Golfinho-cor-de-rosa da Ásia: por que ele corre risco?
O Mar Sem Fim descobriu esse golfinho exótico por meio de uma matéria publicada pelo site Sailors for the Sea. Trata-se do golfinho-cor-de-rosa da Ásia, também chamado golfinho do Indo-Pacífico. Os filhotes nascem cinza e, com o tempo, ganham manchas rosa — como se fossem medalhas naturais da idade. Essa espécie vive em faixas costeiras estreitas ao longo do Indo-Pacífico e do sudeste asiático.

Conheça o golfinho‑cor‑de‑rosa da Ásia
O golfinho-cor-de-rosa da Ásia é uma subespécie do golfinho do Indo-Pacífico (Sousa chinensis), um dos cetáceos mais carismáticos e misteriosos do continente asiático. Ele se destaca pela coloração incomum: nasce cinza, mas desenvolve tons rosados ao longo da vida, especialmente em áreas de atrito e irrigação sanguínea intensa.
Ao contrário do boto-cor-de-rosa da Amazônia, este vive no mar, em faixas costeiras estreitas, estuários e baías rasas. É comum avistá-lo em regiões como o delta do Rio das Pérolas, no sul da China, e em trechos costeiros da Tailândia, Indonésia e Vietnã.
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Ilhabela em último lugar no ranking de turismo 2025Garopaba destrói vegetação de restinga na cara duraCores do Lagamar, um espectro de esperançaEssa espécie prefere águas calmas e rasas, com fundos arenosos e abundância de peixes. Mas justamente por viver tão perto da costa, sofre com a poluição, o tráfego de embarcações e a destruição do habitat.
Por que ele é vulnerável?
O golfinho-cor-de-rosa da Ásia enfrenta múltiplas ameaças — todas causadas pela ação humana. Vive em águas rasas, próximas à costa, justamente as áreas mais afetadas por urbanização acelerada, portos, dragagens e poluição industrial.
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A pesca artesanal e industrial também coloca essa espécie em risco. Muitos indivíduos acabam presos em redes de arrasto ou em apetrechos de pesca mal regulados. O tráfego intenso de embarcações provoca colisões fatais e gera estresse sonoro, interferindo na ecolocalização dos animais.
Além disso, a degradação dos estuários e a perda de manguezais reduzem as áreas de reprodução e alimentação. Em várias regiões, a população já caiu drasticamente. No delta do Rio das Pérolas, por exemplo, estima-se que menos de 2 mil indivíduos sobrevivam — e em declínio.
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Esforços de conservação
Em vários países asiáticos, grupos de cientistas, ONGs e governos vêm tentando salvar o golfinho-cor-de-rosa da Ásiada extinção. Na China, por exemplo, o delta do Rio das Pérolas foi transformado em uma zona de proteção ambiental — embora a eficácia ainda enfrente críticas, devido à pressão urbana e industrial constante.
Em Hong Kong, campanhas educativas buscam conscientizar moradores e turistas sobre a presença desses golfinhos e a importância de protegê-los. Algumas empresas de turismo náutico adotaram códigos de conduta para evitar colisões e minimizar o estresse nos animais.
Organizações internacionais como a WWF e a IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza – também monitoram a espécie e apoiam pesquisas sobre o impacto das atividades humanas. Uma das frentes mais importantes hoje é o mapeamento de áreas críticas para alimentação e reprodução, que podem servir como base para criar novas zonas protegidas.
Apesar desses esforços, especialistas alertam que as medidas ainda são tímidas. Sem ações coordenadas e firmes de todos os governos da região, o risco de extinção continuará crescendo.
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