JBS, primeira empresa brasileira processada por ‘greenwashing’

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JBS, primeira empresa brasileira processada por ‘greenwashing’

Segundo o Climate club, ‘o termo greenwashing (lavagem verde) foi cunhado pela primeira vez na década de 1980 pelo ambientalista Jay Westerveld. O termo referia-se a uma política hoteleira sobre a reutilização de toalhas para “salvar o ambiente”, mas, era uma política que visava a sensibilidade ambiental dos clientes para reduzir custos de lavanderia’. Com o passar do tempo, quanto mais o aquecimento avançava, mais as empresas precisaram se adaptar, e acompanhar a tendência. Assim, “sustentável”, “ecoconsciente”, “ético”, “eco”, ‘”verde”, entre outros,  surgiram como palavras-chave encontradas no marketing corporativo.  Nesta nova linguagem que se impõe, greenwashing significa ‘mintchura’. A gigante da carne do Brasil quer entrar na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Para alcançar esse fim, mentiu sobre metas e outras questões ambientais. Agora, o Estado de Nova Iorque processa a JBS por greenwashing.

site JBS
Daqui pra frente vamos ouvir falar de greenwashing. cada vez mais.

Maior frigorífico do mundo processado pelo Estado de Nova Iorque

A fraude foi denunciada no final de fevereiro e hoje está nas manchetes dos maiores jornais do mundo. Segundo o Guardian, Letitia James, a procuradora-geral de Nova York, entrou com a ação alegando que o braço norte-americano da empresa, a JBS USA, havia repetidamente assegurado ao público e aos consumidores reivindicações de sustentabilidade que poderiam, de fato, “fornecer aos consumidores ambientalmente conscientes uma licença para comer carne bovina”.

Ao enviar a documentação para a Bolsa de Valores de Nova Iorque, a JBS prometeu implementar um plano para alcançar a neutralidade de carbono até 2040.

Letitia James assegurou que a “lavagem ecológica ambiental da empresa explora os bolsos dos americanos comuns e a promessa de um planeta saudável para as gerações futuras”.

De acordo com o processo, ‘a carne bovina tem as maiores emissões totais de gases de efeito estufa entre todas as principais commodities alimentares e a produção de carne bovina está ligada ao desmatamento em grande escala’.

Há mais de 10 anos a JBS tenta colocar suas ações na Bolsa de Nova Iorque, e assim conseguir dinheiro mais barato. Segundo o Agrimidia, parlamentares do Reino Unido planejam bloquear a inclusão da JBS na Bolsa de Valores de Nova Iorque… A justificativa apresentada é que a abertura de capital da JBS poderia comprometer os esforços para reverter as mudanças climáticas’.

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Greenwashing: ‘Bacon, asas de frango e bife com zero emissões’

O New York Times destacou o processo como um grande revés para a JBS, que busca entrar na Bolsa de Nova York. Manuela Andreoni reporta que a JBS supostamente fez várias declarações enganosas sobre sua postura em relação às mudanças climáticas.

A empresa afirmou que atingiria zero emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040. Após mencionar promessas de executivos da JBS em entrevistas sobre ser a mais verde do setor, a juíza referiu-se a um anúncio de página inteira no The Times de 2021 afirmando que ‘A agricultura pode ser parte da solução climática. Bacon, asas de frango e bife com zero emissões. É possível’. Em seguida, Letitia James acusou a JBS de usar greenwashing para atrair consumidores desejosos por opções sustentáveis, usando falsas promessas como: A agricultura pode ser parte da solução climática. Bacon, asas de frango e bife com zero emissões. É possível.

Segundo a matéria do Times, a JBS afirmou em comunicado ao jornal que não concorda com as alegações da procuradora-geral. A empresa declarou que seguirá colaborando com os agricultores para “ajudar a alimentar uma população em crescimento, utilizando menos recursos e diminuindo o impacto ambiental da agricultura”.

Antes de encerrar, o New York Times relembrou o passado, digamos duvidoso, da empresa. ‘Em 2017, sua holding, a J&F Investimentos, concordou em pagar US$ 3,2 bilhões em reparações e multas como parte de uma investigação federal brasileira. A empresa reconheceu que subornou funcionários públicos para assinar investimentos para que pudesse expandir seus negócios internacionalmente’.

Para saber mais, leia o comunicado do Gabinete do Procurador-Geral de Nova Iorque.

Imagem de abertura: Divulgação

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