Veleiro da família Schurmann sofre sério revés durante tempestade
Navegando pelo Pacífico em 21 de outubro, o veleiro da família Schurmann com 80 pés e casco de alumínio enfrentou um mar violento. Ondas de cinco metros de altura e ventos superiores a 45 nós, fizeram o casco do Kat rachar. A água começou a invadir o interior da embarcação assustando a tripulação. Ao mesmo tempo, uma das velas, a mezena (vela menor, de trás) não suportou a pressão e acabou rasgando. A situação foi tão crítica que eles tiveram que acionar o alarme de emergência para o Rescue Coordination Centre New Zealand.
Violenta tempestade pega em o ‘Kat’ em cheio
Relatos da equipe informam que, mesmo partindo das Ilhas Fiji antes da temporada de furacões, a embarcação acabou enfrentando péssimas condições de mar. A tripulação também reportou danos próximos à quilha do veleiro. O Kat estava sob o comando de Wilhelm, um dos filhos de Vilfredo, no momento do perrengue.
Rapidamente, o capitão Wilhelm e a tripulação adotaram medidas para conter a inundação, incluindo a instalação de bombas extras para retirar a água do interior,” conforme publicado nas redes.
Desse modo, eles conseguiram manter o rumo da Nova Zelândia, onde chegaram na cidade de Whangare na quinta-feira, 26 de outubro.
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Eu já tive o prazer de navegar com Vilfredo, sua mulher Heloísa, carinhosamente apelidada de Formiga, o filho cineasta, David; além da pequena Kat que também estava a bordo. Foi em sua homenagem que o atual veleiro tem este nome.
Na época eles tinham o Aysso e estavam em mais uma volta ao mundo. Para minha sorte, Vilfredo convidou-me a fazer o trecho de Punta Arenas até Porto Natales, atravessando parte do Estreito de Magalhães.
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Todos da família são o que se chamar de ‘feras do mar’. Eles foram a primeira família brasileira a fazer uma volta ao mundo. Os filhos cresceram a bordo, onde estudaram por correspondência. São experientes, extremamente cautelosos, e excelentes marinheiros. Por isso, imagino as condições terríveis que pegaram a ponto do casco rachar provocando um início de alagamento.
Nesta etapa havia seis pessoas a bordo, incluindo Heloísa que disse ser este ‘o maior desafio em 4 décadas de navegações’.
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Mesmo assim, chegaram sãos e salvos ao destino onde repararam os estragos e, em seguida, seguiram navegando. A última etapa desta segunda volta ao mundo foi a rota Lisboa-Porto Seguro, para as comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
O veleiro atual, o Kat
O Kat, construído em 2014, foi o escolhido para esta terceira circum-navegação que conta com a parceria do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, e tem como objetivo ‘acelerar o fim da poluição por plásticos’.
Assim, a família tem no currículo duas voltas ao mundo completas e, neste momento, acabam de terminar a primeira etapa da terceira circum-navegação. ‘Teremos ainda muitas milhas pela frente até o final’, garantiu Wilhelm. Ao todo, são 37 anos de aventuras pelos cinco oceanos do planeta.
Na quinta-feira, 26 de outubro, eles finalmente chegaram à Nova Zelândia. Pelas redes sociais Wilhelm agradeceu as mensagens de apoio recebidas, e disse que ‘a navegada foi um pouco tensa’, mas os problemas foram resolvidos com bombas extras.
Do epicentro da tempestade até um porto seguro
“A tripulação e o veleiro chegaram bem e seguros. Do alarme acionado e identificação dos primeiros sinais de avaria e vazamento até a ancoragem no porto foram 640 milhas navegadas – com extrema cautela, pressão e preocupação – em 178 horas monitoradas pela equipe de terra da Voz dos Oceanos e do Rescue Coordination Centre New Zealand, avisaram pela rede social.”
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Mesmo assim, disse Wilhelm, durante estas 178 horas a água continuou a entrar. Imaginem a situação!! Através da redes sociais, Wilhelm garantiu que o ciclone Lola nada teve a ver com o mar ruim que pegaram, como chegou a ser anunciado: ‘O ciclone estava mais ao norte’, disse via Instagram. Na, sexta-feira 27, de outubro, Wilhelm tirou o veleiro d’água para fazer os reparos necessários’.
Tempo horroroso na chegada do Kat à Nova Zelândia
O Mar Sem Fim tentou entrar em contato com Wilhelm, na Nova Zelândia. Mas a assessoria ‘pediu um tempo para que eles se recomponham’. E, para mostrar o que deve ter sido esta travessia, a assessoria enviou um link da previsão de tempo para 26 de outubro, dia em que o veleiro seriamente avariado chegou ao porto.
“Mais de 1.700 relâmpagos atingiram a Ilha Sul nas últimas duas horas, enquanto o clima selvagem, trazendo vento, neve e chuvas fortes, despencava sobre a ilha. Esta manhã, o MetService aumentou seus alertas meteorológicos para a tempestade que se aproxima, emitindo 29 avisos e alertas nas Ilhas do Sul e do Norte. Fortes vendavais, chuvas fortes e neve até o nível do mar devem envolver o centro e o sul da Nova Zelândia a partir desta noite.”
“Enquanto isso, as temperaturas já atingiram menos 20°C em Christchurch, com previsão de subir para menos 25°C, com ventos fortes de mais de 100 km/h previstos para atingir a região.”
Não possível ouvir o ‘outro lado’
Finalmente, nossos apelos não sensibilizaram a família a fornecer mais informações sobre as duras condições de navegação, o estrago no casco e o motivo da ‘rachadura’ incomum para um veleiro deste porte e, finalmente, o quão próximo eles estiveram do fracasso nesta etapa.
Esperamos mais de dez dias para termos uma palavra oficial sobre o incidente antes de publicarmos o post. Contudo, não conseguimos uma entrevista. Assim, nos resta divulgar um momento dificílimo no mar e que poderia ter tido consequências dramáticas.
Felizmente, não foi o que ocorreu. Por outro lado, trazer um veleiro avariado debaixo de um tempo horroroso, e chegar até um porto seguro não é para qualquer um. Parabéns ao capitão Wilhelm!
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