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Ibsen de Gusmão Câmara, saiba quem ele foi

Morte do ícone do ambientalismo brasileiro, Almirante Ibsen de Gusmão Câmara

Morre Ibsen de Gusmão Câmara: o almirante Ibsen de Gusmão Câmara, de 90 anos, que teve sua história de vida voltada às causas ambientais, morreu na madrugada desta quarta-feira no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca. Segundo informações da família, ele morreu em consequência a uma hematoma cerebral que sofreu após duas quedas. O almirante deixou duas filhas e dois netos.

O Almirante lutou a vida inteira em favor das Unidades de Conservação. Teve papel relevante na criação de várias delas.

Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza

O almirante presidiu a Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza. Participou do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e foi conselheiro de inúmeras organizações ambientais. Ele também é considerado um dos fundadores do conservacionismo no Brasil, ao lado de Paulo Nogueira Neto e outros titãs.

Ambientalistas lamentam morde de Ibsen de Gusmão Câmara

André Ilha, ambientalista, lamentou a morte do almirante:

Ele era um dos dinossauros da conservação da natureza no país, junto com outros nomes como Alceo Magnanini, Adelmar Coimbra Filho, Vanderbilt Duarte de Barros e Maria Tereza Jorge Pádua, uma geração que foi muito justamente celebrada no livro “Saudades do Matão” por seu trabalho em prol da biodiversidade e dos ecossistemas brasileiros. A melhor forma de reconhecermos a sua importância é levar adiante as suas bandeiras com o máximo empenho.

A jornalista e ambientalista Paula Saldanha também acredita que o legado do almirante não deve ser esquecido.

“É triste a perda do almirante Ibsen, grande batalhador das causas ambientais em nosso país, durante décadas. Seu exemplo de ambientalista ficará, com certeza, para todos nós” – comentou Paula.

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 Texto- homenagem de Maria Tereza  Jorge Pádua

A seguir um texto- homenagem de Maria Tereza  Jorge Pádua, outra figura emblemática do ambientalismo brasileiro que, ao lado do Almirante Ibsen, criou as primeiras áreas marinhas protegidas como o Atol da Rocas, Fernando de Noronha e Abrolhos, entre outras.

ALMIRANTE IBSEN

Maria Tereza Jorge Pádua

“As baleias, as tartarugas, as toninhas devem estar chorando. Perderam um antigo e ferrenho defensor e protetor. O Ibsen se foi. Nós também estamos chorando. Estamos seguros que ninguém lutou como ele no Brasil para conservar a natureza e os recursos naturais renováveis. Um Almirante, um conservacionista de alta linhagem, um paleontólogo, um grande pintor e um ser humano reto. Altruísta, profundamente honesto em todos os aspectos da vida. Difícil outro ser humano como ele. Difícil outro conservacionista como ele.”

Primeira área marinha protegida

“Ele demarcou a primeira área marinha protegida do Brasil: a Reserva Biológica de Atol das Rocas. Se existe a Reserva Biológica do Rio Trombetas é graças a ele. Se existe, como Parque Estadual, o de Carlos Botelho em São Paulo, foi pela sua luta.  Se as baleias franca e jubarte recuperaram suas populações, foi pela sua aliança com José Truda Palazzo Jr. Deu seu nome e seus esforços na presidência de duas das mais importantes ONGs brasileiras: a FBCN e a Fundação Biodiversitas.”

Fundação Boticário

“Morreu sendo membro do conselho por 23 anos da mais importante Fundação de proteção da natureza no país: a Fundação Boticário. Seus trabalhos foram pouco reconhecidos em termos de homenagens. Mas cá estamos nós querido e eterno amigo para testemunhar quem foi você e para dizer aos nossos descendentes que homens como você de fato existiram. E fizeram pela nossa nação muito mais que políticos e heróis homenageados.”

Um adeus choroso, pois eu inocentemente queria que você vivesse para sempre.

Fonte : Globo.com. Por Paulo Roberto Araújo / Waleska Borges.

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