IPCC alerta para risco de inundações
IPCC alerta para risco de inundações. Segundo rascunho do relatório vazado na web, redução da disponibilidade hídrica é um dos principais impactos das mudanças climáticas.
IPCC alerta para risco de inundações: um mundo mais quente, com nível do mar mais alto
Um mundo mais quente, com nível do mar mais alto, derretimento de geleiras e maior variabilidade climática. Será um mundo com milhões de pessoas sob risco de inundações. Problemas de disponibilidade hídrica, impacto sobre a segurança alimentar e extinção de espécies.
Essa deve ser a mensagem que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) vai trazer ao divulgar a segunda parte do seu quinto relatório.
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Na noite de hoje cientistas e representantes de governos começam a se reunir em Yokohama. Eles vão definir o conteúdo final desta parte do relatório – um resumo acompanhado de tom político das principais conclusões do relatório do grupo de trabalho 2 do IPCC, que trata de impactos, adaptação e vulnerabilidade dos países a mudanças climáticas.
Impactos das mudanças climáticas já estão sendo observados em todo o mundo
O conteúdo é um pouco parecido com o que já tinha sido dito no quarto relatório do IPCC, divulgado em 2007. Mas há maior confiança dos cientistas nos alertas e mais robustez na mensagem. “Os impactos das mudanças climáticas já estão sendo observados em todo o mundo”, escrevem os autores no rascunho. “E os impactos dos eventos climáticos extremos observados na última década, como ondas de calor, secas, inundações, ciclones e incêndios, revelam a enorme vulnerabilidade dos seres humanos e dos ecossistemas à variabilidade climática atual.”
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No futuro as mudanças climáticas vão amplificar riscos
Para o futuro, dizem, “as mudanças climáticas vão amplificar os riscos relacionados ao clima já existentes e criar novos”. Vão reduzir, por exemplo, a oferta de água renovável na superfície e nas fontes subterrâneas nas regiões subtropicais mais secas, intensificando a competição por água.
A confiança dos cientistas nesse quesito, medida pela quantidade de pesquisas científicas em periódicos indexados, aumentou em relação a 2007. O dano pode ser maior ou menor, dependendo do grau de adaptação de cada local. Mas, lembram os cientistas, há limite para a adaptação.
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O Brasil quer evitar menções negativas à produção de biocombustíveis. No texto do rascunho, os cientistas comentam com alto grau de confiança que “o aumento do cultivo de culturas de bioenergia pode representar riscos para os ecossistemas e a biodiversidade, embora as contribuições da energia de biomassa para a mitigação possam reduzir riscos ligados ao clima”.
Para o governo brasileiro, o tom negativo talvez seja o ponto mais delicado do relatório. Em geral ele foi visto como um texto bom, que visa reduzir conflitos. “O País tem potencial econômico para os biocombustíveis e aqui não há competição com alimentos”, disse Mariana Egler, analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente.
Fonte: O Estado de S.Paulo.