a situação piorou. Cientistas dizem que o modelo climático usado anteriormente ‘não capturava a alta taxa de aquecimento’. O aquecimento do Ártico ocorre a taxas entre quatro e sete vezes superiores ao resto do planeta.
O fenômeno chamado de amplificação do Ártico
O estudo publicado na Communications Earth & Environment mostra que o fenômeno é provocado quando o gelo marinho derrete. Isto expõe o Ártico a mais insolação, o que leva a mais aquecimento. Vamos nos lembrar que o gelo, por ser brilhante, reflete os raios solares. Enquanto isso, o mar, mais escuro, os absorve acirrando o derretimento.
Cientistas do Instituto Meteorológico Finlandês dizem que ‘o ritmo do aumento da temperatura em torno do Polo Norte nas últimas décadas foi quatro vezes maior do que no resto do planeta’.
A CNN, em matéria de Rachel Ramirez, informou que a taxa ‘é particularmente alta na região eurasiana do Ártico, especialmente no Mar de Barents, que aqueceu sete vezes mais rápido que a média global’.
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Enquanto isso, o Copernicus Climate Change Service, operado pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, informou que as temperaturas observadas em grandes partes da Sibéria em janeiro estavam mais de 6 graus Celsius acima da média.
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‘Dados recentes revelaram que a temperatura média anual na região de Barents subiu até 2,7 graus Celsius a cada década nos últimos 20 a 40 anos. Isso torna o Mar de Barents e suas ilhas o local de aquecimento mais rápido do planeta’.
O estudo chegou a estas conclusões usando satélites mais modernos. O período adotado na pesquisa vai de 1979 até 2021.
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O permafrost ocupa quase 65% do território da Federação Russa. Segundo a Science, O aquecimento está causando feridas em toda a Sibéria. Explosões de gás metano reprimido no degelo do permafrost atingiram as penínsulas de Yamal e Gydan, na Rússia, com buracos de dezenas de metros de diâmetro.
Prédios de apartamentos estão tombando e desmoronando no solo instável. O prejuízo anual é de cerca de US$ 2 bilhões à economia russa. Incêndios florestais nos últimos três verões queimaram milhões de hectares em toda a Sibéria. A fuligem cobre a terra que, ao ficar mais escura, absorve o calor e acelera o derretimento. Ou seja, no mar ou em terra, a situação é idêntica.
Para piorar, o repórter Joshua Yaffa, em um artigo do New Yorker de janeiro de 2022, escreveu que “Modelos científicos sugerem que o permafrost contém um trilhão e meio de toneladas de carbono. Isso equivale ao dobro do que está atualmente na atmosfera da Terra”.
Felizmente, com a aprovação do pacote ambiental de US$ 700 bilhões pelo Congresso americano, os Estado Unidos, o segundo maior emissor de gases de efeito estufa, voltou à liderança no combate ao aquecimento. Já é um consolo.
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