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São Paulo naufragou por omissão do poder público

São Paulo naufragou por omissão do poder público, mais precisamente, o PSDB

Desde 25 de janeiro de 1554 já se sabe que o então povoado foi fundado entre rios. “O lugar escolhido foi estratégico, numa elevação entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú”. Apesar disso, São Paulo naufragou. No século 16 São Paulo era a boca do sertão, um lugar miserável e sem leis. Por isso, o local escolhido para o povoado ficava ‘numa elevação entre os rios’, porque, segundo o site da biblioteca virtual, do Governo de São Paulo, “garantia proteção contra ataques e ampliava a visibilidade dos caminhos que levavam até lá. Atualmente, o local é conhecido como Pátio do Colégio e mantém parte da colina histórica preservada.”

imagem de na São Paulo naufragada
Foto: Reprodução/TV Globo.

Do século 16 para o 21, aquele povoado transformou-se na maior cidade da América Latina, a oitava maior do mundo em população, com mais de 12 milhões de habitantes dividindo uma área de 1 521,11 milhão de hectares.

Os descendentes dos primeiros a chegar, desceram a colina onde se assentaram como todo mundo sabe, próximos das várzeas dos rios. Os descendentes deles, em  cima das várzeas dos dois maiores, os rios Tietê e Pinheiros. E assim por diante…

São Paulo naufragou por omissão do poder público

Não há outra justificativa. O naufrágio de São Paulo é prova de descaso do PSDB que, há 24 anos detém o poder no Estado e município (neste, com interrupções). E o problema das enchentes é tão recorrente como a polarização nos dias de hoje, a primeira data de 1929! Há nada menos que 91 anos as enchentes atormentam os paulistanos, e outros.

Faltou avisar Covas e Doria?

É preciso reforçar a omissão do poder público, ou depois deste jornal alguém ainda duvida?

Aquecimento global menosprezado pelo poder público

Este é o verdadeiro problema. O poder público no País não leva a sério os sinais do aquecimento global, muito menos os seguidos alertas da academia. Há mais de dez anos este site publica posts repercutindo pesquisas da academia, do Brasil e do exterior, sobre os dramáticos problemas que nossos políticos parecem ignorar: o aquecimento global e seus efeitos sobre cidades. Inclusive e especialmente, os altos custos dos eventos extremos, algo entre R$ 180 bi até R$ 355 bi em apenas 10 anos no Brasil, segundo a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Além disso, Janeiro de 2020 foi o mês mais quente já registrado na história, fato registrado por toda a mídia nacional e internacional. Mas não foi só. A Antártica bateu recorde de temperatura, nada menos que 18,3°C, a mais alta já assinalada como confirmou a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Mas ninguém dá pelota. Ou melhor, os de Brasília, demonizam e negam; os ‘progressistas’ de São Paulo, menosprezam, e não dão ao fenômeno o peso que mereciam. São Paulo naufragou por omissão, a despeito da quantidade de água em 24 horas.

Falta de investimentos, a prova da omissão

Números não mentem, não é mesmo? Pois vamos a eles: de acordo com levantamento da Folha de S. Paulo, cidade e Estado orçaram cerca de R$ 5,3 bi para ações que mitigassem enchentes entre 2016 e 2018. Valor orçado por ambos. Mas não gastaram. Investiram apenas 41% do previsto, ou só R$ 2,1 bilhões. A resposta veio em forma da sucursal do inferno a que se tornou a cidade em fevereiro de 2020.

O discurso de Covas e Doria

Pense rápido. Quando você lembra Covas ou Doria, o que lhe vem à cabeça? Vai, faz uma força…Bom, vamos facilitar. Quando você pensa em Covas ou Doria, alguma  associação com aquecimento global vem à cabeça? Você lembra deles falando disso, ou fazendo obras para conter eventos ‘descritos e explicados cientificamente’?

Diga, quando foi que você viu alguma campanha do Estado, ou do município, sobre os eventos extremos, resposta da natureza aos maus tratos impostos, e o que os cidadãos devem e podem fazer para mitigar seus incomensuráveis problemas; quando?

Imagem, ‘Plim-plim’.

Eu, não lembro. No máximo, recordo com desgosto  que o município que Bruno Covas governa foi um dos últimos a tomar medidas contra o plástico. Depois de Fortaleza, Salvador, Camboriú (SC), Ilhabela (SP), Santos (SP), Rio Grande (RS), entre tantos, em janeiro de 2020 Covas acordou do sono letárgico.

O que tem a ver plástico com aquecimento global?

Você pode perguntar: o que tem a ver plástico com aquecimento global? Nada, ou tudo. Ambos são fenômenos atuais que afetam e ameaçam a vida na Terra. Só isso.

E poucas vezes vi os dois garbosos do PSDB dedicarem seu tempo, e a natural repercussão de suas falas ou ações, a alertarem ou agirem sobre o tsunami que ameaça nos engolfar. Ah, São Paulo  tem ônibus elétricos…Sim, em novembro de 2019, São Paulo adquiriu ’15 ônibus 100% elétricos movidos a bateria para operação no sistema de transporte público do município’. Na ocasião, o presidente da SPTrans teve o desplante de declarar

A partir de hoje, São Paulo tem a maior frota de ônibus 100% elétricos do país. Mais uma vez, somos pioneiros em apresentar inovações que reforçam o nosso compromisso em promover a qualidade de vida das pessoas.

Quinze ônibus elétricos na oitava maior cidade do mundo. E o cara ainda diz que mais uma vez, somos pioneiros em apresentar inovações que reforçam o nosso compromisso em promover a qualidade de vida das pessoas.

Então, tá…E, sobre o resto, o que mais São Paulo tem feito?

São Paulo naufragou: sugestão do Mar Sem Fim

Acordem, prefeito e governador, e deixem de dar mau exemplo! Mirem-se nas grandes cidades do mundo que já adotaram dezenas de medidas. Algumas caras, outras, antipáticas para os cidadãos, aquelas que não trazem dividendos políticos de início mas que são as mais importantes. E tratem de copiar exemplos passados. Como um, do avô do atual prefeito. A despeito de saber que jamais inauguraria a obra, Mário Covas iniciou a despoluição do Tietê, obra que sabia que só seria ‘entregue’ décadas depois.

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Enquanto isso, João Dória assusta pelo incabível açodamento ao afirmar que ‘vai despoluir o Pinheiros até 2022′ e criar uma Cancún brasileira, ops, quer dizer, uma “Puerto Madero’ na Usina da Traição…E, em 12 de fevereiro, O Estado de S. Paulo afirmou em manchete: “Estado reduz à metade gasto com limpeza do Tietê”, e no corpo do texto, explicou o jornal, “em 2019 as ações de limpeza e desassoreamento do rio Tietê, que transbordou em 16 pontos, caíram à metade.”

“Plim-plim”.

Não é a primeira vez que o Mar Sem Fim pergunta se Covas e Doria estão à altura de São Paulo. Na próxima eleição, pense sobre isso.

E lembre-se, São Paulo naufragou por omissão.

Fontes:  https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/06/05/doria-promete-despoluir-rio-pinheiros-ate-2022-e-quer-criar-puerto-madero-paulistano-na-usina-da-traicao.ghtml; http://www.capital.sp.gov.br/noticia/sao-paulo-passa-a-ter-a-maior-frota-de-onibus-100-eletricos-do-pais; http://spcuriosos.uol.com.br/historia/a-pior-enchente-da-historia-de-sao-paulo/; https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/sp-gasta-menos-da-metade-do-orcamento-contra-enchentes.shtml; https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/eleicoes/2018/noticia/2018/10/28/psdb-vence-7a-eleicao-seguida-para-governo-de-sao-paulo.ghtml; http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/temas/sao-paulo/sao-paulo-historia-de-sao-paulo.php; https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,gasto-com-desassoreamento-e-limpeza-do-rio-tiete-caiu-pela-metade-em-2019,70003194386.

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