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Primeiro barco autônomo está prestes a navegar

Primeiro barco autônomo está prestes a navegar

O Mayflower 400, o primeiro barco autônomo do mundo, está prestes a iniciar uma travessia do oceano Atlântico. Ele recebeu o nome em homenagem ao navio que levou os primeiros peregrinos da Inglaterra no navio Mayflower em busca de uma nova vida na América. Só que, em vez de tripulação, o barco tem inteligência artificial a bordo.

Imagem do primeiro barco autônomo do mundo
Imagem, ProMare.

Primeiro barco autônomo está prestes a navegar

O barco deve sair de Playmouth, na Inglaterra, em 15 de maio, cruzando o Atlântico em direção à cidade de mesmo nome em Massachusetts, nos Estados Unidos. A travessia era para acontecer em setembro de 2020, mas foi adiada devido à pandemia.

O Mayflower 400 é um projeto desenvolvido pela organização marinha ProMare, estabelecida em 2001 para promover a pesquisa e exploração marinha em todo o mundo.

Imagem, https://www.bangkokpost.com/.

A embarcação usa inteligência artificial e energia do sol para atravessar o oceano de forma limpa e independente, reunindo dados vitais para expandir nossa compreensão dos fatores que influenciam a saúde dos oceanos.

O projeto foi bolado para acontecer durante a Década dos Oceanos, da ONU. A Organização das Nações Unidas sabendo da situação crítica dos oceanos, e sua importância para o mundo,  declarou 2021 até 2030 a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, ou popularmente denominada “Década dos Oceanos”.

De acordo com o site do projeto, ‘no futuro, as redes de embarcações de pesquisas autônomas, drones e submersíveis poderão passar meses no mar, permitindo aos oceanógrafos mais tempo para a interpretação dos dados, em vez da coleta de dados’.

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Apesar de todos os cuidados, a primeira experiência de travessia oceânica teve que ser abortada, o que não significa que o projeto seja descartado, ao contrário. Outras tentativas virão em breve.

A importância de mais dados sobre os oceanos

A ProMare, assim como a ONU, e dezenas de instituições, ONGs, e mesmo governos, sabe que até hoje há enormes lacunas na exploração oceânica.

A atividade é extremamente cara, e jamais recebeu um décimo dos valores que a exploração espacial recebeu em razão da disputa entre Estados Unidos e União Soviética nos anos da Guerra Fria.

É por isso que hoje a humanidade conhece mais o espaço sideral que os oceanos. Para se ter uma ideia da disparidade, dados recentes (2013) mostram que nos EUA, um dos países que mais investe em ciência, enquanto a exploração oceânica foi contemplada com US$ 23.7 milhões, a exploração do espaço sideral recebeu US$ 3.8 bilhões!

Imagem ProMare.

Para suprir esta demanda reprimida muita gente importante participa. Desde bilionários como Paul Allen, co-fundador da Microsoft, que patrocina um projeto para mapear os corais do mundo, até fundações como a Nippon do Japão, que com seu projeto Seabed 2030 pretende mapear o fundo dos oceanos até 2030.

É neste contexto que surgiu a ideia do ProMare. Em outras palavras, todos precisam fazer suas partes.

Os problemas dos oceanos na visão do ProMare

De acordo com um relatório especial do painel intergovernamental da ONU sobre mudança climática, nosso oceano está mais quente, mais poluído, mais esgotado e mais imprevisível do que nunca.

Todos os anos, cerca de 8 milhões de toneladas métricas de plástico chegam ao oceano, infiltrando-se nas cadeias alimentares e ameaçando a vida marinha.

E ao absorver o excesso de dióxido de carbono (CO2) criado pela atividade humana, o oceano está ficando cada vez mais ácido, impactando o desenvolvimento biológico de algumas espécies e destruindo habitats importantes, como recifes de coral.

Conheça o barco autônomo

Atendendo ao chamado da ONU, a IBM está apoiando a organização de pesquisa  ProMare para fornecer as tecnologias para o Mayflower Autonomous Ship (MAS).

Imagem, ProMare.

Este novo nbarco representa não apenas o futuro da exploração marinha, mas uma mudança radical em nossa abordagem geral da pesquisa oceanográfica.

Usando um novo ‘Capitão de Inteligência Artificial’, construído pelos engenheiros da ProMare combinando IA da IBM, automação e tecnologias de ponta, a embarcação pode identificar e evitar perigos enquanto navega sozinha no mar.

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Os pesquisadores da IBM e da ProMare também são pioneiros em novas abordagens baseadas em IA para a coleta e análise in-situ de amostras e dados do oceano para entender melhor tudo, desde a qualidade da água até o que o canto das baleias pode nos dizer sobre as populações de mamíferos marinhos.

O barco promete avançar a ciência oceânica de várias maneiras. Mais importante ainda, ele atende a várias prioridades da Década da Ciência Oceânica, sendo pioneira em uma plataforma flexível e econômica, capaz de aumentar exponencialmente o volume e a consistência dos dados coletados e disponibilizados aos pesquisadores.

Apesar do porte do Mayflower 400 não ser dos maiores, já há empresas desenvolvendo um navio autônomo porta-contêineres bem maior que deve operar a partir de 2022. Aparentemente, este é o futuro da navegação.

Assista ao vídeo e saiba mais

Imagem de abertura: ProMare

Fontes: https://www.bangkokpost.com/world/2108431/first-autonomous-ship-prepares-for-maiden-ocean-voyage#:~:text=The%20Mayflower%20400%20autonomous%20trimaran%20during%20sea%20trials%20in%20Plymouth%20this%20week; https://renovamidia.com.br/primeiro-navio-autonomo-do-planeta-vai-cruzar-os-oceanos/; https://www.weforum.org/agenda/2021/03/this-ship-has-no-crew-and-it-will-transform-our-understanding-of-the-ocean-heres-how/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+inside-the-world-economic-forum+(Inside+The+World+Economic+Forum).

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