Alta do nível do mar na previsão do último relatório do IPCC
Os dados deste post têm como origem um artigo publicado por Jeff Tollefson para a revista Nature, em agosto de 2021, e republicado pelo site Scientific American. Trata-se da primeira avaliação que encontramos na net sobre a alta do nível do mar cuja base é o último relatório do IPCC. Como não poderia deixar de ser, os dados são preocupantes.
Alta do nível do mar no relatório do IPCC
Compilado por mais de 200 cientistas e aprovado por representantes de governos de 195 países, o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) deixa poucas dúvidas de que os humanos estão alterando o funcionamento do planeta – e que as coisas vão piorar muito se os governos não tomarem medidas drásticas, dizem os pesquisadores do clima.
Os cientistas dizem que, com base nas políticas atuais, os governos não conseguirão cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris de 2015 para limitar o aquecimento global a 1,5–2°C acima dos níveis pré-industriais.
E este é apenas o primeiro de um trio de relatórios que, em conjunto, farão a sexta maior avaliação do clima desde 1990. Os dois próximos serão, respectivamente, sobre os impactos e a adaptação, e sobre os esforços de mitigação, e serão publicados em 2022.
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Relatório do IPCC de 2019
De acordo com Tollefson, ‘o mundo teve uma prévia de como os níveis do mar da Terra podem subir quando o IPCC divulgou um relatório especial em 2019’.
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‘A ciência apresentada, que sem dúvida será incluída no lançamento da próxima semana, dizem os especialistas, apontou para uma elevação dos níveis médios do mar global entre 0,3 metros e 1,1 metros até 2100, dependendo das emissões de gases de efeito estufa’.
‘Isso é apenas um pouco mais alto do que as projeções anteriores, mas o relatório também citou estudos recentes que analisaram as opiniões de especialistas na área, que declararam que uma elevação de 2 metros não pode ser descartada’.
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Tollefson explica que ‘determinar o aumento do nível do mar é difícil porque depende de questões complexas sobre se os mantos de gelo na Groenlândia e na Antártida entrarão em colapso – e, em caso afirmativo, com que rapidez’.
Para alguns comentaristas a Groenlândia já teria atingido o ponto de inflexão. E a temperatura aumenta ano a ano na Antártica.
Jeff Tollefson explica: ‘os mantos de gelo na Groenlândia e na Antártica são tão grandes que exercem um efeito gravitacional que faz com que os oceanos inchem ao seu redor.
‘Quando parte do gelo derrete, o inchaço local diminui e a água é redistribuída em outros lugares, como no nordeste dos Estados Unidos – levando ao aumento do nível do mar ali.
Para Michael Oppenheimer, cientista climático da Universidade de Princeton em Nova Jersey e autor do relatório especial do IPCC, ‘é a primeira vez que o IPCC faz uma análise abrangente de todos esses efeitos locais e regionais’, diz Oppenheimer.
A informação é importante, diz ele, porque mesmo aumentos aparentemente pequenos nos níveis locais do mar podem ter impactos significativos – particularmente nas inundações durante as tempestades.
‘Enchentes anuais’
Segundo Oppenheimer, as enchentes que ocorrem uma vez a cada século se tornarão eventos anuais no final do século, mesmo sob os cenários climáticos mais otimistas.
Para Tollefson ‘há apenas uma década, os cientistas tendiam a questionar quando inquiridos sobre a ligação entre o aquecimento global e qualquer evento climático extremo, exceto para dizer que devemos esperar mais deles à medida que o clima esquenta’.
‘Duas coisas aconteceram para impulsionar essa mudança. A primeira é que os cientistas do clima desenvolveram modelos e métodos estatísticos aprimorados para determinar a probabilidade de que qualquer evento climático possa ocorrer, com ou sem mudança climática induzida pelo homem’.
Mas tão importante quanto, diz Seneviratne, a mudança climática em si está avançando, e estudos recentes mostram que eventos climáticos cada vez mais extremos estão surgindo acima do ruído da variabilidade natural.
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Ou, nas palavras de Corinne Le Quéré, uma cientista do clima da Universidade de East Anglia em Norwich, Reino Unido, agora podemos ver os impactos do aquecimento global “com nossos próprios olhos”.
Que os líderes mundiais estejam muito inspirados para a COP 26, em Glasgow, Escócia.
Imagem de abertura: http://opiniojuris.org
Fonte: https://www.scientificamerican.com/article/new-climate-report-will-detail-grim-future-of-hotter-extreme-weather-and-rising-seas/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=week-in-science&utm_content=link&utm_term=2021-08-13_top-stories&spMailingID=70499553&spUserID=MzgxNTI2NDc0MDExS0&spJobID=2181708547&spReportId=MjE4MTcwODU0NwS2.