Impacto ambiental do vazamento do gasoduto Nord Stream; saiba o que dizem especialistas
Enquanto o gás ainda está vazando, diz o www.politico.eu, a vizinhança ao redor é um lugar extremamente perigoso. O ar que contém mais de 5% de metano pode ser inflamável, disse Gregor Rehder, biogeoquímico marinho e oceanógrafo do Instituto Leibniz para Pesquisa do Mar Báltico. Então, o risco de uma explosão é real. O metano não é um gás tóxico. Contudo, altas concentrações podem reduzir a quantidade de oxigênio disponível. Já, sobre o impacto ambiental, diz Rehder, animais marinhos próximos ao gás que escapa podem ser afetados e mortos – especialmente nadadores mais fracos, como águas-vivas. Mas não são previstos efeitos de longo prazo sobre o meio ambiente.
Impacto “prejudicial significativo” para o clima
Já, a maioria do noticiário é alarmante quanto aos impactos no clima. Ainda há incerteza na estimativa dos danos. Mas os pesquisadores dizem que vastas névoas desse potente gás de efeito estufa terão impactos prejudiciais significativos no clima.
Esta é mais uma ‘contribuição’ indireta da Guerra na Ucrânia para o aquecimento acelerado e fora de controle do clima no planeta. Segundo a ONU, o metano é também um poderoso gás de efeito estufa. Durante um período de 20 anos, ele é 80 vezes mais potente no aquecimento do que o dióxido de carbono.
O cientista climático da Universidade de Stanford, Rob Jackson, disse à cbsnews: “Este provavelmente será o maior vazamento de gás de todos os tempos, em termos de taxa.” E cbsnews não descarta os impactos à vida marinha: Danos imediatos à vida marinha e à pesca no Mar Báltico, e à saúde humana, também resultarão porque o benzeno e outros produtos químicos estão normalmente presentes no gás natural.
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‘Maior vazamento de metano de todos os tempos, mas não catastrófico’
A frase entre aspas é o título da matéria do Washington Post em 29 de setembro. Assinada por Meg Kelly, Ellen Francis, e Michael Birnbaum. Os autores dizem, segundo especialistas que, As duas explosões nos oleodutos Nord Stream 1 e 2 no Mar Báltico resultaram no que poderia ser a maior liberação de gás metano na atmosfera, mas podem não ser suficientes para ter um grande efeito sobre as mudanças climáticas.
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‘Embora influxos repentinos de metano de dutos submarinos sejam incomuns e os cientistas tenham poucos precedentes para recorrer, o consenso é que, com tanto metano sendo expelido na atmosfera de todo o mundo, as várias centenas de milhares de toneladas dos dutos não farão uma diferença dramática.’
Ao mesmo tempo, outros especialistas ouvidos pelo WP pensam diferente: “Paul Balcombe, professor sênior de engenharia química e energia renovável na Queen Mary University de Londres, chamou-o de ‘gás de efeito estufa realmente potente’ e disse que ‘mesmo um pequeno vazamento tem um grande impacto climático’.”
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Problemas ambientais do Báltico
O Mar Báltico, palco deste desastre, já tem problemas de sobra. Por exemplo, por ser um ‘mar fechado’, lidera o ranking de Zonas Mortas. A maior delas, com 49.000 Km2, fica neste mar. Como se não bastasse, em 2018 pesquisadores descobriram que nada menos que 1,6 milhões de toneladas de armamentos nazistas foram despejados parte no Báltico, parte no Mar do Norte. Entre eles, armas químicas e TNT.
Mar Báltico, incidência de câncer em peixes é 25% maior
Cientistas alemães constataram uma incidência de 25% de tumores entre um tipo de linguado, a espécie Limanda limanda. Ela é encontrada numa área do Mar Báltico, próximo à cidade alemã de Kiel. Em outras áreas desse mar essa percentagem é de cerca de 5%.
A hipótese é que as proliferações cancerosas possam estar relacionadas ao volume estimado de armamentos dos nazistas. Na época desta descoberta a Deutsche Welle publicou matéria onde dizia que “Embora a maior parte da munição descartada fosse convencional, cerca de 40 mil toneladas continham substâncias de combate químico, como gás de mostarda, arsênico e fosgênio (gás lacrimogêneo e sufocante que ganhou terrível fama durante a Primeira Guerra Mundial).”
Já sobre a extensão das zonas mortas, quem explica é o cientista Robert Diaz. Segundo suas declarações, os motivos que levaram a essa Zona Morta são ações no litoral do Báltico, aliadas à pouca circulação da água deste mar ‘quase fechado’.
Com certeza o vazamento é um grave problema ambiental, mesmo ele se restringindo ao volume contido no gás pressurizado na tubulação, que não é desprezível. Contudo há de se lembrar que o GN que antes era transportado por gasodutos para a Europa agora será transportados por navios gaseiros, em que cada carga pode levar cerca de 2 semanas para chegar a Europa, e outro tanto para o navio voltar, com motores ligados diariamente e emitindo gás carbônico. Esse gás carbônico extra será emitido por anos por uma imensa frota de navios para atender a demanda daquele continente, até que energias alternativas sejam viabilizadas. Mesmo o metano sendo um gás de potente efeito estufa, o volume é pontual, enquanto a emissão dos navios será a longo prazo. A humanidade sendo vítima de sua própria tecnologia e loucura.
So fechar as válvulas e não terá problema ambiental.
Me parece que a preocupação não seria impacto ambiental. Em todo o caso, segue seu comentário…