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Perigos dos agrotóxicos e aves da Antártica

Perigos dos agrotóxicos: usados nos continentes, eles ameaçam aves na Antártica

Perigos dos agrotóxicos na Antártica por quê? Porque já não é novidade que aquilo que fazemos aqui repercute no mundo inteiro. Especialmente na Antártica. Pesquisadores brasileiros estudam as queimadas na Amazônia vasculhando as camadas de neve no continente. O Mar Sem Fim entrevistou cientistas brasileiros em pleno campo fazendo medições, quando estivemos por lá em 2012.

Na mesma viagem entrevistamos pesquisadores do Sul do país que  informaram sobre o encontro de compostos sintéticos no sangue de leões e elefantes marinhos, mais uma prova de que nossa ação mesmo aqui, aparentemente tão longe, tem repercussão no continente dedicado à pesquisa e ao estudo.

O petrel em voo

Perigos dos agrotóxicos: eles ameaçam aves marinhas da Antártica

Matéria do Jornal da USP, de Agosto de 2016, dá conta que

Pesquisadores confirmaram a presença de contaminantes orgânicos no sangue de petréis-gigantes do sul de diversas colônias na Península Antártica

Até mesmo o DDT, pesticida banido dos Estados Unidos em 1972, ainda está presente no sangue das aves demonstrando os perigos dos agrotóxicos. Vale lembrar que o Brasil é um dos campeões no uso de agrotóxicos.

A pesquisa foi realizada pela bióloga Fernanda Imperatrice Colabuono, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP. Ela estudou os animais das colônias de petréis-gigantes das ilhas Elefante e Livingston, no arquipélago das Shetland do Sul.

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Como as aves são estudadas

Os pesquisadores prendem, e marcam as aves. Assim podem estudá-las por longos períodos. A facilidade vem do fato de que na época do acasalamento, durante o verão antártico, os petréis-gigantes retornam à mesma colônia onde nasceram. Com isso podem ser novamente pegos, e estudados.

O Jornal da USP informa que

Nos verões de 2011/2012 e 2012/2013, Fernanda coletou amostras de sangue de 113 indivíduos e constatou a presença de contaminantes orgânicos como bifenilos policlorados (PCBs), hexaclorobenzeno (HCB), pentaclorobenzeno (PeCB), diclorodifeniltricloroetano (DDTs) e derivados, o pesticida clordano (banido nos Estados Unidos em 1988) e o formicida Mirex (banido nos Estados Unidos em 1978 e recentemente no Brasil).

Já, Fernanda diz que

comparado aos níveis de contaminação nas aves do Hemisfério Norte, os níveis de contaminação detectados nas colônias de petréis na Península Antártica ainda são baixos. O objetivo agora é monitorá-los no longo prazo, para se ter um indicativo da tendência de aumento ou decréscimo desses contaminantes ao longo dos anos no ambiente em que estas aves vivem

Como os agrotóxicos usados nos continentes vão parar na Antártica?

Normalmente, pelo ar e pela chuva. Segundo a matéria,

Uma vez em rios e lagos, se acumula na cadeia alimentar. Os insetos contaminados são comidos por peixes e estes por outros predadores. Em cada patamar da cadeia alimentar o nível de acúmulo de DDT nos tecidos aumenta.

O risco maior, diz, é para os predadores do topo da cadeia, como os petréis,

ele se alimenta de peixes, lulas e até de carcaças de outras aves. Ou seja, no trajeto de uma longa vida, ao comer centenas de quilos de peixes contaminados, a quantidade de contaminantes nos tecidos do petrel sempre aumenta.

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Uma das maiores aves do planeta, o Petrel- gigante tem envergadura de 2 metros. Ele só perde em tamanho para o Condor e o Albatroz

Perigos dos agrotóxicos: Brasil, maior consumidor mundial?

A matéria diz que sim:

O Brasil é atualmente o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O uso proibido do DDT foi decretado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apenas em 2009 – mas, como ele persiste no meio ambiente, sua presença ainda é detectada nos tecidos de animais como o petrel. A preocupação de Fernanda em acompanhar a vida de seus petréis-gigantes tem fundamento.

Fontes: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-ambientais/agrotoxicos-ameacam-colonias-de-aves-da-antartica/; https://pt.wikipedia.org/wiki/DDT.

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